segunda-feira, 4 de agosto de 2025
ENTRE CANALHAS ASSUMIDOS E FALSOS CORDEIROS
segunda-feira, 28 de julho de 2025
A BARBÁRIE COMEÇOU ASSIM
segunda-feira, 21 de julho de 2025
FALTAM NOVAS LUZES
Não há nada mais politicamente abjecto do que sacrificar seres humanos para atingir objectivos inconfessáveis.
segunda-feira, 14 de julho de 2025
SORRIR, SORRIR, SORRIR
segunda-feira, 7 de julho de 2025
BBC: IMPRENSA DE REFERÊNCIA OUT
segunda-feira, 30 de junho de 2025
ESPERANÇA NO NOVO PRESIDENTE
segunda-feira, 23 de junho de 2025
A ESPECTACULAR CORRIDA À FARINHA E AO URÂNIO
Mesmo num Mundo de criminosos de colarinho e punhos brancos, as realidades da Palestina e do Irão são assombrosas.
Em Gaza, milhares de palestinianos esfomeados correm desesperadamente por um saco de farinha, sendo chacinados pelo exército israelita ou pelos mercenários contratados.
No Irão, o ataque de Donald Trump atinge instalações nucleares iranianas, cujo urânio enriquecido foi atempadamente deslocado para outro lugar.
Estoira Cristal no Kremlin: se Israel e USA podem atacar Gaza e Teerão (para não falar de Bagdade, Beirute, Bósnia, Cartum, Damasco, Kosovo, Mogadíscio, Saná, Servia, Tripoli, etc.), por que razão a Rússia de Putin não pode invadir a Ucrânia e vizinhos?
Pelas mesmas razões, Xi Jinping ganhou a força do universo de todas as cores do bem-fadado fogo-de-artifício chinês para invadir Taiwan quando melhor entender e lhe aprouver.
No meio desta balbúrdia de novos facínoras, que exibem o poderio militar em vez de dinheiro vivo, pouca resta da União Europeia afundada na geometria variável da alta corrupção, na irrelevância geoestratégica e na referência civilizacional perdida.
C’est la vie: as migalhas serão espalhadas por uns quantos, desde logo pelos que agora são chamados a reconstruir o programa nuclear que antes ajudaram a construir no Irão.
Entretanto, em Portugal, os órgãos de soberania calados como ratos, tal e qual como o líder da oposição, André Ventura, quando deviam dar explicações aos portugueses abismados com tanta farsa e impunidade internacionais.
No regime democrático, tal como com Salazar, as Lajes (1941) continuam ao serviço da ignomínia norte-americana e inglesa, a troco da passadeira vermelha para umas vassalagens na Sala Oval, no 10 de Downing Street e para uns restos que mais nenhum país quer.
Para trás, muito lá para trás da omissão hedionda, os palestinianos estão condenados a continuar a correr atrás de um saco de farinha, porque a desinformação de Estado não tem contraponto e a humanidade está a esvair-se no primeiro quarto do século XXI.
segunda-feira, 16 de junho de 2025
MÉDIO ORIENTE: NUCLEAR E PAZ
A proliferação de armas nucleares, nas últimas seis décadas, tem evitado guerras mundiais.
Por mais paradoxal, a destruição total mútua tem sido um dissuasor eficaz, aliás confirmado com o arrastamento da invasão russa da Ucrânia.
Os conflitos adormecidos das duas Coreias e da Índia com o Paquistão, os quatro com capacidade nuclear, também são exemplos flagrantes de que o equilíbrio do terror tem garantido a paz regional e global.
A guerra no Médio Oriente é a mais recente e terrível confirmação, tendo em conta as aspirações hegemónicas e expansionistas de Irão e Israel.
A supremacia militar israelita só tem resultado em mais morte, no genocídio dos palestinianos, apesar de ser a única democracia da região, e agora na grotesca aventura do ataque ao Irão.
Mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos ataques e bombardeamentos, com mais ou menos dólares, com mais ou menos vítimas civis, os iranianos terão as suas bombas nucleares.
A inevitável corrida nuclear na região, desde logo da parte da Arábia Saudita, será assim inevitável e incontornável.
