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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

DAR DEMASIADAMENTE NAS VISTAS


A 13 de Outubro de 2025, durante uma conferência de imprensa, em Bruxelas, Gabriele Nunziati fez a pergunta mais simples e devastadora:

– A União Europeia afirma que a Rússia deve pagar pela reconstrução da Ucrânia. Israel deveria pagar pela reconstrução de Gaza?

Sem resposta, o jornalista da agência de notícias italiana “Nova” foi demitido, pouco tempo depois.

A pergunta continua a assaltar a mente mesmo daqueles, cada vez menos, que ingenuamente ainda acreditam nos valores ocidentais e europeus.

As redes sociais têm permitido muito mais do que estados de alma e teorias da conspiração, pois estão a questionar e a desconstruir os maiores embustes da humanidade que mataram milhões de pessoas.

As atrocidades de Israel em Gaza e na Cisjordânia são do conhecimento global maioritariamente graças aos telemóveis, as "armas" das vítimas do genocídio e dos pobres do século XXI.

Nada continuará a ser igual pelo que se percebe a reacção de pavor dos pequenos cúmplices e afins.

A eleição de Zohran Mandani é a primeira grande reposta dos cidadãos ao "Estado de loucos".

A cidade de Nova Iorque, com mais de 10% de judeus, ou seja um número superior ao existente na capital de Israel, foi capaz de eleger um presidente muçulmano.

O que se segue?

Mais atentados gigantescos, para confundir os cidadãos?

A invasão e esmagamento de mais e mais países?

A repetição de assassinatos políticos, como aquele de 22 de Novembro de 1963, em que John F. Kennedy foi assassinado em Dallas?

Os senhores da guerra – Netanhyau, Putin, Trump, entre outros –, estão a dar demasiadamente nas vistas, têm cada vez menos margem para operações negras (militares e secretas), pois perderam o controlo da informação global.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

FACÍNORAS AINDA MAIS EXPOSTOS


O alarme internacional foi dado a 2 de Novembro, quando Yifat Tomer-Yerushalmi foi dada como desaparecida.

Dois dias antes, a major-general do IDF, a primeira mulher a liderar o Corpo de Advogados Geral Militar de Israel, depois de alegadamente se demitir, deixava uma nota à família – "Amo-vos, cuidem-se".

Em causa a autorização para a divulgação de um vídeo comprovando a tortura e os abusos sexuais sobre detidos palestinianos suspeitos de envolvimento com o Hamas em Sde Teiman, instalação de detenção militar localizada no deserto do Negev, em Israel.

As reacções da ONU, que classificou estes actos como "tortura generalizada e sistémica", incluindo violência sexual, e de outras organizações internacionais, como a B'Tselem, assaltaram as redes sociais e os Media nacionais e internacionais.

O caso foi tão sério que os Estados cúmplices do genocídio em Gaza mantiveram um rigoroso silêncio, que se arrasta pesadamente desde a revelação das imagens transmitidas pelo Canal 12 de Israel, a 7 Agosto de 2024.

As reacções de Benjamin Netanyahu, e demais membros do governo de Israel, estiveram à altura dos mais reles facínoras ainda mais expostos, condenando a fuga de informação, mas nunca os crimes em si.

E faltava o hino à farsa do sistema judicial militar israelita: os cinco soldados israelitas acusados de abuso agravado surgiram em conferência de imprensa, a 2 de Novembro, com máscaras para ocultar as suas identidades, dificultando a investigação de crimes de guerra do TPI.

Yifat Tomer-Yerushalmi é mais um exemplo da importância da cidadania, a única acção que actualmente pode travar os assassinos impunes que lideram Israel.

Resta esperar que a militar israelita, com um curriculum ímpar, não acabe assassinada numa cela de prisão, ou tenha o mesmo fim de Eliran Mizrachi, o soldado israelita que se suicidou para não ter de regressar a Gaza.

Ou ainda que tenha de percorrer o mesmo calvário de Edward Snowden e Julian Assange, entre outros, que não se conformam com o terrorismo de Estado.


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

RETROCESSO CIVILIZACIONAL GALOPANTE


Num momento de incerteza, interna e externa, o crescente autoritarismo já é uma das marcas do século XXI.

