O Bloco de Esquerda escancara as mentiras políticas do governo, designadamente quanto ao número de profissionais de saúde contratados e à dotação financeira para o SNS em 2021, através de Mariana Mortágua e Francisco Louçã.
Por sua vez, o bastonário da Ordem dos Médicos lança um alerta lancinante denunciando a falta de preparação do SNS para acorrer à segunda fase da pandemia.
Face a este enorme aperto, António Costa tira da cartola um alibi para disfarçar o falhanço, dando "encosto" ao presidente da República para ambos poderem alijar responsabilidades.
E então lança a bomba atómica mediática: a obrigatoriedade da instalação e utilização da aplicação StayAway Covid, sujeita a multa e vigilância policial.
Costa conseguiu desviar as atenções do Orçamento do Estado 2021 e ainda da arrasadora carta aberta de Manuel Guimarães Pinto, que também foi assinada por mais cinco ex-bastonários, com sensibilidades políticas diferentes.
E não contente com a "façanha" autoritária elevou o tom da ameaça, redobrada com o habitual eco presidencial, sem garantir um SNS preparado, sem atender às exigências dos lares de idosos e sem fazer face aos transportes públicos apinhados, apenas arriscando a política do medo.
Mas a cumplicidade entre ambos foi ainda mais longe.
No momento em que a propaganda do governo sobre o SNS veio abaixo com estrondo, o presidente da República correu a dar conhecimento de conversações com os privados do sector para tapar os buracos que até então nunca havia visto.
Exigência?
Não.
Escrutínio?
Nada.
Branqueamento?
Sim, como tem sido costumeiro.
E, quando era esperado estudo, competência, responsabilização e clareza, sobrou a boçalidade da aposta no "pleno" da ameaça, comprovando o "arranjinho" entre ambos, mesmo quando estão em causa os direitos constitucionais.
Mas com esta espécie de acção política "moderna" tudo muda num ápice, o sim e o seu contrário, mais irrevogável menos fantasia.
O que por aí vem, nos próximos tempos, exige uma presidência com mais noção do dever e da responsabilidade do que de piruetas e cálculo particular.
É que a pandemia continua a alastrar vertiginosamente e o número de mortos a crescer.