Num mundo cada vez mais perigoso, em que já ninguém acredita nos Estados, nem na informação institucional, oficial e oficiosa, a repressão é sempre a primeira escolha dos fracos.
Quando as escolhas são os recursos à força e à mentira, como se fosse possível abafar quem não aceita a actualidade aterradora, então o esgotamento e a falência dos poderes são evidentes.
Nos Estados Unidos da América, o filme está a passar mesmo à nossa frente.
De um lado, Biden/Kamala mergulhados no défice astronómico e nas guerras, confinados a Hollywood afogado pelo crime.
Do outro, Trump/Vance reinventados, apostando em fazedores que apontam uma mudança.
Há uma escolha à disposição de cada cidadão norte-americano, cumprindo-se assim a vitalidade da democracia, enquanto a Europa assiste entorpecida, amarrada a fórmulas que geram mais rupturas do que futuro.
Mergulhada no cinismo da geometria variável, com a união incapaz de recuperar o atraso em relação aos EUA e à China, os líderes europeus estão a dar um passo em falso: cair na armadilha de sacrificar os princípios do mundo civilizado.
Aqueles que deixam cair a liberdade, a pluralidade e a cidadania não são opção, porque nunca serão capazes de fazer a paz e cumprir a prosperidade, nem mesmo quando estão do lado certo nalgumas questões dos costumes.
Há uma divisão profunda, impossível de continuar a escamotear: uns querem arrastar a guerra, à custa do sacrifício da liberdade de expressão e de manifestação, outros recusam o status quo que tem monstruosamente tolerado a barbárie.
O retrocesso inadmissível combina a brutalidade das armas, as grilhetas no pensamento e a perseguição da expressão livre, aliás sinais de um fascismo revisitado.
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