quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

2020: LOVE AFFAIR


O abanão que há muito tempo faltava à Direita, livre do irrevogável e dos fantasmas do passado, será um dos acontecimentos marcantes de 2020.

Os resultados das eleições internas no PSD e CDS/PP serão determinantes para definir o futuro do país.

Sejam quais forem os escolhidos para comandar os dois partidos, tradicionalmente identificados com a Direita portuguesa, nada ficará igual, pois a renovação é sempre uma consequência benigna a cada escolha da liderança.

E quanto mais renovação maior será a revitalização e a esperança.

Independentemente dos resultados da governação do PS e demais esquerdas, a ansiedade e o desejo de acautelar a mudança crescem ao ritmo do surgimento de nuvens no horizonte.

Os agentes dessa mudança geram sempre mais expectativa, criando uma dinâmica que é rejuvenescedora e pode arrasar o actual panorama partidário e político.

Mas falta construir uma alternativa credível e sólida!

Certamente, o caminho vai ser longo e penoso para os novos líderes da Direita, tal é o assalto ao Estado e a eficácia da máquina de propaganda que tem vindo a ser consolidada desde 2005.

Tanto mais que ainda há quem não reconheça os erros do passado - aliás abraçados por esta espécie de Esquerda no poder que mete os Direitos Humanos no bolso quando convém -, desde a abertura aos corruptos internacionais e ao capital dos Estados ditatoriais à desvalorização infantil da questão ambiental.

Resta saber se nesta nova equação à Direita, que tem de ser traduzida numa onda mobilizadora, também cabe a consolidação de um presidente da República que mais não tem sido do que uma espécie de Rainha de Inglaterra frenética, repetitiva e inconsequente.

Dar cobertura ao estilo populista, ao branqueamento brutal da realidade e à diminuição da capacidade de intervenção de Belém é meio caminho para hipotecar a energia gerada por uma disputa eleitoral que se pretende transparente e clarificadora.

É preciso coragem para abraçar uma aventura desta monta, em tempos de instrução de Tancos, execução do Brexit e eleição presidencial nos Estados Unidos da América, mas é nos momentos cruciais que se descobrem os verdadeiros líderes.

A definição estratégica de PSD e CDS/PP é o primeiro passo para criar as condições de um novo Love Affair entre a Direita e o povo português.


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

REGRESSO À PROPAGANDA DO FASCISMO


A propaganda em curso está aí para durar e lavar.

Tal e qual como noutros tempos da má memória, em que as boas contas, a solidez da moeda e as reservas de ouro eram glorificadas, hoje temos a gigantesca encenação do excedente orçamental.

Custa assistir a este truque bafiento, porque todos sabemos que foi alcançado à custa do sofrimento dos portugueses, sem qualquer respeito pelos mais elementares critérios de prioridade social.

Não basta alcançar o desejável, quando valeu tudo para o alcançar.

Os portugueses que esperam pela pensão, pelos cuidados médicos e pela dignidade a que tem direito só podem ficar revoltados, cada vez mais revoltados, por este (falso) discurso político.

Em boa verdade, a responsabilidade não é só de António Costa e Mário Centeno.

Não, os portugueses já estão habituados ao cinismo político de ambos, bem como ao branqueamento brutal da realidade de quem tem a responsabilidade de estar acima dos interesses partidários.

A responsabilidade da presente situação é de todos nós, sobretudo daqueles que se calam perante a ignomínia política, permitindo que a farsa monstruosa siga impunemente o seu curso.

Com o exemplo dado por quem tem o poder de mudar o actual pântano, que já vem de longe, a verdade é que a sociedade portuguesa está a anestesiada e conformada.

E não dá sinais de qualquer capacidade de reacção.

Nem mesmo quando alguém tem a coragem inconveniente de denunciar a podridão que nos invade, diariamente, ano após ano, e que já tomou conta de um país cada vez mais adiado.

Mas que fazer?

Ser activamente solidário, contrariando o isolamento e o silenciamento de todos aqueles que nunca desistem da verdade.

Feliz Natal!