A arrogância política está no ADN dos socialistas que sempre se comportaram como os donos da Democracia.
E a história do PS confunde-se com a de António Costa.
Desde que chegaram à liderança do Executivo, por via da maioria então formada no Parlamento, após as Legislativas de 4 de Outubro de 2015, ambos têm multiplicado as atitudes de sobranceria política.
Entre muitos exemplos basta apontar a comunicação governamental a propósito da epidemia (pandemia?) do coronavírus designado por Covid-19: não há problemas orçamentais, está tudo preparado, venham os infectados.
Num país com uma das maiores dívidas do mundo, com o SNS à beira do colapso, em que faltam médicos e enfermeiros por todo o lado, e com a trágica incapacidade de organização a que já estamos habituados, o impacte do Covid-19 parece uma brincadeira de crianças para o Governo liderado por António Costa.
De facto, este discurso não sossega ninguém.
A questão não é evitar o alarmismo sempre presente nestas circunstâncias, mas sim a habitual fanfarronice politicamente irresponsável.
Este padrão, que se tem repetido ao longo dos anos, também é verificável na governação no sentido lato.
Depois de uma vitória pequenina, nas últimas Legislativas de 6 de Outubro de 2019, António Costa entendeu que já não precisava de uma base de apoio político trabalhado e previamente formalizado.
Num gesto de saloiice política inimaginável, o primeiro-ministro acreditou que seria possível governar alternando o apoio parlamentar de que necessita à esquerda e à direita, subestimando claramente Catarina Martins, Jerónimo de Sousa e Rui Rio.
O resultado está à vista: «vamos governando!», como diz candidamente Siza Vieira, o advogado de negócios transformado no poderoso número dois do Executivo.
Com uma crise mundial de dimensões ainda não definidas, com a Europa a desfazer-se aos pedaços e com o horizonte internacional carregado, lá vamos andando...
Até quando?
Até ao próximo flick-flack de Costa.
Mas será que ainda vai a tempo de não hipotecar o futuro do país?