O branqueamento brutal da realidade continua a sua grande marcha presidencial.
Insultuoso já era, agora começa a raiar o doloso, tendo em conta os últimos desenvolvimentos em tempos de apresentação e discussão do Orçamento do Estado para 2020.
Na Saúde, um truque de merceeiro mediatizado gerou uma defesa inexplicável do governo - cada vez mais e só de António Costa.
Nas questões climáticas, depois do falhanço da última cimeira de Madrid (COP25), o machado da reprovação caiu sobre algumas potências mundiais, ocultando as responsabilidades da China como um dos grandes poluidores a nível planetário.
No Orçamento de Estado, a antecipação de um hipotético abatimento da dívida já fez as delícias do optimismo delirante.
As preocupantes divisões entre o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, para surpresa e gargalhada por cá e no seio do Eurogrupo, são apresentadas como resultado de mais uma táctica de alto nível.
Por sua vez, a prescrição e o respectivo perdão das dívidas e coimas aplicadas aos partidos políticos não mereceu uma pronta palavra presidencial.
A propósito da vitória de Boris Johnson, e um pouco ao jeito do "tour da cleptocracia" de Londres, que passa pelas casas dos magnatas da corrupção e do branqueamento de capitais (sem esquecer a City), só falta Belém inaugurar também, com pompa e circunstância, uma espécie de rota turística nacional para visitar todos os sítios emblemáticos em que somos superiores ao Burkina Faso.
Como se a chancela de Belém fosse suficiente para esconder a realidade que está à vista de quem quer ver...
Como se a chancela de Belém fosse suficiente para esconder a realidade que está à vista de quem quer ver...
Não há limites para esta miséria intelectual e indigência política?
A Iniciativa Liberal, através do seu presidente, João Cotrim Figueiredo, já deu o pontapé de partida, manifestando aberta e frontalmente que não vai apoiar uma eventual recandidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
De facto, os portugueses começam a perceber que o "presidente dos afectos" não chega, pois o que também faz falta é um presidente exigente, acima dos interesses partidários e cumpridor da Constituição.
A Iniciativa Liberal, através do seu presidente, João Cotrim Figueiredo, já deu o pontapé de partida, manifestando aberta e frontalmente que não vai apoiar uma eventual recandidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa.
De facto, os portugueses começam a perceber que o "presidente dos afectos" não chega, pois o que também faz falta é um presidente exigente, acima dos interesses partidários e cumpridor da Constituição.