A realidade comprova que houve um tempo em que nos podíamos orgulhar do respeito por um limiar mínimo de subsistência e dignidade.
Hoje, apenas podemos falar de uma ficção alimentada por politiqueiros, comunicação social de rastos, mercenários e demais afins.
No SNS, a quebra do livre acesso à saúde é um dos mais gritantes exemplos do abastardamento reinante, obrigando as grávidas a uma insuportável e intolerável incerteza.
Não é caso único, basta recordar a balbúrdia na escola, na justiça, na protecção civil e na segurança.
O crescimento brutal dos sem-abrigo, cujo número já atingiu os 15 mil, é o maior atentado aos mais elementares direitos individuais, consagrados numa protecção do Estado garantida constitucionalmente.
Não os podendo esconder, apesar de algumas tentativas, nem mesmo a desgraça à vista de todos sensibiliza e mobiliza os órgãos de soberania, impotentes e remetidos a um cinismo político ímpar.
Há uma forma de estar e exercer o poder que representa a maior ameaça ao regime democrático conquistado em Abril.
Não bastam memória e heróis, nem palavras ocas e inconsequentes, sobretudo daqueles que já falharam e parecem nem sequer se importar com o sofrimento infligido aos concidadãos.
Não podemos ficar à mercê de mais um qualquer sorriso apatetado ou de um dedo esticadinho, esses sim, as verdadeiras ameaças que deveriam mobilizar a cidadania.
A prioridade tem de voltar a ser o respeito pela dignidade humana, princípio sem qual nunca será possível construir uma sociedade sã e disponível para enfrentar os desafios do futuro.
Depois da desastrosa governação de António Costa, Luís Montenegro está à beira de perder a confiança de quem ainda julgou que seria possível alguma mudança.
Sem comentários:
Enviar um comentário