A nível nacional, como internacional, sente-se a falta de espírito crítico e independente, até mesmo em relação ao intolerável.
Do fecho das urgências aos tempos de espera, à situação na escola, habitação, justiça e segurança, os cidadãos assistem impotentes e sentem na pele o caos instalado, tendo ainda de aguentar mentiras descaradas do poder ou o branqueamento dos Media.
A política externa portuguesa continua ao nível rasteiro, com as habilidades semânticas de Paulo Rangel e até a inacreditável ponderação de Marcelo Rebelo de Sousa em marcar presença na tomada de posse de Daniel Chapo.
Não admira que os jornais estejam reduzidos a um par de folhas, sem leitores nem anunciantes, aliás esmagados por uma informação televisiva, sem agenda própria, que engole o faits divers e a informação das grandes agências.
A aceitação da invasão da Ucrânia e do genocídio em Gaza faz-se à custa do empolamento de outras tragédias, mesmo aquelas que atingem os mas ricos e poderosos, sem igual critério para os sem-abrigo e mais pobres.
As palavras dos líderes mundiais, como Donald Trump, têm uma leitura literal e jocosa, esquecendo que a sua actuação política em tudo difere das palavras manhosas dos políticos tradicionais.
Lança-se a lama onde ainda há uma réstia de esperança, desvaloriza-se o desastre à vista onde deveria haver mais escrutínio, verdade e indignação.
Não admira que, em Portugal e no resto do Mundo, a cidadania prefira as redes sociais para se informar, pois estão fartos de critérios enviesados.
Aliás, o absurdo é tal que são os eurocratas de Bruxelas, que não foram eleitos, a apontar o dedo a um bilionário que tem desmascarado algumas ignomínias que perduram nas últimas décadas.
Felizmente, ainda há excepções, como Carlos Cortes: «Os problemas no SNS atingiram um patamar de banalização e aceitação absolutamente inadmissível (...) o fecho de urgências ou tempos de espera a rondar as 20 horas seriam aberturas de jornais há 10 ou 15 anos atrás».
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