Apesar de todos os riscos, só a capacidade nuclear de vários países no Médio Oriente é capaz de garantir a paz numa das zonas do Mundo mais martirizadas pelas armas.
A conclusão está
em linha com os actuais tempos monstruosos, em que governantes eleitos, como Benjamin
Netanyahu, se confundem com os ditadores, como Ali Khamenei.
segunda-feira, 9 de junho de 2025
NOVO GOVERNO, COM NOVO CAMPEÃO
A tomada de posse do XXV governo constitucional coincidiu com mais uma grande vitória do futebol português, com destaque para o extraordinário jovem Nuno Mendes.
A conquista da Liga das Nações é
um motivo de orgulho nacional, mas também é uma responsabilidade acrescida para
a governação e a oposição, pois está dado o exemplo que alguns portugueses são
capazes ao mais alto nível.
Fora o folclore e a histeria de
Marcelo Rebelo de Sousa fica outra certeza: Luís Montenegro arranca sem qualquer
desculpa para falhar, nem Amadeu Guerra estragou a festa.
Duas novidades de monta: Ana Paula
Martins e Gonçalo Matias.
A recondução da ministra da Saúde
evitou um escândalo nacional, com um critério para o primeiro-ministro e outro
para a ministra da Saúde, sendo que assim pelo menos se manteve alguma
coerência.
A escolha de Gonçalo Matias, para
a pasta da Reforma da Administração, é uma lufada de ar fresco, que tanto pode
condenar politicamente Luís Montenegro como garantir-lhe a estabilidade que
prometeu.
Se os portugueses já estão
habituados a promessas falhadas, o governo tem de se conformar com a
interpretação dos resultados eleitorais: rédea curta.
Do lado da oposição, André
Ventura deu mais um passo gigante para poder continuar a sonhar com São Bento,
mas é preciso mais do que berrar pelo combate à corrupção, ou seja, é preciso
dar autonomia financeira aos magistrados.
O caos no SNS, a lentidão na
Justiça, a insegurança associada à imigração, a escola aos trambolhões, os
ventos do défice, os perigos do crescimento anémico e os fumos de corrupção não
desapareceram com uma vitória na bola, nem com um novo governo empossado.
segunda-feira, 2 de junho de 2025
ESTABILIDADE À MARCELO
É o padrão dos dois mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa: a estabilidade à martelada conta mais do que a credibilidade do regime democrático.
Foi assim em todos os casos que sobressaltaram Belém, desde Angola às gémeas, em que subsistiram as dúvidas que contribuíram para o apodrecimento da vida política.
Esgotados os afectos e os mergulhos de Verão, a realidade está à vista, com as críticas dos mais diferentes sectores, da esquerda à direita, a flagelaram politicamente quem devia estar acima de qualquer questiúncula partidária e política.
Não é por repetir até à exaustão a estabilidade, apesar da declaração de Amadeu Guerra sobre o caso Spinumviva, que os cidadãos podem ficar descansados, porque o caldo instalado é o mesmo que levou às sucessivas crises e dissoluções do Parlamento.
O PS não perdeu a oportunidade, apesar de politicamente moribundo, para denunciar a inconsistência presidencial.
António José Seguro, candidato presidencial, clamou pela responsabilidade política dos escandalosos casos no SNS e pela surrealista prescrição da multa que a Autoridade da Transparência aplicou aos Bancos.
José Luís Carneiro foi mais longe, alertando para o potencial absurdo de Ana Paula Martins poder ser corrida da governação por causa da crise do INEM, enquanto Luís Montenegro assume a liderança do XXV governo antes do resultado da averiguação preventiva à Spinumviva.
Aliás, ainda no mesmo sentido, as palavras de Gouveia e Melo e de Rui Rio são tão arrasadoras para o inquilino de Belém que chegam a rasar o agravo institucional e político.
As sucessivas apresentações de candidaturas, a mais de 8 meses da eleição presidencial, são a prova de que já não há paciência para a vacuidade, a cambalhota, o exibicionismo e o pretensiosismo.
O papel do Presidente da República não é governar, mas sim com a credibilidade da palavra e magistratura de influência travar esta deriva institucional, partidária e política, tão bem espelhada na politicamente miserável política externa.
