Edward Snowden bem pode falar, bem pode denunciar a ficção tornada realidade, bem pode alertar para o abuso institucionalizado e legalizado.
Se as palavras de Snowden fazem pensar, também deviam indignar e mobilizar.
Mas a verdade de Snowden ainda não interessa a todos.
Por um lado, os governos são servidos e servem-se, para os mais variados interesses e objectivos, por quem na sombra fria passou a recolher a informação de enfiada.
Por outro, os cidadãos estão demasiado ocupados com mais uma novela, mais um gadget, mais uma experiência vivida e rapidamente esvaziada pela sua exibição na primeira oportunidade.
Por cá, no âmbito deste quadro, tão global quanto dantesco, já começaram a ressurgir mais sinais alarmantes de arrogância política e de abuso no início da Legislatura.
E para que ninguém vá ao engano nestes tempos novos, um dos ajudantes de Estado lá avisou a malta: qualquer coligação negativa é obra de "traidores".
E paira a ameaça no ar...
Nunca há limites para quem julga estar ungido pela divindade do poder...
Coitados!
Julgam poder tudo...
Mas não podem, como nos ensina a História.
Porque há sempre alguém que resiste, como Snowden.
E porque vale a pena caminhar com Sophia, cem anos depois, relendo "Dual".
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