segunda-feira, 25 de maio de 2020

PANDEMIA E EFEITOS ESPECIAIS


Marcelo é capaz de tudo, até de mentir a si próprio à frente de mais de 10 milhões de portugueses, continuando a sorrir e a debitar banalidades.

Somos os melhores, especiais, etc.

Entretanto segue-se mais uma "notícia" de última hora: a banhoca presidencial na baía de Cascais.

Que indigência...

Enquanto mantém viva a rábula da reflexão sobre a recandidatura, todos os dias faz uma intervenção em que dá um sinal, como lhe convém, de que vai avançar.

Só não o anuncia agora porque tal não serve os seus interesses pessoais e políticos...

E a "democracia" continua...

Parece que os portugueses têm outras "prioridades", dizem os profissionais do costume para distrair as atenções...

Uns pagos às escuras, outros com ajudinhas às claras de oportunidade, mais erro menos erro.

Há privilegiados e privilegiados, sobretudo os "ilustres" que só são o que são porque sempre foram pasto para todo o serviço.

Os efeitos especiais na política conquistaram os portugueses.

E as mentiras oficiais já se tornaram "verdades" populares e banais.

E assim os canalhas continuam a aproveitar-se da ingenuidade alheia...

Vai mais um consenso alargado?

Temos a "investigação jornalística" que resta, porventura por não ser o momento dos jornalistas se meterem com o poder...

Que mediocridade...

Entretanto, face a esta realidade, lado a lado com o bailete em curso, Jair Bolsonaro, depois do vídeo que atesta a sua vulgaridade democrática e política, recebeu uma ordem da Justiça brasileira para entregar o seu telemóvel.

Como está longe o processo de Benjamin Netanyahu, um primeiro-ministro em funções que bateu com os costados num tribunal israelita, por causa de favores aos patrões da comunicação social em troca de cobertura mediática favorável para si e para os seus familiares.

Ah!, se Tancos tivesse ocorrido em Israel ou no Brasil...

segunda-feira, 18 de maio de 2020

OS INEBRIADOS DO REGIME


Os silêncios sobre a morte de Valentina Bernardo, a saga à volta de Mário Centeno, o apoio do primeiro-ministro ao "candidato" Marcelo Rebelo de Sousa e o arraso de um tribunal ao tiranete Vasco Cordeiro representam um patamar nunca visto na vida política e institucional.

É que choca a indiferença de António Costa e de Marcelo Rebelo de Sousa em relação à incúria gritante na protecção de menores.

E também choca a "perseguição" orquestrada contra Mário Centeno.

Ainda choca mais que o primeiro-ministro tenha o atrevimento institucional de fazer uma declaração de apoio à recandidatura do actual presidente.

Mas o que choca realmente é um cidadão ter de enfrentar sozinho o abuso decretado pelo Governo dos Açores, sem que tenha contado com qualquer intervenção e apoio dos órgãos de soberania ou do Ministério Público para reporem a legalidade.

De facto, Costa e Marcelo andam inebriados...

E, aparentemente, até já meteram o MP no bolso...

Com o aparente sucesso dos truques governamentais e do folclore presidencial, mais esquema menos esquema, ambos têm avançado para terrenos politicamente inimagináveis por falta de comparência de quem tem o dever de os enfrentar de frente. 

Talvez porque quem tenha o dever de o fazer tenha medo que eles sejam a nova lei que tudo permite.

Felizmente, na última semana, dois acontecimentos vieram repor alguma normalidade e dar esperança no normal funcionamento das instituições.

Por um lado, Mário Centeno, de uma penada, arrasou a credibilidade de Costa e Marcelo, não tendo sequer receio de lhes chamar irresponsáveis, um "independente" que travou mais um joguinho de quem se comporta como os novos donos disto tudo.

Por outro, face ao descaramento político de Costa, que julga poder subjugar o partido, reduzindo-o à insignificância, Ana Gomes teve a dignidade de defender o PS que existia antes do governo liderado por Sócrates e Costa. 

E prometeu reflectir sobre uma candidatura às presidenciais de 2021.

Não vale tudo, nem em tempos de pandemia...

segunda-feira, 11 de maio de 2020

RAÇA DE GENTE


Pedro Rebelo de Sousa deve estar a dar por muito bem aplicados os euros investidos na campanha presidencial do mano dos afectos.

É que a vida corre-lhe de feição como relatou Maria Henrique Espada na revista Sábado.

De toda a comunicação social, ainda sem ver a cor de carcanhol, apenas uma pequeníssima parte lá vai escrutinando a «cultura de endogamia nas elites portuguesas», como lhe chamou Nuno Garoupa.

Numa semana terrível de números globais da Covid-19 ficámos a saber que o PM desconhecia uma transferência de centenas de milhões de euros para o Novo Banco depois de ter assumido na AR nem mais um tostão antes de estar concluída uma daquelas auditorias que duram, duram...

Mário Centeno continua em funções depois de ter desautorizado o PM com estrondo?