Marcelo Rebelo de Sousa nunca o percebeu, nem pode em boa verdade, porque os truques políticos foram sempre as suas armas, uma prática que não o levou a São Bento, mas que lhe permitiu a passagem de má memória pelo Palácio de Belém.
segunda-feira, 26 de maio de 2025
JUSTIÇA SOB PRESSÃO MÁXIMA
Amadeu Guerra, com serenidade, manteve a determinação do Ministério Público em avançar com as averiguações preventivas à Spinumviva (Luís Montenegro) e à compra da casa de Pedro Nuno Santos.
Uma semana depois das eleições, o país ficou a saber que os pedidos de informação da Procuradoria-geral da República ao primeiro-ministro e ao então líder da oposição ainda não haviam sido respondidos.
Ao mesmo tempo que decorrem estas diligências judiciais, Marcelo Rebelo de Sousa continua a afiançar a estabilidade governativa.
A Justiça sob pressão máxima volta a ser aparentemente a fórmula encontrada para resolver o imbróglio que continua a ameaçar a credibilidade do regime democrático.
A situação não é nova, apesar da extrema gravidade institucional, basta recordar o que aconteceu com o caso do Hospital Santa Maria (gémeas), mas indicia mais: a tentativa de consolidação do abandalhamento político.
Tal como ocorreu na Madeira, com Miguel Albuquerque, que ganhou eleições na condição de arguido por corrupção, Luís Montenegro tem assim via verde presidencial para se manter em funções se for aberto um inquérito criminal no caso da Spinumviva.
Aliás, não é por acaso que nem Luís Montenegro, nem André Ventura, nem Rui Rocha, nem Nuno Melo, apesar de uma maioria de 2/3 no Parlamento, nenhum faz qualquer menção à necessidade de garantir os meios da Justiça, designadamente a imperiosa autonomia financeira.
A manutenção do sistema judicial agrilhoado, apesar de mais uma profissão de fé do PGR, é apenas a reconfirmação da deriva na vida institucional, partidária e política.
O resultado está à vista: são cada vez mais as vozes a qualificar Marcelo Rebelo de Sousa como o pior dos inquilinos que passaram por Belém.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
MONTENEGRO E AS ALGEMAS
Se é verdade que Luís Montenegro reforçou a sua legitimidade é igualmente inequívoco que não pode governar continuando a ignorar o Chega.
Há uma grande maioria à direita.
PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS/PP têm mais de 2/3 no Parlamento, permitindo reformas de fundo e até expurgar da Constituição da República a letra morta de direitos olímpica e sistematicamente ignorados.
Os derrotados da noite, desde logo Pedro Nuno Santos, são vítimas de si próprios.
Ficou claro que os papões e o medo já não pegam, por mais que se berre que o fascismo vai regressar, tal e qual como brandir a bandeira do liberalismo ainda não é entendido com alternativa.
Os socialistas têm de recomeçar, desde logo aceitar que os desastrosos 8 anos de António Costa ainda estão bem vivos na memória dos portugueses.
Mais: os eleitores premiaram a expedita acção do governo em repor a paz social, em arrepiar caminho em relação à fraude ideológica da esquerda que descontrolou a imigração.
É hora de todos líderes partidários perceberem o que Marcelo Rebelo de Sousa nunca enxergou: as linhas vermelhas num regime democrático são a tolerância com a corrupção e o nepotismo, o esmagamento dos direitos individuais, os truques e as vaidades pessoais.
A cristalina opção do povo português não dirimiu o maior erro de sempre do regime: a classe política deixou para a Justiça aquilo que poderia ter resolvido com cultura democrática.
O problema a montante continua de pé, pois Luís Montenegro ainda tem à perna diligências a correr na Justiça, sem falar da inevitável Comissão Parlamentar de Inquérito aos seus negócios pessoais com a Spinumviva.
A jusante, o desafio é também exigente: já não é possível aguentar mais mentiras na Saúde, o desastre na Habitação, a Educação aos trambolhões, a Justiça para ricos e pobres e a Segurança cada vez mais confinada aos condomínios fechados.
Recusar a evidência eleitoral apenas servirá para acelerar o desastre e mais instabilidade artificial.
