segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

NO PAÍS DE MARCELO... SILÊNCIO!


Num espaço de uma semana, o país acordou estatelado na lama.

Em primeiro lugar, depois da polémica com as ordens hierárquicas secretas no Ministério Público, os juízes passaram para a berlinda pelas piores razões: suspeitas de viciação da distribuição de processos e corrupção.

Num ápice, a grande maioria dos cidadãos levou um murro no estômago.

E num curto espaço de dias, os portugueses não foram poupados.

Uma jornalista revela que o actual primeiro-ministro há sete anos, enquanto ministro, exigiu a sua cabeça a uma administração...

Dois nomes nada recomendados são indicados publicamente para o Tribunal Constitucional.

Um ministro exige a alteração de uma Lei para fazer vingar um projecto polémico.

E, qual cereja em cima do bolo, depois de todas as promessas de combate à corrupção, a tardia transposição da quinta directiva europeia de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo passou com uma normalidade assombrosa, sem qualquer explicação política.

Depois de tudo o que já havíamos visto, esta sucessão de notícias dignas de uma qualquer república de bananas impressiona até o mais céptico.

Face a todo este lixo, comprovando que o normal e regular funcionamento das instituições está comprometido, o presidente da República remete-se ao silêncio.

E porquê?

Porque no país de Marcelo, institucionalista, manso e hipócrita, é sempre assim.

E depois?

Nada!

É caso para perguntar: Para que serviu a tal proximidade? E as selfies?

A resposta é óbvia: Para melhor poder manter o status quo, qual bailete permanentemente reinventado.

O silêncio pode ser uma arma temível. 

Mas também pode ser, quando mal usado, uma arma de destruição maciça da democracia. 

Se é este o país que queremos, então só nos resta acompanhar o silêncio podre.

Se queremos mudar... É tempo de falar, de criticar, de exigir.

Até 2021!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

EUTANÁSIA: IGREJA ÀS VEZES


Há três anos, Ana Rita Cavaco dava um murro na mesa denunciando a prática encapotada de eutanásia no SNS.

Caiu o Carmo e a Trindade, choveram os desmentidos tão politicamente patéticos quanto hipócritas e nem sequer faltaram as ameaças de responsabilização legal sobre a Bastonária da Ordem dos Enfermeiros.

Desde então o que aconteceu?

Nada!

E o que mudou em Portugal?

Pouco ou nada!

Nem mesma a posição da Igreja portuguesa.

Hoje, tal como ontem, a posição firme da Igreja portuguesa contra a morte assistida contrasta gritantemente com o silêncio sempre cúmplice da mesma estrutura eclesial em relação à forma como são negados aos portugueses os mais elementares direitos dos cidadãos em vida.

O debate está feito e mais que feito, apesar de todas as tentativas de infantilizar a maturidade democrática do povo e de politização sobre esta questão de civilização.

A vida é o universo de cada um.

É a cada um dos portugueses que cabe decidir sobre a vida e a morte.

Por isso é ao povo que deve caber a palavra final.

Não, não são os representantes políticos que têm o direito de decidir o que apenas pode ser decidido directa e expressamente por cada um.

Basta atentar à posição de António Costa para perceber que esta decisão não pode cair no regaço de quem faz da vida política um manual de tacticismo.

Tem dúvidas?

Basta consultar o programa do PS.