A sempre muito bem informada Catarina Martins, uma actriz na arte de fazer política, deu assim o seu contributo para melhor compreender como é a governação ainda antes das férias de Verão que se aproximam perigosamente. 

Ou como fazer oposição em tempos de pandemia...

Será que já ninguém se lembra do que foi votado pelos deputados em Fevereiro passado?

As surpresas e os sustos não cessam, como se os deuses se tivessem organizado para meter a realidade pelos olhos dentro dos portugueses.

Depois do "negócio" de um secretário de Estado, que mais parece um elefante numa loja de porcelana, obviamente chinesa, a TAP do "orgulho" do saque de centenas de milhares de milhões de euros dos bolsos dos portugueses passou para a praça pública.

Pois, claro, haja o que houver!

As guerrinhas internas entre o PM e dois dos seus ministros, um must há muito anunciado, prometem episódios apocalípticos, se levadas a sério as conspirações pequeninas de quem já entrou em alerta vermelho na emergência...

Como se não bastassem todas estas estações do calvário dos portugueses ficámos também a saber que, afinal, o futebol, a Festa do Avante  e os mini festivais podem arrancar com medidas sanitárias da DGS (moribunda) de Graça de Freitas.

À cautela, as forças polícias vão para Fátima para salvar o "milagre"...

Entretanto, os restantes polícias andam a fazer operações stop e a dar caça a banhistas em praias desertas de gente e alegria, isto quando não são cercados por residentes num qualquer bairro.

Ah!, e então o SNS que resistiu à COVID-19, depois do cancelamento de milhares e milhares de consultas e cirurgias que já provocaram mais mortes do que o próprio vírus.

Ah!, e que dizer da defesa dos ciganos, dentro ou fora de Monforte, na era do espelho meu, espelho meu, há alguém menos racista do que eu?, enquanto estrangeiros, imigrantes e refugiados vivem amontoados em pensões que mais parecem gulags ou campos de concentração.

Ah!, como são firmes aqueles que nos governam e decretam multas de 350 euros para quem não usar máscara, depois de não terem acautelado a protecção individual a tempo e horas.

E Portugal tão vertiginosamente igual...

Nem uma pandemia consegue mudar esta raça de gente.

segunda-feira, 4 de maio de 2020

FILHOS E ENTEADOS... QUEM DIRIA?


Em Portugal, nos momentos de crise, é o ai quem me acuda nos mais diversos sectores.

Infelizmente, o sector da comunicação social está sempre nesta linha da frente da pedinchice.

O poder político (logrão!) apressou-se a usar o dinheiro público - já lá vão 15 milhões - para garantir "boa imprensa", omitindo o espezinhar dos mais novos que abraçam a profissão e todo o tipo de atropelos que abastardam a liberdade de imprensa. 

Mas não chega! 

Nunca chega!

É claro que a receita já vem de longe e não muda, nem para os governantes e políticos nem para os próprios jornalistas seniores e demais "estrelas" principescamente remuneradas.

O resultado está à vista: empresas endividadas, com estruturas de custos surreais,  mais ou menos de mão estendida, obviamente disfarçadamente, sempre à espera de mais um "subsidiozinho" ou de um benefício fiscal para tapar uma gestão pouco profissional e competente.

Chegados a 2020, data da pandemia, lá voltamos à mesma laracha: apoiar a imprensa com mais uma ajudinha porque é um sector indispensável à Democracia.

A presente conjuntura devia obrigar uns e outros a corar, sobretudo a reflectir sobre o valor de outras profissões, desde os médicos, os enfermeiros e até ao mais simples operador de caixa do supermercado perto de casa que nos permitiu ultrapassar o confinamento mais suavemente.

Curiosamente, ou não, ninguém se lembra destes profissionais, entre tantos e tantos outros anónimos, que abnegadamente deram um contributo ímpar e um exemplo de civismo extraordinário, a não ser as generosas e merecidas salvas de palmas.

Os auxílios, nas mais variadas formas, são sempre para os mesmos, desde aqueles que estão sentados à mesa do orçamento até aos outros que gravitam à volta do poder.

E aqui começa outro problema crónico: o Estado, pela mão dos governos e das maiorias conjunturais, lá vai distribuindo umas prebendas às suas clientelas à medida das suas expectativas políticas e interesses partidários.


O sector da comunicação social tem de aprender a viver com os telespectadores, ouvintes e leitores que conquistou e merece.

E até deveria prestar a maior atenção às últimas palavras de Pedro Nuno Santos (ai se os membros do Conselho Europeu sabem!) dirigidas aos privados da TAP.

De facto, nem mesmo uma situação excepcional de pandemia deve obrigar o Estado a pagar os desmandos de privados. muito menos o "Quem quer namorar com o agricultor", o "Big Brother" ou mais uma qualquer "Champions".

É que, em abono da verdade, não vale a pena continuar a fazer de conta: A missão de informar já deixou de ser a jóia da coroa dos grupos de comunicação social há muito tempo.