A recta final da campanha está a ser decisiva, com os indecisos e abstencionistas a deixarem tudo em aberto.
Sejamos claros: o que os portugueses vão avaliar são os últimos dois anos da governação liderada por António Costa, não é o passado recente, distante ou mesmo a fundação de Portugal.
Nos últimos dois anos, os portugueses assistiram ao maior ataque aos princípios e valores democráticos desde o 25 de Abril.
Corrupção, pobreza, caos na educação, justiça e saúde, nepotismo, exploração dos imigrantes e instabilidade institucional não foram meros acidentes, mas o resultado do tacticismo em São Bento e do folclore inconsequente em Belém.
A oportunidade perdida vai pesar no dia do voto: o autoritarismo, a partidarização da administração central e a colocação dos boys voltaram a comprometer o aproveitamento de um volume ímpar de fundos comunitários.
Serão precisas décadas para corrigir estes desvarios de cedências às clientelas, seja qual for o vencedor das eleições de 10 de Março, mas mais vale começar já do que mais tarde.
Com os portugueses a serem tratados como gado, sobretudo os mais pobres, compensados com umas migalhas assistencialistas, a máquina da propaganda instalada rebentou, deixando o desastre à vista.
O custo da dupla, formada por António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, ainda está por determinar, mas a percepção que os portugueses querem uma mudança é já por si só uma parte do balanço pós-eleitoral.
Chegou o momento de olhar em frente, de rejeitar a velha receita da estratégia do medo, com inovação e a capacidade de não continuarmos a ser aborrecidos, como aconselhou Yulia Navalnaya.
O perigo nunca vem do futuro, mas sim de ignorar a evidência do presente.
Ninguém quer regressar a 2022, a 30 de Janeiro de 2022.
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