As intervenções do senador Claude Malhuret, desde 2023, sobre a invasão da Ucrânia e o genocídio em Gaza, são um brilhante repositório das contradições ocidentais.
As palavras do médico fundador dos “Médecins Sans Frontières”, político centrista à antiga, defensor implacável dos direitos humanos e da democracia liberal, são inspiradoras.
São mote para avaliar a falência norte-americana e europeia e até servir como ponto de partida para a discussão sobre a monstruosidade das sociedades que suportam a chacina de civis inocentes.
Afinal, as matanças na Ucrânia e na Palestina só são possíveis graças às cumplicidades globais que têm permitido alimentar as máquinas de guerra russa e israelita.
Da BBC à RTP, entre muitos outros, as máquinas de propaganda oficial lá continuam ao serviço (dos seus criminosos) de Estado, ora por acção, ora por omissão.
O que resta?
Assistir às imagens grotescas de morte, fome e destruição, sem um vislumbre de mobilização global que obrigue os Estados e os governos a agirem dentro da legalidade.
Os jornalistas do século XXI têm sido as próprias vítimas da guerra, documentando atrocidades que antigamente ficavam nas gavetas de governantes e chefias editoriais.
Ainda que correndo os riscos de manipulação, tal como os Media, as redes sociais têm servido para globalizar a verdade.
O impacte desta nova realidade tem permitido distinguir de uma forma vítrea os facínoras no poder que, seguramente, não estão apenas circunscritos à Rússia e a Israel.
Em época de debates entre os candidatos presidenciais, cujo escrutínio de fachada não tem acrescentado muito, não admira que, por ora, alguns temas sejam deliberadamente abafados, como por exemplo o genocídio em curso em Gaza.

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