domingo, 12 de setembro de 2010

O país do fingimento



O adiamento das decisões e das escolhas claras e frontais tem sido uma das maiores chagas do país.

Do mais alto nível do Estado até ao cidadão anónimo, este atavismo crónico tem condenado o país à mediocridade.

O presidente da República finge que tudo está bem para garantir uma reeleição tranquila.

O primeiro-ministro finge que vivemos num país desenvolvido para assegurar o poder a todo o custo.

Manuel Alegre finge que o Estado Social depende da eleição do próximo presidente.

Os portugueses fingem que não percebem o que se está a passar para não terem que enfrentar a realidade.

De fingimento em fingimento, nem a Justiça escapa à condenação de ter de simular uma credibilidade perdida há muito tempo.

Apesar dos resultados da governação socialista, cuja manutenção só tem sido possível pelo mandato presidencial calculista de Aníbal Cavaco Silva, a verdade é que uma grande parte dos portugueses continua a revelar uma total identificação com ambos.

Não é por acaso, seguramente, que a crise política anunciada, que é apenas a consequência do estado de pré-falência em que estamos mergulhados, seja adiada para mais tarde, sempre para mais tarde.

Aliás, basta atentar ao que está a acontecer a Pedro Passos Coelho por tentar introduzir responsabilidade, transparência e frontalidade no debate político.

Não será difícil a Cavaco e a Sócrates fingirem que o dia 9 de Setembro nunca existiu.

Também não será difícil à maioria dos portugueses fingirem que o próximo orçamento será o instrumento ajustado para ultrapassar a crise.

O país do faz-de-conta não foi inventado por Cavaco e Sócrates, mas assenta-lhes que nem uma luva. Porventura, a única diferença que os distingue é que o primeiro tenta disfarçar e o segundo nem se dá a esse trabalho.

O maior constrangimento ao desenvolvimento de Portugal não é o caos no défice, na Justiça, na Educação e na Saúde, mas o fingimento que atravessa transversalmente o poder e a sociedade.

1 comentário:

Unknown disse...

NÃO IR EM CANTIGAS…
Sou 1funcionária pública preocupada c/o controlo das finanças públicas e c/funções nessa área.Fui contemporânea do Dr.MRelvas no governo do MCOTA,Isaltino Morais.Hoje qdo oiço os discursos do 1ºmin, sinto-me indignada!Nunca fui PSD, ms comecei a apreciar a postura política do Dr.Passos Coelho, desde a s/visão qto à alteração da Constituição (pena é ainda ñ ter dito nada s/Justiça nem s/as incompatibilidades das Magistraturas...), à s/firmeza em obrigar o Sócrates a justificar ao país onde andou a esbanjar o dinheiro dos contribuintes, de q resultou um aumento descarado da despesa corrente do Estado.Com as últimas medidas anunciadas p/Gov, sinto vergonha de ver o m/País tão incompetentemente orientado.
Resta-me a esperança de ver um quadro de medidas alternativas do PSD:
•não aumentar nem mais 1 imposto;
•há que acabar c/os investimentos e/ou PPP's milionárias q esmagarão as vidas dos N/filhos dentro de 10/15anos;
•acabar c/o Sector Empresarial do Estado - Central e Local (pois só dão prejuízos e apenas têm servido exclusivamente p/todos os partidos partilharem as prateleiras doiradas p/os seus militantes: os “patós-coladores-de-cartazes”);
•refundir os Institutos Públicos nas Direcções-Gerais donde emergiram (como cogumelos)–isto sim é q foi fazer da Administração Pública um MONSTRO …;
•tributar os lucros dos Bancos c/igual % ao IRC das PME’s e todas as mais-valias de capitais;
•aumentar investimentos na manutenção de todas as infraestruturas já existentes q,apesar de velhinhas foram bem pensadas e ainda poderão ser mui úteis:Escolas/Universiaddes,Caminhos de Ferro,Frota Pesqueira,Barragens(regadio e consumo),Pontes antigas,Estradas do interior,sem ser auto-estradas,Centros de Saúde
•reduzir o aparelho governativo, c/menos Ministérios e Secretarias de Estado;
•promover a agricultura em todas as culturas e pecuária tradicionais de Portugal (azeite, frutas, cereais, lácteos) de modo a sermos auto-suficientes em alimentação e reduzir as importações de tudo o q comemos;
•não permitir acumulação de pensões de reforma antes da idade limite;
•baixar/moralizar os ordenados milionários dos gestores públicos, ao nível do q já é exigido por LEI;
•proibir que reformados das Forças Armadas/GNR/PSP assim como outros FP aposentados voltarem a trabalhar nos organismos públicos (paradoxo, não???);
•nomeação de todos os Secretários-Gerais dos Ministérios ou Controleurs da Despesa Pública pelo Ministro das Finanças,mas com efectiva experiência demonstrada nas funções de controlo e/ou fiscalização.
E se o Sócrates continuar a ameaçar q se demite, deixá-lo ir embora!A verdadeira instabilidade é a sua permanência nos comandos dos destinos da Nação-estamos a cair no maior abismo da N/História.
E se o PR anda nos cuxixos p/pôr os 2 principais partidos em acordo nesta porcaria de OE/socratico p/”inglês ver”…, não se deixe o PSD enganar com as acalmias dos mercados internacionais-isso é grande treta q nos querem meter pelos olhos a dentro!
É q se o PSD ñ fugir a estas "ameaças", então é que nunca mais nos livramos do Sócrates e o PSD perde a GRANDE OPORTUNIDADE DE SER A VERDADEIRA ALTERNATIVA a esta democracia cancerosa e ainda com tiques de cavaquismo “demodé”!!!
FPD