As consequências económicas e financeiras devastadoras provocadas pela pandemia Covid deviam fazer soar todos os alarmes, designadamente no momento de ameaça e tensão militares entre a China, a Rússia e os Estados Unidos da América.
A Crimeia e Taiwan, além da energia e acesas disputas comerciais entre as super potências, são pretextos demasiados perigosos para serem escondidos.
É nestes momentos trágicos que a guerra é sempre um factor de risco acrescido, uma tentação à mercê de ditadores, assassinos e aventureiros.
As matanças pela força das armas, ou de uma qualquer guerra biológica, não podem voltar a ser a fórmula para drenar e reequilibrar as massivas transferências financeiras entre continentes.
Nunca é de mais recordar que as duas grandes guerras mundiais começaram a levedar em períodos de graves crises nas economias europeias.
Pactuar com a manutenção desta realidade escondida é um péssimo serviço público.
Entretanto, por cá, a pandemia e as eleições antecipadas concentram os principais debates e espaços informativos.
Com um presidente entretido com trocadilhos para prevenir uma eventual mudança política e um primeiro-ministro em funções que tudo faz para manter o poder pelo poder, o “nosso Portugal” é mantido alheado da gravíssima realidade internacional.
De uma forma estratégica e deliberada, os portugueses estão a ser mantidos na ignorância das consequências da escalada da tensão internacional, porque tal beneficia descaradamente António Costa e o sistema instalado.
Uma mera subida das taxas de juro de referência a nível mundial atiraria Portugal novamente para o charco ainda mais fundo da miséria e fome.
Tal como aconteceu, por exemplo, com a crise mundial de 2007/8, que atirou a ficção despesista de José Sócrates para os braços da Troika.
A menos de um mês de eleições legislativas, não é só preocupante o tradicional ilusionismo dos políticos e candidatos e de uma parte da comunicação social.
Muito mais inquietante é o governador do Banco de Portugal, que foi ministro das Finanças, vir agora a terreiro afirmar que «se 2016 foi um ano de inversão, 2022 será um ano de propulsão».
E assim se continua descarada e impunemente a virar a página.
Sem comentários:
Enviar um comentário