Num momento de incerteza, interna e externa, o crescente autoritarismo já é uma das marcas do século XXI.
Os sucessivos avanços e recuos na paz, temperados por mais e mais bombardeamentos, por mais e mais bastonada nos cidadãos, fazem parte da realidade vivida em vários sítios, naqueles que estão em guerra e até naqueles que vivem numa aparente normalidade.
Da Palestina à Ucrânia, do Reino Unido à Alemanha e aos Estados Unidos da América, a força dos exércitos, polícias e secretas ganham terreno no mais impune e infame desrespeito pelas leis nacional e internacional.
A época da legalidade assim-assim também assalta Portugal.
Desde a investigação da Spinumviva, que envolve Luís Montenegro, ao concurso dos jogos de fortuna e azar, incluindo os casinos, o ambiente de suspeição paira no dia-a-dia dos cidadãos, ora atónitos, ora alheados.
Até o habitual drama da votação do Orçamento de Estado está reduzido a proclamações musculadas, a que se seguem entendimentos à la carte nas costas do povo, tudo para garantir um desfecho anunciado.
É como se o Estado enfiasse a burca, quando passou a proibir os cidadãos de a usar.
É o absurdo de falar em cessar-fogo, quando as armas continuam a matar.
É a implosão do Estado de direito, quando a segurança é negada numa qualquer esquina, por abandono ou violência.
Um quarto deste século já é suficiente para o alerta: adormecer sobre a conquista de direitos adquiridos é actualmente um perigo tão real quanto as balas, os drones, os mísseis, a repressão brutal e a guerra.
A paz construída na violação de compromissos é tão explosiva quanto o arrasar dos mais elementares direitos individuais, ambos são marcos do retrocesso civilizacional galopante.

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