António Costa anda frenético, exibindo autoridade, apunhalando amigos, prometendo o que não fez e multiplicando entrevistas e declarações que estão a incendiar a pré-campanha eleitoral.
A intranquilidade de António Costa surpreende, tendo em conta os estudos de opinião que têm sido publicados.
Então, o que se passa?
Medo dos debates com os restantes líderes partidários?
Ora, se a vantagem é assim tão grande o que faz o líder do PS ziguezaguear tão freneticamente?
Informação sobre o que está para vir por aí?
Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa não cessa de surpreender, expondo-se cada vez mais à critica, apesar das sondagens lhe permitirem um grau de popularidade só equivalente à redundância em que o seu mandato se transformou.
E, agora, insiste num plano de salvação para a Comunicação Social, obviamente à custa dos contribuintes, porventura para poder (será possível?) contar ainda com melhor imprensa.
Isto é: se os portugueses não compram tantos jornais, não ouvem tanta rádio e não enxergam tanta televisão isso não interessa nada, pois pagam na mesma pela via do Orçamento do Estado.
Para ganhar uns votos e para condicionar os jornalistas será que ainda há limites para esta dupla (geringonça institucional) no uso e abuso do poder de representar o Estado?
Independentemente dos dislates e demais tiros no pé dos últimos dias, sejam quais forem as verdadeiras razões, ainda é cedo para descodificar o que está na origem de tanto frenesi.
De facto, António Costa nunca teve os votos nas urnas para liderar o governo de Portugal.
Talvez seja este, verdadeiramente, o seu calcanhar de Aquiles.
Por sua vez, Marcelo não se contenta com apenas um mandato, tudo estando a fazer para garantir o segundo ainda antes de terminar o primeiro, custe o que custar.
E, porventura, para evitar que o bailete em curso atinja proporções ainda mais obscenas, talvez fosse interessante, num dos poucos intervalos das selfies e feiras selectivas pagas com o dinheiro dos portugueses, aproveitar para perguntar ao presidente da República: dará posse a um primeiro-ministro que não tenha sido o líder do partido político mais votado nas legislativas do próximo dia 6 de Outubro?
E, já agora, com ou sem papel para fazer de conta?
À cautela, e pela mais elementar transparência, é preciso responsabilizar o primeiro-ministro e trazer o presidente da República para a realidade constitucional, porque nesta campanha pré-eleitoral já está a valer tudo...