Luís Montenegro para governar tem de quebrar as algemas que colocou em si próprio, por mera birra e tacticismo partidário, de forma a garantir as mudanças exigíveis numa legislatura de quatro anos.
segunda-feira, 12 de maio de 2025
MEDO ATÉ AO DIA DO VOTO
A recta final da campanha eleitoral está a servir para um esclarecimento adicional aos cidadãos.
Quando se esperavam propostas e soluções, mais verdade sobre a falência de um modelo económico assente nos fundos comunitários, eis que o medo voltou a dominar o discurso dos dois maiores partidos do arco do poder.
Do estafado regresso ao fascismo, que felizmente nunca mais chega, até à instabilidade que não é futura porque foi passada e ainda é presente, tem valido tudo para tentar condicionar pela negativa o voto.
Que não haja ilusões: o jogo do PS e do PSD é semear a confusão para manter e partilhar o poder a qualquer custo.
Mais grave: instigar a dúvida é a forma para fazer hesitar quem já não aguenta o discurso politicamente mentiroso que continua a condenar Portugal a mais e mais décadas de miséria.
Os Media falidos e cada vez mais desacreditados fazem o resto, sem vergonha editorial, com a mesma subserviência de quem anda de mão esticada há demasiado tempo.
O problema é que a realidade está à vista.
Os jovens sentem, os mais idosos sabem, quem trabalha teme o que existe e está para vir, com mais ou menos Fátima e mais ou menos gosto.
Não há como esconder a indecência na saúde, a habitação só para os mais favorecidos, a selvajaria na imigração para encher os bolsos das mafias, a escola aos trambolhões e a crescente insegurança urbana.
Não há como pintar de cores vivas e alegres o dia-a-dia dos portugueses.
Os indecisos e os abstencionistas vão decidir o futuro de Portugal, só falta saber se pela positiva ou pela negativa, se pela mudança ou pela resignação, se pela paz ou pela extraordinária cumplicidade com a falta de humanidade.
Ou ganham os papões ou vence a alternativa.
Ninguém se pode queixar de ter sido levado ao engano, porque só não enxerga quem não quer, quem continua satisfeito com mais do mesmo.
segunda-feira, 5 de maio de 2025
QUEBRAR O CÍRCULO VICIOSO
terça-feira, 29 de abril de 2025
A MAIOR CRISE DESDE O 25 DE ABRIL
segunda-feira, 21 de abril de 2025
O MEDO É O INIMIGO
Nem mesmo a morte do Papa Francisco e a proximidade das eleições de 18 de Maio parecem fazer acordar as direcções editoriais, sendo que a imprensa escrita lá vai cumprindo como pode os mínimos.
Os grandes temas que preocupam os portugueses têm de ser objecto da maior e melhor informação possíveis, não na óptica da justificação servil ou da sonegação de dados (vide SNS), antes na perspectiva de um exame oportuno e rigoroso.
Quem procura as TV’s de notícias para melhor se informar por vezes até fica convencido que está nos Estados Unidos da América, tal é a obsessão revelada com Donald Trump, entre outros.
O olhar atento sobre o internacional é uma das boas características da comunicação social portuguesa, mas usá-lo para melhor fugir ao escrutínio da realidade dos portugueses é simplesmente medíocre.
Usar a actualidade distante para fugir à realidade mais próxima, ao escrutínio que incomoda o poder e os poderosos que estão mais perto, apenas serve para cavar um maior distanciamento.
A poucas semanas de novas eleições antecipadas há tanto por escrutinar que urge não perder tempo, nem enterrar a cabeça nas areias dos desertos longínquos, sabendo de antemão que a notícia não rima com a perfeição.
É exigível a máxima atenção aos problemas, às necessidades e aos anseios da sociedade, obrigando os políticos a dar respostas, expondo as suas repetidas mentiras.
Não basta multiplicar debates e opiniões para cumprir a liberdade de imprensa.
São precisas mais notícias limpas em quantidade e qualidade, com critérios de objectividade, imparcialidade e transparência, e menos faits divers bacocos ou esdrúxulos.
É com informação profissional que também se combate a abstenção, porque o medo é o inimigo da informação.
