segunda-feira, 28 de julho de 2025

A BARBÁRIE COMEÇOU ASSIM



António Guterres fala de crise moral por causa do genocídio em Gaza, à custa de bombas, fome e deslocação forçada de milhões de palestinianos.

A questão não é de agora, nem de hoje.

Seria fastidioso, quiçá impossível, enumerar os múltiplos massacres e atropelos ao direito internacional, mas basta recuar algumas décadas para o comprovar.

Desde logo pela história da Palestina, cuja resistência de mais de 70 anos continua a corcovar Israel.

A impunidade das super potências, e dos seus apaniguados, agravada pela globalização selvagem, não deixa quaisquer dúvidas.

Os negócios de Estado, as amarras e as cumplicidades entre democracias e ditaduras têm feito o resto.

O espectáculo é pavoroso, com o poder e o dinheiro a matarem indiscriminadamente e a fazerem a civilização recuar décadas.

As imagens da destruição na Ucrânia e da fome generalizada em Gaza, sem esquecer África, servem de alerta.

A barbárie começou assim com Adolf Hitler.

No século XXI será assim com Herzog, Jinping, Meloni, Merz, Netanyahu, Putin, Starmer, e Trump, entre outros cúmplices menos relevantes, mas também decisivos?

segunda-feira, 21 de julho de 2025

FALTAM NOVAS LUZES


Não há nada mais politicamente abjecto do que sacrificar seres humanos para atingir objectivos inconfessáveis.

No dia-a-dia, na paz como na guerra, só canalhas sem escrúpulos usam o seu poder e influência para desprezar os mais básicos direitos humanos: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
 
Uns e outros, de um lado e do outro, vestem peles de cordeiro para disfarçar a crueldade e o sadismo, pois não há nada mais criminoso do que imolar inocentes.
 
Em Gaza morrem e são mortos mulheres, homens, idosos e crianças em nome do fundamentalismo religioso, ideológico, imperialista e expansionista.
 
A imigração é também pasto para os facínoras que, em nome da falsa solidariedade, apenas visam garantir abundante trabalho escravo, nem que seja à custa de condições infra-humanas.
 
Confortados pela máquina da propaganda, ameaçados pela liberdade das redes sociais, a chusma mente, dribla e promete descaradamente humanismo enquanto destrói sem olhar a meios.
 
Nunca o Estado teve tantos meios de controlo, repressão, intimidação e humilhação dos cidadãos que não se conformam com iniquidade.
 
Nem a lei os protege de governantes, líderes e políticos rascas sem limites de sede pelo poder.
 
O Estado de Direito, nacional e internacional, está a morrer à nossa frente, mesmo nos países que alguns insistem em chamar democracias ocidentais.
 
A selvajaria, o arbítrio, a força bruta e a ignorância fazem o seu intrépido caminho, garantindo que os tais objectivos inconfessáveis, de uns e outros, sejam atingidos à boleia dos votos ou da vontade do ditador.
 
A nossa época não é a Idade Média, é muito pior, porque se mata, condena e esmaga sem mito nem magia, apenas por domínio e dinheiro, com a aquiescência ou indiferença colectivas.

segunda-feira, 14 de julho de 2025

SORRIR, SORRIR, SORRIR


A realidade insiste em superar todos os piores cenários

Os bebés morrem, os suspeitos são torturados na polícia, as vítimas de acidentes e os cidadãos esperam décadas pelos julgamentos e as mulheres continuam a ser vítimas de violência doméstica.

Estes são apenas um par de exemplos de um país de faz-de-conta em que afinal apenas a máquina fiscal mais parece ter o direito implacável de esbulho e extorsão, pois qualquer reclamação exigiria anos e anos sem fim.

O vómito constante de falsas quimeras e promessas, com a cumplicidade activa e passiva da comunicação social, fecha o ciclo infernal da existência a que uns e outros lá se vão habituando.

O resultado é um desvario ilimitado, em que o autoritarismo e a violação deliberada da lei, que estão a vir à tona, fazem parte do pacote de total impunidade.

O feitiço é de monta: a responsabilidade passou a ser a irresponsabilidade assumida travestida de uma qualquer espécie de dignidade.

Resta saber se é a vertigem da guerra que está a conduzir a sociedade ao delírio, ou se é o delírio global que nos está a empurrar para mais uma guerra mundial.

O exemplo de Gaza é apenas um sintoma do futuro que está a ser desenhado com a conivência geral.

O mais extraordinário é que os responsáveis por esta trapalhada, desde os governantes aos cidadãos que os elegem, continuam a sorrir, sorrir, sorrir, ainda que ninguém consiga descortinar qual o motivo de tanto contentamento.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

BBC: IMPRENSA DE REFERÊNCIA OUT



Nos dias que correm falar de imprensa livre e independente é uma piada de péssimo gosto.

Ainda melhor: já não existe uma cultura nos Media de contrapoder, apenas esforçados, eunucos e serviçais que aspiram a uma assessoria ou um qualquer tacho dado pelo poder.

A realidade é imposta por mercenários e afins que assaltaram a gestão da Comunicação Social há demasiado tempo, sempre disponíveis para a rolha ou perseguir um jornalista para salvaguardar uma velhice dourada.

Obviamente, há excepcões, ainda que nem à lupa seja possivel encontrar alguém que possa aspirar a uma qualquer semelhança com Katharine Graham.

A triste realidade, com enorme prejuízo para os cidadãos, é bem espelhada pelo que está a acontecer na BBC, um farol de credibilidade que virou anedota no Reino Unido.

Mais grave ainda: o funeral da imprensa independente e livre é simbolizado por Keir Starmer, o pior da esquerda, um serviço que lhe pode valer honrarias, mas nunca o respeito da cidadania.