Os sucessivos avanços e recuos na paz, temperados por mais e mais bombardeamentos, por mais e mais bastonada nos cidadãos, fazem parte da realidade vivida em vários sítios, naqueles que estão em guerra e até naqueles que vivem numa aparente normalidade.

Da Palestina à Ucrânia, do Reino Unido à Alemanha e aos Estados Unidos da América, a força dos exércitos, polícias e secretas ganham terreno no mais impune e infame desrespeito pelas leis nacional e internacional.

A época da legalidade assim-assim também assalta Portugal.

Desde a investigação da Spinumviva, que envolve Luís Montenegro, ao concurso dos jogos de fortuna e azar, incluindo os casinos, o ambiente de suspeição paira no dia-a-dia dos cidadãos, ora atónitos, ora alheados.

Até o habitual drama da votação do Orçamento de Estado está reduzido a proclamações musculadas, a que se seguem entendimentos à la carte nas costas do povo, tudo para garantir um desfecho anunciado.

É como se o Estado enfiasse a burca, quando passou a proibir os cidadãos de a usar.

É o absurdo de falar em cessar-fogo, quando as armas continuam a matar.

É a implosão do Estado de direito, quando a segurança é negada numa qualquer esquina, por abandono ou violência.

Um quarto deste século já é suficiente para o alerta: adormecer sobre a conquista de direitos adquiridos é actualmente um perigo tão real quanto as balas, os drones, os mísseis, a repressão brutal e a guerra.

A paz construída na violação de compromissos é tão explosiva quanto o arrasar dos mais elementares direitos individuais, ambos são marcos do retrocesso civilizacional galopante.

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

MÁQUINA DE GUERRA IMPARÁVEL


As manifestações gigantescas por todo o Mundo têm sido impotentes para demover os senhores do poder.

O desenvolvimento das actuais três guerras mais mediáticas não deixa quaisquer dúvidas.

A invasão russa à Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, continua há 1334 dias.

A guerra civil no Sudão, que começou com confrontos entre as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Apoio Rápido, a 15 de abril de 2023, já dura há 908 dias.

A guerra em Gaza, só a partir de 7 de Outubro de 2023, já conta 744 dias, com cessar-fogo para fazer de conta.

A lógica do rearmamento mundial está instalada, de acordo com os dados revelados pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI).

O gasto total acumulado de 2022 a 2024 ultrapassa os 7 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de mais de 20%.

Nem as imagens brutais do genocídio e dos mortos, feridos e deslocados conseguem calar as armas: os conflitos armados, desde 2022, já causaram mais de 1 milhão de mortes (combatentes e civis).

A linha de não-retorno para os gastos militares mundiais já foi superada, com um aumento irreversível que já ultrapassa os níveis da Guerra Fria.

A cada dia que passa, a cada investimento anunciado em armas, a máquina de guerra imparável torna mais difícil evitar o inevitável: a III guerra mundial.


segunda-feira, 13 de outubro de 2025

ARMADILHA FATAL


Quando assassinos, ditadores e cúmplices são aclamados por fazerem a paz, então é caso para perguntar: o Mundo enlouqueceu?

A paz no Médio Oriente assenta no maior genocídio do século XXI, em Gaza, liderado e protagonizado pelos senhores da guerra que fizeram, alimentaram e prolongaram a matança de dezenas de milhares de civis inocentes (crianças, idosos e mulheres)

É quase roçar o insulto ter de assistir a Benjamin Netanyahu, indiciado como criminoso de guerra, a partilhar os louros de uma trégua imposta com Donald Trump, que ainda se arvora merecedor de reconhecimento.

A realidade nos territórios ocupados (Cisjordânia) é de uma monstruosidade tal que a esperança só pode ser também a última a morrer.

A ignomínia é tal que os algozes insistem em Tony Blair, um dos carniceiros do Iraque, para liderar o destino dos palestinianos, uma opção só com paralelo numa putativa preferência de Dmitry Medvedev para proteger o futuro dos ucranianos.

