No momento em que está aberta a polémica sobre a disciplina de cidadania, a questão mais premente continua a ser ignorada.
Se a educação sexual e a literacia financeira são importantes na escola, derivas ideológicas à parte, o reforço de outros valores é tão ou ainda mais decisivo.
Os exemplos atropelam-se.
O país continua a arder sem que os responsáveis assumam as consequências das suas leis.
Os doentes morrem, por falta de socorro e cuidados de saúde, sendo que os responsáveis ainda se atrevem a fazer fugas em frente para melhor escapar ao juízo da comunidade.
Em Gaza, responsáveis e cúmplices do genocídio dos palestinianos, pasme-se, indignam-se pelo não agradecimento das tardias migalhas oferecidas e até garantem mais tempo para o crime hediondo continuar.
A questão é fornecer as ferramentas indispensáveis para destrinçar aqueles que, mesmo sabendo o que são, enganam os mais jovens e vulneráveis através de falsas razões de Estado e golpes de marketing para parecerem aquilo que não são.
Os valores da cidadania ganham ainda mais importância quando o MP cava a sete pés da acção penal, em tempo útil, face ao poder executivo e administrativo, por falta de meios ou vontade para agir.
Em suma, a distinção entre canalhas assumidos e falsos cordeiros é um exercício primordial num regime democrático.