domingo, 6 de janeiro de 2019

MACHADOS, VARAS E AFINS


Há gostos para tudo, até para ver Mário Machado e um programa desinteressante.

Aliás, a aparição pública de Mário Machado lançou mais um alarde indizível, certamente para entreter os mais incautos e ingénuos.

Obviamente, uma certa esquerda sentada à mesa do orçamento, que faz lembrar os tempos do triste jornalismo do PREC, está mais preocupada com uma inexistência do que com a injustiça, a desigualdade e a corrupção que por aí grassam impunemente.

É por isso que fazem um enorme alarido com Mário Machado e fazem de conta que não viram Armando Vara, entre outros, na mesma estação de televisão, a pretender passar por vítima da Justiça.

Quem sabe o que significa ser jornalista nunca poderá ficar ofendido com a presença, num qualquer programa de televisão, de um qualquer meliante, calimero ou capuchinho vermelho. 

O que deve escandalizar é a utilização obscena do jornalismo para branquear a realidade apenas para cumprir uma qualquer agenda indigente, quiçá um frete pessoal e político.

terça-feira, 1 de janeiro de 2019

2019: TALVEZ UM NOVO VELHO...


O Ano Novo é sempre um marco.

Depois do balanço, dos sucessos aos erros mais ingénuos e lamentáveis, a passagem de ano é sempre uma renovada janela aberta de esperança.

Mas os sonhos de cada um nem sempre dependem unicamente da vontade própria, desde logo porque vivemos num tempo em que vale tudo, ainda por cima sob a alçada de um que Estado que condiciona tanto quanto falha estrondosamente.

Aliás, com três eleições à vista, os cantos das sereias bem batidas vão abafar qualquer hipótese de racionalidade.

O ano que começa está recheado de riscos pelo que é prudente esperar pouco ou nada.

Sim, definitivamente, não vale a pena recorrer às superstições tradicionais como comer passas ou uvas, abrir as portas de casa, colocar o pé direito à frente, saltar, dançar à volta de uma árvore, tomar banho no mar, procurar uma borboleta branca, usar roupas novas e optar pelo sítio mais alto para desafiar o medo das alturas.

Sim, nem tão-pouco é crível confiar nas mezinhas dos pobrezinhos e outros fetiches, em versão meliante ou bando rasca, de roubar carteiras, clonar cartões, assaltar casas, traficar droga, furar pneus, bater panelas para afastar os maus olhados, colocar moedas debaixo do tapete, meter uma nota no sapato, deitar coisas velhas pela janela, partir pratos à porta de alguém e não matar joaninhas.

Que ninguém vá ao engano: Os graves problemas internos e as tensões internacionais, desde logo com a União Europeia à deriva, entre outros, exigem máxima cautela nas fantasias individuais e colectivas.

E até é altamente aconselhável um novo paradigma: Desejar talvez um novo velho, ou melhor, que aconteça o milagre de 2019 não ser pior do que 2018, sobretudo para quem recorreu à mentira, cedeu ao facilitismo, sacrificou valores, alimentou calhandrices e vendeu muitas ilusões.

Pessimismo?

Até 2020.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

NATAL QUE PASSA


Para crentes e agnósticos, a vertigem consumista assaltou o Natal, provocando uma avalancha de atitudes e sentimentos envilecidos.

À medida que o materialismo, a ganância e o exibicionismo tomaram conta de ricos e pobres, velhos, novos e petizes, é crescente a perda do verdadeiro sentido da espiritualidade e da dimensão humana.

Emerge uma nova geração fundada no ruidoso frenesim, na satisfacção de desejos fúteis e nas fantasias de facilidades, garantindo que esta espécie de "guerra" se perpetue inexoravelmente. 

E até não falta o móbil racionalista, com pés de barro, para alimentar esta sensação ilusória: o consumo ajuda a economia a crescer.

Como se a abundância e a felicidade fossem sinónimos.

Como se a qualidade de vida se resumisse à euforia tão histérica quanto falsa, à avidez, à comezaina alarve e à indiferença em relação ao que nos rodeia.

A instantaneidade tudo comanda, sem princípios nem amanhã, sem o mínimo sinal de reflexão sobre a vida e a existência.

Fazem falta a humanidade, a paz e o silêncio a cada Natal que passa.


terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ESTADO FALHOU, VOLTA A FALHAR E FALHARÁ MAIS VEZES


Não, não há quaisquer dúvidas.

Nem são precisos inquéritos e mais inquéritos para chegar à conclusão que o Estado falhou, volta a falhar e falhará mais vezes.

Entretanto, o primeiro-ministro joga o jogo do faz-de-conta.

Os ministros das tutelas assobiam para o ar.

O presidente da República desdobra-se em deslocações, representando o Estado nos momentos de dor e de luto, quando pode e, pasme-se, só quando o deixam.

Mas, infelizmente, sem qualquer consequência.

Tudo continua na mesma.

E os cidadãos desesperam com tanta irresponsabilidade e impunidades políticas.

E a oposição?

O que estão a fazer PSD e CDS/PP para escrutinar e responsabilizar o governo do PS que conta com o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda?

Face a esta realidade, a questão impõe-se: Não será este o caminho para abrir a porta ao "populismo"?

Se ser "populista" no século XXI é tentar acabar com este politicamente criminoso regalório, então que venha o tal "populismo".

O povo cá estará para o que der e vier, pois pior do que aquilo que estamos a viver, cada vez mais estupefactos e incrédulos, não é possível conceber nem imaginar.