Quando os eleitores reconduzem e premeiam governantes e autarcas que fogem às suas responsabilidades, então também é caso para perguntar: os portugueses ensandeceram?

A vitória do PSD é assinalável, num momento em que Luís Montenegro prolonga um braço-de-ferro com a Justiça e continua a falhar clamorosamente todas as promessas eleitorais.

A vitória de Carlos Moedas, em Lisboa, ainda que à tangente, novamente, depois do que se passou em relação ao elevador da Glória, ainda é mais inaudita.

Enquanto o colectivo continuar a sucumbir a um pragmatismo que os condena a mais e mais guerras, a mais e mais fome, então as dúvidas sobre o futuro serão ainda maiores e mais perigosas.

Os cidadãos e eleitores não estão condenados a cair nesta armadilha fatal, política, religiosa e mediática, têm que ser os motores de alternativas.

As armas, a força, o arbítrio e a injustiça falharam sempre.



segunda-feira, 6 de outubro de 2025

PASSO PARA O SUICÍDIO POLÍTICO


O regresso ao colonialismo esmagador e à repressão brutal dos direitos de autodeterminação teve resposta à altura.

Os 2,5 a 3 milhões de cidadãos que se manifestaram contra o genocídio e o rapto dos activistas da frota da Liberdade, de 1 a 5 de Outubro, demonstraram inequivocamente a falência da presnte política dos governos ocidentais.

É a resposta avassaladora aos cúmplices, às democracias dos Estados Unidos da América, Alemanha, Inglaterra, entre outros, e às ditaduras dos Estados árabes e muçulmanos.

Os bombardeamentos, a matança à fome e as deslocações forçadas, perpetradas na Palestina por Israel, a única democracia do Médio Oriente, são um retrocesso civilizacional inaceitável para as sociedades actuais.

Em Portugal, a recepção entusiástica a Diogo Chaves, Miguel Duarte, Mariana Mortágua e Sofia Aparício é reveladora do sentimento dos portugueses, exceptuando reacções minoritárias e radicais de alguns governantes e políticos.

Os líderes do PS e PSD estão amarrados a compromissos inconfessáveis, não lhes permitindo compreender que os valores do humanismo importam mais no século XXI do que qualquer ideologia partidária.

A Iniciativa Liberal deixou cair a máscara, incapaz de fazer a diferença com os partidos arcaicos de esquerda e de direita, aliás respaldados pelo trágico silêncio oficial da Igreja portuguesa.

É a cidadania, liderada pelos jovens, contra as barbáries, seja qual for a latitude, são as escolhas universais que deverão ser traduzidas nas urnas, pelo que desvalorizá-las é o primeiro passo para o suicídio político.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

QUANDO AS ARMAS NÃO INTIMIDAM


A “Frota da Liberdade” está a chegar, já está a menos de 300 milhas das águas palestinianas.

Mais de 50 barcos, com cerca de 250 a 300 toneladas de ajuda humanitária (alimentos, remédios, próteses infantis e kits de dessalinização de água), constituem o maior desafio à cumplicidade e silêncio da comunidade internacional face ao genocídio em Gaza.

São 532 (activistas, parlamentares, médicos, jornalistas e outros voluntários de mais de 44 países de 6 continentes), a bordo das embarcações.

A menos de 1 a 2 dias de quebrar o bloqueio a Gaza, que dura há mais de 18 anos, a ONU e os especialistas em direitos humanos exigem passagem segura, com base no direito internacional e nas decisões da Corte Internacional de Justiça.

Os criminosos que ameaçam a civilização sabem que o planeta está a seguir em direto (globalsumudflotilla.org) às últimas horas antes dos barcos desarmados chegarem a Gaza.

A ajuda humanitária é uma inequívoca prioridade, quando a cidadania fala mais alto, quando as armas não intimidam.

Chegou a hora da verdade para Donald Trump, Benjamin Netanhyau e demais facínoras que têm de ser responsabilizados no sítio certo: nas urnas dos votos e nos tribunais internacionais.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

PALESTINA: DECISÃO HISTÓRICA


A escravatura e o colonialismo fazem parte do passado.

