quarta-feira, 6 de julho de 2011

EUA: O aliado que tem dias

O murro no estômago do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, provocado pelo corte do rating da República, levantou um coro de protestos de toda a ordem, uns mais patrioteiros do que outros, mas sempre num uníssono tom de orgulho ferido.

Como se não bastasse a humilhação, a Moody's ainda teve o atrevimento de clarificar que a decisão de atirar o país para o nível do lixo já tinha levado em linha de conta as últimas medidas draconianas, o que só veio enfurecer ainda mais a super estrutura nacional.

Esvaziada a fúria, com uma pitada de emoção q.b., a análise da triste realidade portuguesa passou a ser feita através do prisma da guerra em curso entre o dólar e o euro.

Assim, não faltaram vozes autorizadas a clamar por uma reacção firme da União Europeia contra o tão despropositado ataque norte-americano.

Encurralados no meio desta guerra global, muito por culpa da própria governação, parece não haver trunfos que valham para inverter o actual curso dos acontecimentos: nem o poderoso Durão Barroso, nem a tão estratégica aliança com a super potência do outro lado do Atlântico parecem servir para amainar ventos tão desfavoráveis.

Até a cotação da momentânea cegueira do Estado português em relação aos aviões da CIA, carregados de sequestrados para Guantánamo, parece ter sido atirada para o lixo, qual crédito mal parado em tempos de crise.

Como avisa o adágio, quem se coloca permanentemente de joelhos, só tem o que merece.

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