Quando assassinos, ditadores e cúmplices são aclamados por fazerem a paz, então é caso para perguntar: o Mundo enlouqueceu?
A paz no Médio Oriente assenta no maior genocídio do século XXI, em Gaza, liderada e protagonizada pelos senhores da guerra que fizeram, alimentaram e prolongaram a matança de dezenas de milhares de civis inocentes (crianças, idosos e mulheres)
É quase roçar o insulto ter de assistir a Benjamin Netanyahu, indiciado como criminoso de guerra, a partilhar os louros de uma trégua imposta com Donald Trump, que ainda se arvora merecedor de reconhecimento.
A realidade nos territórios ocupados (Cisjordânia) é de uma monstruosidade tal que a esperança só pode ser também a última a morrer.
A ignomínia é tal que os algozes insistem em Tony Blair, um dos carniceiros do Iraque, para liderar o destino dos palestinianos, uma opção só com paralelo numa putativa preferência de Dmitry Medvedev para proteger o futuro dos ucranianos.
Quando os eleitores reconduzem e premeiam governantes e autarcas que fogem às suas responsabilidades, então também é caso para perguntar: os portugueses ensandeceram?
A vitória do PSD é assinalável, num momento em que Luís Montenegro prolonga um braço-de-ferro com a Justiça e continua a falhar clamorosamente todas as promessas eleitorais.
A vitória de Carlos Moedas, em Lisboa, ainda que à tangente, novamente, depois do que se passou em relação ao elevador da Glória, ainda é mais inaudita.
Enquanto o colectivo continuar a sucumbir a um pragmatismo que os condena a mais e mais guerras, a mais e mais fome, então as dúvidas sobre o futuro serão ainda maiores e mais perigosas.
Os cidadãos e eleitores não estão condenados a cair nesta armadilha fatal, política, religiosa e mediática, têm que ser os motores de alternativas.
As armas, a força, o arbítrio e a injustiça falharam sempre.