Haiti (XVIII), Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela (XIX), e África do Sul, Angola, Argélia, Gana, Índia, Indonésia e Vietnam (XX), entre outros, resultaram de lutas pela autodeterminação protagonizadas por movimentos independentistas.

A subjugação de povos, pela força e ocupação territorial, não pode fazer parte do século XXI.

A decisão histórica de mais 10 países terem reconhecido a Palestina, agora são 151, 80% dos Estados membros da ONU, é um inevitável passo em frente, ainda que tardio.

A guerra entre israelitas e palestinianos deixou de ter qualquer racionalidade, desde os Acordos de Oslo (1993 e 1995), que marcou o reconhecimento mútuo.

O arrastamento do conflito, durante mais de 77 anos, apenas serviu os interesses dos extremistas e assassinos de ambos os lados.

O futuro do Estado da Palestina terá de ser decidido pelos palestinianos.

Nenhuma potência, beligerante e ocupante, tem o direito de condicionar essa escolha, muito menos impor os seus termos.

Por mais barbárie, por mais mortes inocentes, por mais força e armas, não é possível liquidar uma ideia nem uma causa justa.

O isolamento dos Estados Unidos da América e de Israel é brutal.

Donald Trump e Benjamin Netanyahu não o percebem, porque ambos representam um passado sanguinário e decadente.

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

CICLO DE VIOLÊNCIA INFERNAL



Os números impressionam: 2,7 milhões de milhões de dólares foram gastos em armas em 2024, segundo dados oficiais da ONU.

A receita para distrair os cidadãos em relação a estes dados horrendos tem sido, é e continua a ser criativa, mas sempre mentirosa, como comprova a tentativa sistemática de reescrever o conflito entre israelitas e palestinianos.

Face ao ciclo de violência infernal, António Guterres teve a coragem de o afirmar no Conselho de Segurança da ONU, a 24 de Outubro de 2023: «A guerra não começou a 7 de Outubro de 2023».

A reacção furiosa de Israel não intimidou Francesca Albanese, relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados, que lembrou, a 15 de Agosto passado, que o Hamas não deve ser visto apenas como um grupo armado.

Ao recordar que o Hamas chegou ao poder em eleições (2005), aliás com a ajuda de Benjamin Netanyahu, fica fácil perceber que o processo contra Israel tenha sido aberto pela África do Sul no Tribunal Internacional de Justiça, a 29 de dezembro de 2023.

O ANC (Congresso Nacional Africano), que começou como um movimento de libertação pacífico, acabou por recorrer à luta armada, através do seu braço armado (MK), é a melhor prova.

Só em 1990, com a negociação aberta pelo regime do apartheid, foi possível iniciar o caminho para a paz e para o que é actualmente a África do Sul.

O genocídio em Gaza deveria merecer outro escrutínio, de forma a compreender o que está na sua origem, pois só assim é possível chegar a uma solução de paz.


segunda-feira, 8 de setembro de 2025

DA GLÓRIA AO PÂNTANO

 

Acidente no Elevador da Glória, a 3 de Setembro de 2025: 16 mortos e mais de 20 feridos;

Incêndios de Pedrógão Grande, em Junho de 2017: 66 mortos e mais de 250 feridos;

Queda da Ponte de Entre-os-Rios, a 4 de Março de 2001: 59 mortos;

Acidente aéreo em Santa Maria, Açores, a 8 de Fevereiro de 1989: 144 mortos;

Colisão ferroviária de Alcafache, a 11 de Setembro de 1985: 120 mortos

Acidente aéreo no Funchal, Madeira, a 19 de Novembro de 1977: 131 mortos

Cheias de Lisboa e Loures, a 25 e 26 de Novembro de 1967: oficialmente mais de 500 mortos.

O que têm em comum as 7 maiores tragédias de Portugal?

A tentativa sistemática de confusão entre a responsabilidade política, técnica e criminal.

A repetição assusta, as consequências da impunidade ainda mais.

A responsabilidade política não implica culpa objectiva, pelo que a demissão é uma atitude de consciência que honra a melhor tradição republicana.

Por sua vez, a responsabilidade técnica não só implica a demissão como consequências criminais.

A responsabilidade criminal é a última das conclusões, com um tempo diferente.

