Mais de 4 meses depois da agressão e da invasão liderada por Vladimir Putin, os ucranianos continuam a tombar.
Apesar da propaganda, desde os apoios humanitários ao fornecimento de armas, a verdade é que os russos continuam a avançar.
Resta a vitória europeia de atribuir à Ucrânia o estatuto de candidato à adesão da União Europeia.
Com as sociedades europeias a sentir verdadeiramente os efeitos da guerra, a partir de Setembro, a inevitável contestação à perda de poder de compra poderá fazer a diferença.
Os franceses já deixaram um aviso.
Não compreender que a janela de oportunidade para derrotar o ditador se está a esgotar é um gigantesco erro de percepção.
Putin pode impor aos russos mais fome, miséria e silêncio, mas as democracias ocidentais dificilmente conseguirão travar a contestação social que se avizinha a curto prazo.
Jogar a solução da Guerra na Europa no médio e longo prazo pode ser fatal para a Rússia, mas também é um risco demasiado perigoso para as sociedades europeias.
O sentimento de não estar a ser feito tudo deixa um gosto amargo.
Talvez seja mais fácil compreender a reacção dos “pacifistas” e “comissionistas” a cada anúncio de mais um apoio ao povo ucraniano, a cada barreira erguida contra a impunidade russa.
Os 120 dias perdidos são um incentivo para o ditador, um álibi para mais negociatas internacionais, uma ameaça para as democracias e uma condenação para os países mais pobres.