skip to main |
skip to sidebar
Portugal continua adiado
O escrutínio das primeiras medidas não deixa quaisquer dúvidas. Das certezas passámos às cedências. Não faltam exemplos: a privatização da RTP foi atirada para mais tarde, através do truque de mais um plano de reestruturação e de mais um grupo de trabalho; na administração, tirando a eliminação de uma ou outra instituição, continua a tradicional dança de cadeiras e mais uma vaga de boys principescamente pagos; na gestão das grandes empresas públicas, superendividadas, a única novidade é o aumento brutal do preço dos transportes; nos negócios, a venda do BPN foi um desastroso exemplo de gestão; e, na saúde, uma circular do ministro Paulo Macedo, a propósito dos reembolsos, foi suficiente para lançar o alarme.
Não é possível continuar a viver num país sem uma definição clara das prioridades, em que mais de um terço das indemnizações compensatórias do Estado são atribuídas à RTP e à agência Lusa. É tão importante acabar com o esbanjamento para pagar um serviço público duvidoso como é imperioso demonstrar que o poder não está refém das ameaças e dos sinais de descontentamento das corporações e dos barões do regime, habituados há demasiado tempo a privilégios escandalosos. Só assim é possível conquistar o país, acautelando as condições internas suficientes para executar as medidas impostas pelos nossos credores. Ora, para já, o caminho tem sido outro, tem passado pelo cumprimento cego do calendário das medidas da troika, à custa de mais e mais impostos, como revela a antecipação do anúncio do aumento do IVA no gás e na electricidade. É verdade que o governo já recebeu os respectivos aplausos, garantindo a segunda parte do empréstimo externo, mas continua por cumprir o essencial: a mudança estrutural.
Sem comentários:
Enviar um comentário