Depois do acidente do elevador da Glória nem uma demissão.

Nem mesmo a nota informativa, “muito rica”, foi capaz de confirmar um dado tão elementar quanto crucial: quantos passageiros estavam a bordo no funicular acidentado?

A desgraça de Lisboa faz lembrar outra tragédia, mesmo em frente do Taj Mahal, em Mumbai, na Índia, em 2024, envolvendo um barco turístico com excesso de passageiros.

Cinquenta anos depois de Abril ainda há uma escória que tenta confundir os cidadãos, usando a evidência dos princípios democráticos à medida das cores partidárias e dos interesses e objectivos pessoais.

O presidente da Câmara de Lisboa devia ter seguido o exemplo de Jorge Coelho.

Independentemente da qualidade do governante e político, o socialista soube estar à altura da tragédia de Entre-Os-Rios, demitindo-se do governo liderado por António Guterres.

Não o tendo feito, Carlos Moedas desiludiu, hipotecando a credibilidade, a confiança e o futuro.

O regime democrático continua no pântano.

 

 


segunda-feira, 1 de setembro de 2025

PALAVRAS PRESIDENCIAIS OCAS


À medida da falência da União Europeia, em termos estratégicos e militares, na actual conjuntura de guerras na Ucrânia e em Gaza, entre outras, Marcelo Rebelo de Sousa entrou novamente em cena de cabeça perdida.

Fica mais uma intervenção desastrosa: classificar Donald Trump como um activo russo.

Felizmente, externamente, tal como internamente, já ninguém leva a sério o inquilino de Belém.

Porém é útil avaliar os extremos de impunidade e dissimulação que têm caracterizado os dois mandatos presidenciais.

Por um lado, enterrado na subserviência a Israel, manobras de diversão à parte, Marcelo Rebelo de Sousa atinge novo pico de desatino político, atirando uma pedrada a quem, genuína ou dissimuladamente, ainda tenta a paz.

Por outro, o alinhamento com o Reino Unido, sem apelo nem agavo, é mais uma prova do fingimento grotesco ao nível internacional.

É bem verdade que a condução da política externa é da responsabilidade de Bruxelas, perdão, do governo da República.

Mas para quem enche a boca com os imigrantes e os direitos humanos não deixa de ser burlesco a dualidade em relação aos massacres de idosos, crianças e mulheres em directo e a cores.

Se alguns tentam justificar o injustificável com interesses de Estado, então ao menos que se calem as vozes que continuam a aviltar a dignidade dos portugueses.

Mergulhados no caos que continua a ser abafado ou camuflado, Portugal está à mercê das palavras presidenciais ocas.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

MESMO À FRENTE DOS NOSSOS OLHOS


Mais de 400 mil israelitas em Jerusalém e outras centenas de milhares em Israel clamaram pelo fim da guerra e pela libertação dos reféns nas mãos do Hamas.

O clamor não foi suficiente para demover Benjamin Netanyahu e os restantes criminosos de guerra do governo que lidera.

É uma tragédia que pode ser comparada com o que se passa com os incêndios em Portugal: a mesma dor, o mesmo sofrimento, a mesma indignação, a mesma impunidade.

A questão é que os cidadãos da democracia israelita são informados, activos e fortes, enquanto a cidadania em Portugal é quase inexistente.

Os exemplos são vários: escola, habitação, justiça, saúde e segurança comprovam este estado de letargia incompreensível.

Ainda traumatizados pelos excessos do PREC, os portugueses tardam em despertar, convencidos que o Estado, o governo e as instituições lhes vão valer.

Que não haja ilusões: as duas grandes prioridades dos governantes são o dinheiro (clientelas) e a força (poder).

O resto será sempre o resto, enquanto não forem obrigados a inverter as prioridades.

O mais grave é que a história nos ensina que em situações extremas de bloqueio, qualquer que seja o regime, há sempre uma guerra fabricada para garantir a união nacional.

