terça-feira, 29 de maio de 2018

Eutanásia: não votem por mim


A votação na Assembleia da República sobre a legalização da eutanásia é um assalto à Democracia.

À excepção de um Deputado, o que representa os eleitores que votaram no PAN, nenhum outro tem legitimidade para votar em nome dos cidadãos, porque foram eleitos sem claramente indicarem a questão no respectivo programa eleitoral.

Não, não é uma questão formal, mas sim o mais elementar respeito pela vontade popular, por aqueles que ainda acreditam que a Assembleia da República acata e respeita a escolha dos cidadãos, depois de devidamente esclarecidos e auscultados.

Há uma certa classe política que julga que tudo pode sem prestar contas, desde que consiga assento nos bancos do poder.

De igual modo, à esquerda e à direita, também há uma certa espécie de políticos que se consideram tão iluminados, e senhores da razão, que julgam poder prescindir de saber qual é a opinião dos cidadãos em relação às suas propostas.

Como se a autoridade da representação fosse absoluta e inquestionável.

Obviamente, a questão da eutanásia, tal como é colocada agora, só pode ser resolvida através da realização de um referendo.

Somente através deste instrumento democrático é possível saber a vontade dos portugueses.

E, já agora, antes de tratar de um assunto tão delicado como a morte, os Deputados deviam estar mais preocupados com a vida dos portugueses, ou melhor como sobrevivem.

P. S. Eu sou favorável à eutanásia, mas não votem por mim sem me ouvirem.



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