segunda-feira, 1 de junho de 2020

ANTÓNIO COSTA E SILVA E O "PLANO"


Com a missão específica de coordenar a recuperação económica, com o dinheiro de Bruxelas que ainda não chegou e com a crise da COVID-19 ainda por debelar, o curriculum vitae e as primeiras declarações de António Costa e Silva são inquietantes.

O mais recente espécimen da nova casta que gravita à volta do primeiro-ministro, apesar de imediatamente endeusado pela maioria da imprensa, é uma escolha mais do que duvidosa.

Mesmo sendo pro bono!

Ser CEO da Partex, a petrolífera que foi controlada pela Fundação Calouste Gulbenkian, depois de passar pela Sonangol, não é o melhor cartão de visita para tão espinhosa missão de salvar Portugal do anémico crescimento de décadas e das garras da maior crise de que há memória.

A  opacidade e até secretismo do negócio do petróleo e a transacção com os tailandeses da PTTEP, sem esquecer a extraordinária "aventura" socialista da La Seda, também não devem deixar ninguém tranquilo.

De igual forma, ter o atrevimento de anunciar que fez um plano para dez anos em dois dias também não é a mais credibilizadora mensagem aos olhos dos cidadãos.

A lista de prioridades anunciadas também não: estradas, portos, energia e PME's.

Mais do mesmo...

O mais grave ainda é que, com o "milagre" anunciado pelo presidente da República a desmoronar, António Costa e Silva declarou que também quer um «investimento emblemático» no Serviço Nacional de Saúde.

Emblemático?

Mas, afinal, o que pretende o novo "conselheiro" de António Costa?

Uma pintura da fachada do "edifício" do SNS?

A sucessão de banalidades impressiona, mas a mais perigosa é defender a falsidade política que «esta crise mostrou que o papel do Estado tem de ser revalorizado».

A crise ainda está aqui, presente e avassaladora, estando longe de ter ficado demonstrado que a intervenção do Estado resolveu ou foi suficiente para o que quer que seja.

Fica a doutrinação gasta, aliás desmentida pelos anos e anos de desvario estratégico que nos conduziram a um subdesenvolvimento crónico e a uma dívida gigantesca que condiciona o futuro das próximas gerações.

Só faltava mesmo o ramalhete de quem também acredita que é no mercado e nas empresas que está o «cerne da resposta».

No meio de tempos tão conturbados, cujas consequências ainda só agora começam a ser ligeiramente visíveis, este "arranque" em direcção ao futuro impressiona pela vacuidade e sinais contraditórios.

Bem fez o líder do PAN, o primeiro a dar uma nota dissonante nesta "curta" fantástica, ao anunciar que não tem nada a falar com o "homem do petronegócio".




segunda-feira, 25 de maio de 2020

PANDEMIA E EFEITOS ESPECIAIS


Marcelo é capaz de tudo, até de mentir a si próprio à frente de mais de 10 milhões de portugueses, continuando a sorrir e a debitar banalidades.

Somos os melhores, especiais, etc.

Entretanto segue-se mais uma "notícia" de última hora: a banhoca presidencial na baía de Cascais.

Que indigência...

Enquanto mantém viva a rábula da reflexão sobre a recandidatura, todos os dias faz uma intervenção em que dá um sinal, como lhe convém, de que vai avançar.

Só não o anuncia agora porque tal não serve os seus interesses pessoais e políticos...

E a "democracia" continua...

Parece que os portugueses têm outras "prioridades", dizem os profissionais do costume para distrair as atenções...

Uns pagos às escuras, outros com ajudinhas às claras de oportunidade, mais erro menos erro.

Há privilegiados e privilegiados, sobretudo os "ilustres" que só são o que são porque sempre foram pasto para todo o serviço.

Os efeitos especiais na política conquistaram os portugueses.

E as mentiras oficiais já se tornaram "verdades" populares e banais.

E assim os canalhas continuam a aproveitar-se da ingenuidade alheia...

Vai mais um consenso alargado?

Temos a "investigação jornalística" que resta, porventura por não ser o momento dos jornalistas se meterem com o poder...

Que mediocridade...

Entretanto, face a esta realidade, lado a lado com o bailete em curso, Jair Bolsonaro, depois do vídeo que atesta a sua vulgaridade democrática e política, recebeu uma ordem da Justiça brasileira para entregar o seu telemóvel.

Como está longe o processo de Benjamin Netanyahu, um primeiro-ministro em funções que bateu com os costados num tribunal israelita, por causa de favores aos patrões da comunicação social em troca de cobertura mediática favorável para si e para os seus familiares.

Ah!, se Tancos tivesse ocorrido em Israel ou no Brasil...