Gaza (Palestina), Darfour (Sudão), Kiev (Ucrânia), entre outros palcos da infinita grosseria, estão mesmo à frente dos nossos olhos.




segunda-feira, 11 de agosto de 2025

HUMANISMO É A NOVA COMMODITY DO SÉCULO XXI


Os esgotamentos do colectivismo, do mercado e do modelo das democracias estão a fazer ruir um Mundo imperfeito que ainda se orgulhava de um denominador comum de valores universais. 

Cidadãos fogem das ditaduras para serem capturados por sociedades em que se ganha dinheiro com a morte, a doença, a exclusão, as armas e todo o tipo de tráficos.

Se o sonho da liberdade individual continua a falar mais alto, a actual realidade do Estado no Ocidente dá provas de uma regressão sem par.

Actualmente, o governo eleito de Israel, contra a vontade de cerca de 70% dos israelitas, pode continuar a levar a cabo impunemente o genocídio em Gaza.

Um ditador sanguinário pode invadir a Ucrânia, tendo como garantido que nada lhe pode acontecer, porque é uma potência nuclear.

No Sudão, em Darfur, a ganância divide uma sociedade em que uns e outros se matam, perante a comunidade internacional alheada.

O humanismo é a nova commodity do século XXI que se compra e vende à medida da alta corrupção, de interesses instalados e de falsas razões de Estado.

É a conjuntura mais alarmante de sempre, com a guerra também instalada noutros lugares vítimas da selvajaria humana, em que os direitos humanos passaram a ser fantasia ou mera retórica.

Na Palestina não caem anjos do céu, apenas bombas ou comida que chega a matar crianças esfaimadas.

A derradeira esperança de uma voz que alerte para o opróbrio desaparece à medida que os jornalistas e os socorristas continuam a tombar.

 

 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

ENTRE CANALHAS ASSUMIDOS E FALSOS CORDEIROS

 
No momento em que está aberta a polémica sobre a disciplina de cidadania, a questão mais premente continua a ser ignorada.

Se a educação sexual e a literacia financeira são importantes na escola, derivas ideológicas à parte, o reforço de outros valores é tão ou ainda mais decisivo.

Os exemplos atropelam-se.

O país continua a arder sem que os responsáveis assumam as consequências das suas leis.

Os doentes morrem, por falta de socorro e cuidados de saúde, sendo que os responsáveis ainda se atrevem a fazer fugas em frente para melhor escapar ao juízo da comunidade.

Em Gaza, responsáveis e cúmplices do genocídio dos palestinianos, pasme-se, indignam-se pelo não agradecimento das tardias migalhas oferecidas e até garantem mais tempo para o crime hediondo continuar.

A questão é fornecer as ferramentas indispensáveis para destrinçar aqueles que, mesmo sabendo o que são, enganam os mais jovens e vulneráveis através de falsas razões de Estado e golpes de marketing para parecerem aquilo que não são.

Os valores da cidadania ganham ainda mais importância quando o MP cava a sete pés da acção penal, em tempo útil, face ao poder executivo e administrativo, por falta de meios ou vontade para agir.

Em suma, a distinção entre canalhas assumidos e falsos cordeiros é um exercício primordial num regime democrático.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

A BARBÁRIE COMEÇOU ASSIM



António Guterres fala de crise moral por causa do genocídio em Gaza, à custa de bombas, fome e deslocação forçada de milhões de palestinianos.

A questão não é de agora, nem de hoje.

Seria fastidioso, quiçá impossível, enumerar os múltiplos massacres e atropelos ao direito internacional, mas basta recuar algumas décadas para o comprovar.

Desde logo pela história da Palestina, cuja resistência de mais de 70 anos continua a corcovar Israel.

A impunidade das super potências, e dos seus apaniguados, agravada pela globalização selvagem, não deixa quaisquer dúvidas.

Os negócios de Estado, as amarras e as cumplicidades entre democracias e ditaduras têm feito o resto.

O espectáculo é pavoroso, com o poder e o dinheiro a matarem indiscriminadamente e a fazerem a civilização recuar décadas.

As imagens da destruição na Ucrânia e da fome generalizada em Gaza, sem esquecer África, servem de alerta.

A barbárie começou assim com Adolf Hitler.