É assim, tal e qual o Ministério Público demonstrou, com a revelação da averiguação preventiva a Pedro Nuno Santos, que o regime democrático sai reforçado.
Que o exemplo de coragem do Papa Francisco – denúncia do arbítrio e da injustiça –, não obstante todas as contradições, seja uma renovada inspiração.
Não é moral, é liberdade, racionalidade e civilização.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
MEDIA: RUMO AO ABISMO
Os debates de 30 minutos nas TV’s de informação têm sido uma enorme desilusão.
Ainda assim têm sido úteis, mesmo que os temas que mais preocupam portugueses estejam a ser abafados
Por que será?
A explicação ainda não foi dada, mas das duas uma: ou é mais um frete ao PS e ao PSD ou então é o alheamento da realidade.
O mais curioso é que a cartilha tem sido seguida, religiosamente, pela CNN Portugal, RTP 3 e SIC Notícias.
Sendo pouco provável que as respectivas direções editoriais tenham sido acometidas de uma amnésia selectiva, importa perguntar: o que se passa?
De facto, apenas Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos têm interesse em varrer a saúde, a corrupção, a segurança e a educação para debaixo do tapete.
A comunicação social está perigosamente distante de critérios limpos e transparentes, basta atentar à multiplicação de comentadores candidatos às presidenciais.
É um mau serviço público, um desvio desnecessário, que terá uma factura pesada mais tarde ou mais cedo.
Não é por acaso que os cidadãos procuram as redes sociais para se informarem, apesar do anátema sobre os algoritmos
Não perceber que a manipulação é sempre um mau serviço público, seja no digital ou nos Media tradicionais, é um passo rumo ao abismo.
segunda-feira, 7 de abril de 2025
PS E PSD: DA SUSPEITA AO COLAPSO
Nas cinco décadas de alternância democrática, os sucessivos desaires da governação e os múltiplos casos de corrupção minaram a confiança de cidadãos, simpatizantes e até militantes.
As actuais lideranças de Luís Montenegro e de Pedro Nuno Santos agravaram consideravelmente o maior problema do regime político.
A vida empresarial do primeiro-ministro e a mais recente suspeita sobre o seu envolvimento na maior obra pública adjudicada até hoje pela Câmara de Espinho não podem ser ignoradas.
De igual modo, outras suspeitas que recaem sobre Pedro Nuno Santos, entre as quais a misteriosa indemnização à la carte a David Neelman na TAP, são igualmente inquietantes.
O apodrecimento da vida política tem vindo a ser acelerado pelas máquinas partidárias que continuam a ignorar os mais elementares critérios no momento da escolha dos seus líderes.
Com a sequência de eleições antecipadas, os portugueses enfrentam um terrível dilema: ao repetir o padrão da votação passada ficam à mercê do resultado da investigação judicial de vários casos que são públicos.
Pela primeira vez, seja qual for o resultado, maioria simples ou absoluta, coligação à direita ou à esquerda, a próxima legislatura de quatro anos não está garantida.
A alternativa à disposição dos eleitores é a abstenção ou o voto nos extremos, pelo que o descontentamento e a radicalização podem baralhar os resultados eleitorais.
O arranque dos debates, e depois das sondagens vendidas pelos Media tradicionais, apesar de taxas de resposta de apenas 20 a 30%, parece ser insuficiente para disfarçar o mal-estar generalizado.
Se os partidos políticos são essenciais em democracia, PS e PSD estão face a um dos maiores e mais difíceis desafios no próximo acto eleitoral de 18 de Maio.
Num momento em que está em curso uma nova ordem mundial, o colapso
do tradicional cenário partidário nunca esteve tão perto de ser concretizado.
segunda-feira, 31 de março de 2025
ISRAEL E RÚSSIA: TEMPO DE ACÇÃO
A democracia nos Sates está viva e bem enraizada na cidadania.
Fartos da hipocrisia de alguns democratas, de Barack Obama a Joe Biden, os norte-americanos elegeram esmagadoramente o republicano Donald Trump, a 6 de Novembro de 2024.
Passados quase cinco meses, a popularidade do presidente cai, enquanto Elon Musk, o principal apoiante, está a sentir no bolso a fúria dos concidadãos.
