Órgãos de soberania colocados "a salvo" in extremis, a decapitação da cúpula do MP que mais combateu a corrupção, o descalabro no SNS e o aumento da dívida pública devem fazer parte do dia de reflexão.
É que a degradação galopante da credibilidade do Estado, o preocupante abrandamento da economia e a astronómica dívida são demasiado graves para serem ignorados.
Num prato da balança, o bloco político alternativo, a estabilidade governamental e a reversão de alguns cortes - entre os quais aqueles perpetrados antes da chegada da Troika -, objectivo aliás só possível pela intervenção do Banco Central Europeu.
No outro, não é possível esquecer os cadáveres do SNS, os pensionistas que esperam e desesperam pela sua reforma, as demissões governamentais, o recuo na aplicação da Lei das Incompatibilidades (chancelado pela PGR), o nepotismo e a partidarização de instituições como a Protecção Civil, entre outras, sem esquecer os desastres florestais e a tragédia humana, a degradação inimaginável dos serviços públicos e a carga fiscal que não pára de aumentar.
E sobre o futuro não faltaram promessas para consolidar na reflexão de cada um, até estar face à urna de voto: ou a confirmação de um caminho ou a mudança da forma como se faz política e se governa, em todos os casos tudo dissecado durante o período de campanha eleitoral, sobretudo nas entrevistas e debates televisivos.
Não nos deixemos enganar pelo primeiro impulso, pela súmula difusa sempre geradora de uma avaliação que nem sempre obedece a uma análise de exigência e a uma cultura cidadania, porque o que está em causa é demasiado importante.
Finda a campanha eleitoral, eis a questão principal: Quem falha, insulta, ameaça e perde a cabeça ao virar da esquina merece a confiança do voto?
Não!
Não!
Mas, em Democracia, a decisão soberana pertence ao voto expresso do conjunto dos cidadãos.