No século XXI será assim com Herzog, Jinping, Meloni, Merz, Netanyahu, Putin, Starmer, e Trump, entre outros cúmplices menos relevantes, mas também decisivos?

segunda-feira, 21 de julho de 2025

FALTAM NOVAS LUZES


Não há nada mais politicamente abjecto do que sacrificar seres humanos para atingir objectivos inconfessáveis.

No dia-a-dia, na paz como na guerra, só canalhas sem escrúpulos usam o seu poder e influência para desprezar os mais básicos direitos humanos: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
 
Uns e outros, de um lado e do outro, vestem peles de cordeiro para disfarçar a crueldade e o sadismo, pois não há nada mais criminoso do que imolar inocentes.
 
Em Gaza morrem e são mortos mulheres, homens, idosos e crianças em nome do fundamentalismo religioso, ideológico, imperialista e expansionista.
 
A imigração é também pasto para os facínoras que, em nome da falsa solidariedade, apenas visam garantir abundante trabalho escravo, nem que seja à custa de condições infra-humanas.
 
Confortados pela máquina da propaganda, ameaçados pela liberdade das redes sociais, a chusma mente, dribla e promete descaradamente humanismo enquanto destrói sem olhar a meios.
 
Nunca o Estado teve tantos meios de controlo, repressão, intimidação e humilhação dos cidadãos que não se conformam com iniquidade.
 
Nem a lei os protege de governantes, líderes e políticos rascas sem limites de sede pelo poder.
 
O Estado de Direito, nacional e internacional, está a morrer à nossa frente, mesmo nos países que alguns insistem em chamar democracias ocidentais.
 
A selvajaria, o arbítrio, a força bruta e a ignorância fazem o seu intrépido caminho, garantindo que os tais objectivos inconfessáveis, de uns e outros, sejam atingidos à boleia dos votos ou da vontade do ditador.
 
A nossa época não é a Idade Média, é muito pior, porque se mata, condena e esmaga sem mito nem magia, apenas por domínio e dinheiro, com a aquiescência ou indiferença colectivas.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

SORRIR, SORRIR, SORRIR


A realidade insiste em superar todos os piores cenários

Os bebés morrem, os suspeitos são torturados na polícia, as vítimas de acidentes e os cidadãos esperam décadas pelos julgamentos e as mulheres continuam a ser vítimas de violência doméstica.

Estes são apenas um par de exemplos de um país de faz-de-conta em que afinal apenas a máquina fiscal mais parece ter o direito implacável de esbulho e extorsão, pois qualquer reclamação exigiria anos e anos sem fim.

O vómito constante de falsas quimeras e promessas, com a cumplicidade activa e passiva da comunicação social, fecha o ciclo infernal da existência a que uns e outros lá se vão habituando.

O resultado é um desvario ilimitado, em que o autoritarismo e a violação deliberada da lei, que estão a vir à tona, fazem parte do pacote de total impunidade.

O feitiço é de monta: a responsabilidade passou a ser a irresponsabilidade assumida travestida de uma qualquer espécie de dignidade.

Resta saber se é a vertigem da guerra que está a conduzir a sociedade ao delírio, ou se é o delírio global que nos está a empurrar para mais uma guerra mundial.

O exemplo de Gaza é apenas um sintoma do futuro que está a ser desenhado com a conivência geral.

O mais extraordinário é que os responsáveis por esta trapalhada, desde os governantes aos cidadãos que os elegem, continuam a sorrir, sorrir, sorrir, ainda que ninguém consiga descortinar qual o motivo de tanto contentamento.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

BBC: IMPRENSA DE REFERÊNCIA OUT



Nos dias que correm falar de imprensa livre e independente é uma piada de péssimo gosto.

Ainda melhor: já não existe uma cultura nos Media de contrapoder, apenas esforçados, eunucos e serviçais que aspiram a uma assessoria ou um qualquer tacho dado pelo poder.

A realidade é imposta por mercenários e afins que assaltaram a gestão da Comunicação Social há demasiado tempo, sempre disponíveis para a rolha ou perseguir um jornalista para salvaguardar uma velhice dourada.

Obviamente, há excepcões, ainda que nem à lupa seja possivel encontrar alguém que possa aspirar a uma qualquer semelhança com Katharine Graham.