O boicote à Tesla é o pior figurino para os líderes políticos e os oligarcas que enriquecem à sua sombra.
O exemplo não podia ser mais pertinente, quando os assassinos dão as cartas, impunemente, perante a cumplicidade generalizada, porque tudo tem um preço.
A convivência, a bajulação e o mercadejar com ditadores, assentes numa lógica facilitadora da alta corrupção e dos negócios de Estado, estão a traçar um rumo medonho.
Que não haja ilusões: só um boicote da cidadania a Israel e à Rússia, a nível global, pode travar a deriva sanguinária dos respectivos líderes.
Aliás, Benjamin Netanyahu e Vladimir Putin se sentirem na algibeira o preço das suas atrocidades, então o genocídio em Gaza e a invasão da Ucrânia estarão mais perto do fim.
Os líderes políticos, incluindo os da União Europeia e do Reino Unido, não têm coragem para estar do lado certo da história, vergando ao pragmatismo, à dualidade e ao servilismo, sabe se lá em nome de que ambições e projectos.
É mais do que tempo de eleições, quando Benjamin Netanyahu se prepara para visitar Viktor Orbán, desafiando o mandado de detenção internacional.
É tempo de acção, para cada um, por mais pequena que seja, a qual poderá fazer regressar um pouco mais de humanidade, dignidade e esperança.
É
tempo de despertar, também para os jornalistas, face aos assassinatos, só em
Gaza, de cerca de 130 dos seus pares.
É neste cenário que o historial de Luís Montenegro assenta que nem uma luva, indiferente ao arrastar de Portugal para um pântano tão verdejante quanto a Madeira.
No século XXI, não há repressão, nem ameaça nuclear, capaz de apagar a memória das dezenas de milhares de crianças mortas e dos milhões de desalojados, feridos e mortos, seja em que latitude for.
segunda-feira, 17 de março de 2025
MUDANÇA: É DESTA?
A receita é conhecida: mercenários e afins são pagos para repetir a propaganda e as fake news.
Donald Trump, Ursula Von der Leyen, Keir Starmer, Emmanuel Macron e Friedrich Merz distraem com a guerra na Ucrânia, fazendo de conta que não sabem que a matança continua no Médio Oriente e noutros pontos do planeta.
Em Portugal, a receita não tem muitas diferenças.
Antes da crise era o caos se houvesse instabilidade política; agora, depois de a crise estoirar, a «economia anda por si», como afirma o cada vez mais descredibilizado e isolado Marcelo Rebelo de Sousa.
O problema é a realidade, a vida que já não é possível esconder, que lá vai sendo denunciada aqui e ali, colocando limites em tanta desfaçatez política.
As conversas fiadas sobre a imigração, saúde e corrupção são exemplos paradigmáticos.
Passados dias da reportagem da RTP sobre a Rua do Benformoso, um repositório avassalador das condições em que os imigrantes vivem, o silêncio das autoridades fez cair a máscara.
No SNS, o mesmo se passa, com dezenas de urgências fechadas, condicionadas e referenciadas, ou seja, sem livre-acesso, apesar dos esforços dos Media ao serviço da (des)informação que ajuda a branquear o poder.
Com eleições antecipadas, agendadas para 18 de Maio, vai ser curioso saber quais as promessas que Luís Montenegro ainda tem em carteira, depois do falhanço daquelas que fez em 2024.
De igual forma, a criatividade de Pedro Nuno Santos tem de atingir o zénite para almejar disfarçar a desastrosa governação de António Costa, ainda tão fresca na memória sobretudo dos trabalhadores e dos mais pobres.
Insistir no voto que permite ao PS e PSD continuarem a fazer e a desfazer, sem respeito pelo dia-a-dia e vontade dos cidadãos, é o mesmo que tentar obter resultados diferentes com a mesma prescrição.
Com o debate sobre a corrupção em cima da mesa, na Madeira, com Miguel Albuquerque, como no continente, com Luís Montenegro, nunca o Bloco Central esteve em situação tão periclitante.
O anúncio do agendamento do julgamento de José Sócrates, dez anos depois, diz mais do que pode ser dito por palavras para descrever a falência do regime.
Mudança:
é desta?