Desconfiar das autoridades políticas e de saúde é populista?
Ou ainda melhor: duvidar da vacina contra a Covid é fascista?
É que a desconfiança está instalada, porque tem imperado a mentira, a falta de transparência e o improviso.
Ora, vai mais um anúncio, inquérito ou focus group à medida?
Venham eles, pois claro, porque tem valido tudo neste "campeonato" de sombras em que a culpa morre na comunicação.
Afinal, a vacina tem 90% de eficácia num dia, 95% no outro e 70% na semana a seguir.
E o folclore continua, com o presidente a receber as farmacêuticas, sem mais nada para dizer, com o calendário na mão por causa das presidenciais.
Só falta mesmo o plano de vacinação que está a ser elaborado a mata-cavalos por mais uns boys socialistas.
Para já, para quem tem tomado tantas decisões avulsas, pouco importa a contradição e a publicidade duvidosa.
Vacina para todos, clamam o presidente, o primeiro-ministro e os afins do regime, ignorando a exigível prudência.
É sempre assim, é preciso dizer qualquer coisa à medida que o desastre é evidente.
Enfim, depois de mais e mais mortes nos lares, todo o cuidado é pouco com os mais idosos que sobreviverem.
Bem basta a vacina da gripe que nem todos tomaram ou podem tomar por manifesto desnorte do governo.
O "circo" vai ter custos, pois todos conhecemos a fábula do pastor mentiroso e do lobo.
E, aqui e ali, já se vai ouvindo dizer: vou esperar que outros tomem a vacina em primeiro lugar.
Podemos ser obrigados a ficar em casa, até impedidos de trabalhar, mas ninguém vai aceitar de ânimo leve a tomada de uma vacina que é apregoada como a solha embrulhada em papel de jornal.
Ah, o negócio, e que negócios à custa da pandemia e da vacina que um dia há-de chegar.
Só falta mesmo o atrevimento de copiar a arriscada lei da rolha de Macron.
Porém, não faltam exemplos de resistência ao autoritarismo do Estado.
Reunidos em congresso, os comunistas comprovaram que há alternativa à lei do medo, deitando por terra o facilitismo da emergência.
Todavia, a "dupla" ainda consegue fechar tudo, ou quase tudo, escolhendo arbitrariamente até o local e a hora em que o vírus é mais perigoso, deixando o país limitado a "pão e água".
Mas já ninguém consegue disfarçar a "matança" de idosos e menos idosos, por Covid e falta de cuidados e assistência hospitalar.
E ninguém sabe o resultado dos respectivos inquéritos após tantos e tantos óbitos a mais, uma factura que, mais tarde ou mais cedo, também vai ter de ser paga.
Basta andar na rua para perceber que o tempo da ebulição está perigosamente cada vez mais perto.
É caso para dizer: Não sejas pato do "espírito de equipa" de Marcelo e Costa nesta pandemia.