Um certo estilo de vida e o conforto das sociedades ocidentais dificilmente continuarão a florir à custa dos negócios manchados de sangue e corrupção.
A autorização do Reino Unido para a extradição de Julian Assange para os Estados Unidos da América é uma ameaça à liberdade ao nível da agressão e da invasão da Ucrânia pelas forças militares de Vladmimir Putin.
Tal e qual como é ultrajante a perseguição a Edward Snowden e a prisão de Alexei Navalny, por maior que reine o silêncio politicamente cobarde.
Seja qual for o país e o regime político não há um único ser humano digno desse nome que aceite tais monstruosidades políticas e legais.
O cartão amarelo dos franceses a Emmanuel Macron, retirando-lhe a maioria absoluta parlamentar, prova que o cinismo político também pode – e deve! – ser derrotado.
Como bem sublinhou Ana Gomes, propalar a defesa dos valores ocidentais ao mesmo tempo que, por exemplo, o grupo de armas francês Thales continua a trabalhar para os russos comprova como a razão de Estado pode criminosamente continuar a matar.
Aliás, um olhar para o passado
recente – de um lado, Hitler, Stalin e Pétain; do outro, Luther King, Mandela e Xanana – corrobora que
as potências mundiais e os seus líderes também podem ser derrotados, e até
humilhados, quando espezinham os limites civilizacionais.
A defesa da liberdade não começa e acaba no apoio financeiro, no envio de armas e no acolhimento da Ucrânia na União Europeia.