Marcelo não poderia desejar ou pedir mais para manter o status quo bafiento que tem condenado o país à miséria banhada pelas águas calmas.
Impressiona a "firmeza" com que o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP estão a encarar a greve dos enfermeiros.
O direito à greve é inquestionável, mas há greves e greves.
Mas se forem enfermeiros, médicos, professores, magistrados e polícias, então a conversa é sempre outra.
Em vez de começarem pela origem do problema - as reivindicações -, esta espécie de esquerda manifesta, agora, uma inflexibilidade que contrasta com a política de terra queimada assumida noutras lutas do passado quando a direita governava.
Em vez de questionar a razão pela qual a lei do crowdfunding não está regulamentada, eis que surge a ASAE para investigar os fantasmas do financiamento inteligente que os enfermeiros criaram para dar liberdade a quem quer fazer greve.
Em vez de questionar a falência criminosa a que o SNS está votado, com o maior desplante político, em que os doentes esperam anos para serem tratados e/ou operados, eis que correm as lágrimas de crocodilo pelos adiamentos de cirurgias por causa da greve dos Enfermeiros.
António Costa não está só a comprometer o futuro do país com tiques arrogantes e truques e mais truques, em boa verdade está a arrastar a esquerda para o fundo do abismo.
E, convém recordar, o centro nem sempre paga em política.