Miguel Albuquerque venceu.
A festa laranja só foi estragada por ter perdido a maioria absoluta, obrigando-o a uma monumental cambalhota, dando o dito por não dito em relação à ameaça de apresentar a demissão no caso de a perder.
Luís Montenegro, brindado com uma vitória expressiva do PSD Madeira, agarrou-a com as duas mãos, deixando implícita a viabilidade de um qualquer outro flique-flaque em futuras eleições.
Os socialistas averbaram uma derrota colossal nas regionais da Madeira, com António Costa a evaporar-se, como bem assinalou o líder do PSD.
Entre os pequenos, André Ventura soma e segue, tendo tido a sagacidade política de imediatamente auto-excluir-se de qualquer solução governativa ainda antes de ser publicamente escorraçado.
Restam a Iniciativa Liberal e o PAN, as duas chaves para o sucesso do golpe de Miguel Albuquerque.
Quando se esperava mais respeito pelas regras democráticas e pela dignidade na política, as lideranças nacionais de ambos os partidos já se colocaram de joelhos para agarrar o tacho ou para garantir umas migalhas.
Por sua vez, entre os ainda mais pequeninos, bloquistas e comunistas arrancaram presença no Parlamento madeirense, enquanto o CDS/PP continua orgulhosamente a somar na lapela do casaco de Miguel Albuquerque.
Os eleitores da Madeira e Porto Santo abriram a porta da rua ao presidente do PSD Madeira, mas o líder político regional, com tiques populistas e autoritários, continua a fazer de conta que não percebeu o recado eleitoral.
Por sua vez, as empresas de sondagens voltaram a cumprir mais um falhanço estrondoso.
É a política tradicional, conduzida pelo oportunismo de políticos menores, num sistema que tolera que os cidadãos sejam vergonhosamente enganados.
É o 1-0 despudoradamente reclamado politicamente por Luís Montenegro, mesmo com um golo marcado em fora de jogo.
Em suma, é o pântano aprimorado.
P. S. O JPP é um fenómeno que merece reflexão.