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segunda-feira, 18 de abril de 2022

PRESIDENCIAIS FRANCESAS: TUDO EM ABERTO


A tendência de radicalização continua a ser desvalorizada pelos senhores do poder, porque continuam a acreditar que, à última da hora, o colectivo adiará uma hecatombe política e social.

Os 45,1% obtidos por Marine Le Pen (23,15%) e Jean-Luc Mélenchon (21,95%) na primeira volta das presidenciais francesas deviam fazer soar todos os alarmes.

Mais grave ainda é o resultado de 57,8% alcançados entre os franceses com 25-34 anos: Marine (30%) e Mélenchon (27,8%), atirando Macron (19,3%) para um terreno pantanoso.

A realidade revela que o voto útil – ou o mal menor – já não é suficiente para manter o establishment.

O cansaço da juventude francesa e a incógnita da abstenção deixam tudo em aberto para a segunda volta.

A hipótese de vitória de Marine Le Pen está em cima da mesa, ameaçando um retrocesso de décadas, tal e qual como a agressão e a invasão da Ucrânia pelas forças russas.

Os franceses identificam Macron com o grande capital e Marine com os desfavorecidos, pois é cada vez mais difícil governar com a boca nos pobres e a mão no bolso.

Enquanto o centrão político continua a negar uma profunda reforma financeira, económica e social a nível global, Marine Le Pen está hoje mais perto do Eliseu do que em 2017.

Vladimir Putin está à beira de conseguir nas urnas francesas o que ainda não conseguiu – para já! – pela força das armas.