A propaganda quer convencer-nos que estamos a regressar ao tempo em que não existia a pandemia.
Mas será, entre os sobressaltos na Grande Lisboa, que estamos a falar de continuar a aceitar a (a)normalidade de 2019 em que morreram mais de 50 milhões de pessoas em todo o mundo por fome e pobreza?
De facto, pouco ou nada tende a mudar estruturalmente.
A Democracia continua a deixar para trás os mesmos de sempre: os mais pobres e aqueles que mais precisam de auxílio.
E, agora, também tem sido assim com as "ajudas" estatais tendencialmente dirigidas, com a Saúde cada vez mais desigual, com a Educação de faz-de-conta que liquida o elevador social e até com a indiferença quando a Justiça parou.
Os critérios opacos e de geometria variável são a sustentação desta "filosofia" da (a)normalidade que acalenta os amigos e os poderosos do costume ao mesmo tempo que propala uma mensagem de solidariedade para enganar os tolos.
E para credibilizar a léria, até garantem que serão precisos anos para regressar à tal (a)normalidade, ou seja o sacrifício de mais uma geração e atirar os pobres para o Banco Alimentar com direito ao afago da caridosa Jonet.
Face a esta realidade, o que faz o presidente da República?
Alimenta o bailete com umas tiradas tão mistificadoras quanto infantis e lá vai tomando umas banhocas com direito a directos televisivos e ao primetime.
E o primeiro-ministro?
Escolhe um gestor à socapa, garantindo-lhe mais de um mês de "liberdade de movimentos", para apontar o nosso futuro no espaço de uma década.
Dá que muito que pensar...
Com pandemia ou não, os tempos são sempre o espelho de atitude ou apatia, de escolha ou indiferença, de resiliência ou desistência.
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