A hesitação na condenação peremptória da agressão russa a um Estado soberano diz tudo do primeiro-ministro, líder partidário e político.
Mesmo depois da condenação histórica do TIJ, António Costa continua incapaz de assumir uma declaração inequívoca na defesa do Direito Internacional e dos valores civilizacionais.
Na ONU, União Europeia e NATO até vamos a eles, mas depois, enquanto Estado, não faltam habilidades para evitar a condenação do criminoso de guerra.
Restam os braços abertos para os refugiados ucranianos, uma atitude à altura do momento, mas que não disfarça as vantagens do negócio do equilíbrio da segurança social falida.
É aviltante o seguidismo em relação aos dois mais importantes parceiros estratégicos – China e Índia – face ao miserável massacre de civis na Ucrânia.
Há quem lhe chame diplomacia, e até estratégia, mas é apenas a mesma lógica de baixa política que conduziu à Guerra na Europa.
Certamente, na senda de agradar ao “chefe”, também não é por acaso que uma certa intelligentsia caseira multiplica argumentos de alarve branqueamento de Vladimir Putin.
Habituados a chafurdar nesta pocilga política, Marcelo Rebelo de Sousa permanece acantonando na irrelevância institucional – entre o exibicionismo e o apagamento.
Os negócios com Angola, China e Venezuela continuam a ser o padrão de referência da governação à esquerda.
É a continuidade do vale tudo – dos “vistos gold” à incompreensão da rejeição ucraniana da rendição –, desde que sobrem umas migalhas.
O posicionamento internacional de Portugal exige um debate profundo, sobretudo em tempos de maioria absoluta do PS.
Pelo que resta da credibilidade portuguesa no seio da comunidade internacional.
Pela nossa própria segurança.