segunda-feira, 13 de outubro de 2025

ARMADILHA FATAL


Quando assassinos, ditadores e cúmplices são aclamados por fazerem a paz, então é caso para perguntar: o Mundo enlouqueceu?

A paz no Médio Oriente assenta no maior genocídio do século XXI, em Gaza, liderada e protagonizada pelos senhores da guerra que fizeram, alimentaram e prolongaram a matança de dezenas de milhares de civis inocentes (crianças, idosos e mulheres)

É quase roçar o insulto ter de assistir a Benjamin Netanyahu, indiciado como criminoso de guerra, a partilhar os louros de uma trégua imposta com Donald Trump, que ainda se arvora merecedor de reconhecimento.

A realidade nos territórios ocupados (Cisjordânia) é de uma monstruosidade tal que a esperança só pode ser também a última a morrer.

A ignomínia é tal que os algozes insistem em Tony Blair, um dos carniceiros do Iraque, para liderar o destino dos palestinianos, uma opção só com paralelo numa putativa preferência de Dmitry Medvedev para proteger o futuro dos ucranianos.

Quando os eleitores reconduzem e premeiam governantes e autarcas que fogem às suas responsabilidades, então também é caso para perguntar: os portugueses ensandeceram?

A vitória do PSD é assinalável, num momento em que Luís Montenegro prolonga um braço-de-ferro com a Justiça e continua a falhar clamorosamente todas as promessas eleitorais.

A vitória de Carlos Moedas, em Lisboa, ainda que à tangente, novamente, depois do que se passou em relação ao elevador da Glória, ainda é mais inaudita.

Enquanto o colectivo continuar a sucumbir a um pragmatismo que os condena a mais e mais guerras, a mais e mais fome, então as dúvidas sobre o futuro serão ainda maiores e mais perigosas.

Os cidadãos e eleitores não estão condenados a cair nesta armadilha fatal, política, religiosa e mediática, têm que ser os motores de alternativas.

As armas, a força, o arbítrio e a injustiça falharam sempre.



segunda-feira, 6 de outubro de 2025

PASSO PARA O SUICÍDIO POLÍTICO


O regresso ao colonialismo esmagador e à repressão brutal dos direitos de autodeterminação teve resposta à altura.

Os 2,5 a 3 milhões de cidadãos que se manifestaram contra o genocídio e o rapto dos activistas da frota da Liberdade, de 1 a 5 de Outubro, demonstraram inequivocamente a falência da presnte política dos governos ocidentais.

É a resposta avassaladora aos cúmplices, às democracias dos Estados Unidos da América, Alemanha, Inglaterra, entre outros, e às ditaduras dos Estados árabes e muçulmanos.

Os bombardeamentos, a matança à fome e as deslocações forçadas, perpetradas na Palestina por Israel, a única democracia do Médio Oriente, são um retrocesso civilizacional inaceitável para as sociedades actuais.

Em Portugal, a recepção entusiástica a Diogo Chaves, Miguel Duarte, Mariana Mortágua e Sofia Aparício é reveladora do sentimento dos portugueses, exceptuando reacções minoritárias e radicais de alguns governantes e políticos.

Os líderes do PS e PSD estão amarrados a compromissos inconfessáveis, não lhes permitindo compreender que os valores do humanismo importam mais no século XXI do que qualquer ideologia partidária.

A Iniciativa Liberal deixou cair a máscara, incapaz de fazer a diferença com os partidos arcaicos de esquerda e de direita, aliás respaldados pelo trágico silêncio oficial da Igreja portuguesa.

É a cidadania, liderada pelos jovens, contra as barbáries, seja qual for a latitude, são as escolhas universais que deverão ser traduzidas nas urnas, pelo que desvalorizá-las é o primeiro passo para o suicídio político.