Portugal continua a viver assim.
Num pântano político que é sempre
pautado por dois momentos: o primeiro, em que os políticos e governantes não
olham a meios para defender os seus interesses e de facção, hipotecando o
futuro do país; o segundo, em que os mesmos revelam o auto-proclamado sentido de
Estado para consertar a situação, qual pragmatismo que tem vendido o país aos
pedaços e aberto as portas ao dinheiro sujo da corrupção e das ditaduras
sanguinárias.
Da esquerda à direita, de Costa a Marcelo, nada de novo no horizonte, pois o que interessa é captar investimento e vender a qualquer custo a Angola, China, Guiné Equatorial, Venezuela, etc, e, se possível, tentar tapar o buraco na banca, da responsabilidade de bancários incompetentes, com dinheiro venha ele donde vier.
Não há limites para esta triste
realidade em que o país se tem afundado, mais e mais, para depois se tentar levantar
chafurdando no pior do pior.
A mais recente cena desta novela
de má qualidade é o adiamento da visita de Francisca Van Dunem a Angola.
Imposto pelas autoridades
angolanas, num curto comunicado, emitido à última hora.
Sem apelo nem agravo. Humilhando
a ministra da Justiça e o governo de Portugal.
Já todos tinham percebido que
António Costa tinha angariado Francisca Van Dunem essencialmente por causa da
sua origem, visando acalmar qualquer irritação do ocupante do Palácio do
Futungo, e não para fazer obra na Justiça.
Para já, o trunfo de Costa saiu
furado, pois os problemas de Manuel Vicente com a Justiça portuguesa vão
arrastar, inevitavelmente, as relações entre Angola e Portugal para um período
sombrio.
Mas com estes estadistas de
pacotilha tudo se pode arranjar. Quem sabe com mais um investimento angolano ou
um par de malas de dólares bem lavadinhos, quiçá com o carimbo da família de
José Eduardo dos Santos, tudo se pode compor.
Como serve a Angola e a Portugal,
dizem eles, o que lá vai lá vai, até ao dia em que o povo angolano se livrar de
uma ditadura corrupta e implacável.