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segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

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As consequências económicas e financeiras devastadoras provocadas pela pandemia Covid deviam fazer soar todos os alarmes, designadamente no momento de ameaça e tensão militares entre a China, a Rússia e os Estados Unidos da América.

A Crimeia e Taiwan, além da energia e acesas disputas comerciais entre as super potências, são pretextos demasiados perigosos para serem escondidos.

É nestes momentos trágicos que a guerra é sempre um factor de risco acrescido, uma tentação à mercê de ditadores, assassinos e aventureiros.

As matanças pela força das armas, ou de uma qualquer guerra biológica, não podem voltar a ser a fórmula para drenar e reequilibrar as massivas transferências financeiras entre continentes.

Nunca é de mais recordar que as duas grandes guerras mundiais começaram a levedar em períodos de graves crises nas economias europeias.

Pactuar com a manutenção desta realidade escondida é um péssimo serviço público.

Entretanto, por cá, a pandemia e as eleições antecipadas concentram os principais debates e espaços informativos.

Com um presidente entretido com trocadilhos para prevenir uma eventual mudança política e um primeiro-ministro em funções que tudo faz para manter o poder pelo poder, o “nosso Portugal” é mantido alheado da gravíssima realidade internacional.

De uma forma estratégica e deliberada, os portugueses estão a ser mantidos na ignorância das consequências da escalada da tensão internacional, porque tal beneficia descaradamente António Costa e o sistema instalado.

Uma mera subida das taxas de juro de referência a nível mundial atiraria Portugal novamente para o charco ainda mais fundo da miséria e fome.

Tal como aconteceu, por exemplo, com a crise mundial de 2007/8, que atirou a ficção despesista de José Sócrates para os braços da Troika.

A menos de um mês de eleições legislativas, não é só preocupante o tradicional ilusionismo dos políticos e candidatos e de uma parte da comunicação social.

Muito mais inquietante é o governador do Banco de Portugal, que foi ministro das Finanças, vir agora a terreiro afirmar que «se 2016 foi um ano de inversão, 2022 será um ano de propulsão».

E assim se continua descarada e impunemente a virar a página.