A triste realidade, com enorme prejuízo para os cidadãos, é bem espelhada pelo que está a acontecer na BBC, um farol de credibilidade que virou anedota no Reino Unido.

Mais grave ainda: o funeral da imprensa independente e livre é simbolizado por Keir Starmer, o pior da esquerda, um serviço que lhe pode valer honrarias, mas nunca o respeito da cidadania.














segunda-feira, 30 de junho de 2025

ESPERANÇA NO NOVO PRESIDENTE


É a realidade que disparou com José Sócrates, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, e que o actual primeiro-ministro cavalga com mestria.

O recurso de Luís Montenegro para o Tribunal Constitucional, no âmbito do caso Spinumviva, faz parte de um país que já nem dá conta do pântano em que chafurda.

Nada, nem a multiplicacão das mortes por falta de socorro e assistência travam a caminhada olímpica da vertiginosa impunidade política.

Fartos de campanhas, promessas e eleições, os portugueses varrem para debaixo do tapete as excrescências políticas julgando assim poder alcançar soluções.

A estabilidade podre é engano de monta.

Enquanto a elite é atafulhada com fundos comunitários, e agora o PRR, numa orgia gastadora a qualquer preço, a propaganda convence os incautos.

Até a política externa bateu fundo, por força da subserviência crónica em relação a Bruxelas.

Nunca em nenhum momento, desde o 25 de Abril, o embuste atingiu uma tal dimensão e eficácia, ao ponto de nem o custo da deriva armamentista fazer soar os alarmes.

Não será preciso muito tempo para fazer ruir esta fantochada grotesca, basta Portugal passar a ser contribuinte líquido na União Europeia.

A credibilidade está a ser consumida a uma velocidade tão vertiginosa quanto a dívida, com a agravante do encolher dos ombros generalizado.

Última esperança: a eleição do presidente da República, em 2026, será decisiva.




segunda-feira, 23 de junho de 2025

A ESPECTACULAR CORRIDA À FARINHA E AO URÂNIO


Mesmo num Mundo de criminosos de colarinho e punhos brancos, as realidades da Palestina e do Irão são assombrosas.

Em Gaza, milhares de palestinianos esfomeados correm desesperadamente por um saco de farinha, sendo chacinados pelo exército israelita ou pelos mercenários contratados.

No Irão, o ataque de Donald Trump atinge instalações nucleares iranianas, cujo urânio enriquecido foi atempadamente deslocado para outro lugar.

Estoira Cristal no Kremlin: se Israel e USA podem atacar Gaza e Teerão (para não falar de Bagdade, Beirute, Bósnia, Cartum, Damasco, Kosovo, Mogadíscio, Saná, Servia, Tripoli, etc.), por que razão a Rússia de Putin não pode invadir a Ucrânia e vizinhos?

Pelas mesmas razões, Xi Jinping ganhou a força do universo de todas as cores do bem-fadado fogo-de-artifício chinês para invadir Taiwan quando melhor entender e lhe aprouver.

No meio desta balbúrdia de novos facínoras, que exibem o poderio militar em vez de dinheiro vivo, pouca resta da União Europeia afundada na geometria variável da alta corrupção, na irrelevância geoestratégica e na referência civilizacional perdida.

C’est la vie: as migalhas serão espalhadas por uns quantos, desde logo pelos que agora são chamados a reconstruir o programa nuclear que antes ajudaram a construir no Irão.

Entretanto, em Portugal, os órgãos de soberania calados como ratos, tal e qual como o líder da oposição, André Ventura, quando deviam dar explicações aos portugueses abismados com tanta farsa e impunidade internacionais.

No regime democrático, tal como com Salazar, as Lajes (1941) continuam ao serviço da ignomínia norte-americana e inglesa, a troco da passadeira vermelha para umas vassalagens na Sala Oval, no 10 de Downing Street e para uns restos que mais nenhum país quer.

Para trás, muito lá para trás da omissão hedionda, os palestinianos estão condenados a continuar a correr atrás de um saco de farinha, porque a desinformação de Estado não tem contraponto e a humanidade está a esvair-se no primeiro quarto do século XXI.