Os debates com 25 minutos têm colocado à prova os líderes partidários e a própria comunicação social.
Todavia, a tentativa de aproximação da informação tradicional à instantaneidade das redes sociais expõe ainda mais a geometria variável editorial.
Uma família vítima do caos no SNS, um comerciante derrubado pela falta de apoios em pandemia, um cidadão esmagado pela Administração podem não chegar aos debates, às primeiras páginas e ao prime time, mas nunca falta espaço nem tempo para constarem do Twitter e do Facebook.
O recurso aos canais alternativos, em vésperas das eleições antecipadas, é uma mera reacção aos critérios definidos pela “bolha” em que circulam políticos e jornalistas.
Das citações aos vídeos, da síntese à crítica, da graxa aos gritos de alarme, do servilismo à independência, a Internet continua a revolucionar a percepção dos cidadãos, mais selectivos e atentos em relação à manipulação.
A cidadania, além da participação, é cada vez mais a capacidade de identificar e rejeitar a publicidade enganosa, qual fake news, venha ela de onde vier.
A mediação jornalística, indispensável, continua a perder terreno.
E quanto mais instantânea, mais subserviente e mais parcial for a cobertura noticiosa, mais vingam os canais alternativos.