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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

NATAL (PARA ALGUNS)


No tempo que se diz de paz e de alegria, traduzido por um consumismo histérico e desenfreado, a guerra continua a martirizar milhões de pessoas.

Além do genocídio em Gaza e da invasão russa que tem massacrado a Ucrânia, existem outros conflitos brutais: Burquina Faso, Líbano, Somália, Sudão, Iémen, Mianmar, Nigéria e Síria.

A solidariedade de plástico não apaga a indiferença face à brutalidade longínqua, muito menos aquela com que convivemos de perto, diariamente, como os sem-abrigo, os doentes e mais pobres e os socialmente excluídos.

A prioridade não pode continuar a ser a polémica de alecrim e manjerona, o projecto faraónico, a discussão estéril sem ir à raiz do problema e a infantilidade de tentar ocultar a realidade.

Já não basta apenas a palavra, a profissão de Fé, a opinião e a manifestação.

É preciso dar um sinal aos decisores e aos representantes políticos que elegemos: o respeito pela dignidade humana.

Não há crescimento económico, inflação e PIB mais importantes do que acorrer às chagas sociais e à vertigem dos ditadores.

A globalização selvagem tem reforçado os Estados párias: Afeganistão, Bielorrússia, Coreia do Norte, Eritreia, Guiné Equatorial, Israel, Kosovo, Myanmar, Rússia, Síria, Sudão, Uzbequistão e Zimbabué.

São pelo menos mais de 400 milhões de pessoas à mercê de assassinos impiedosos que apenas perduram com a nossa cumplicidade.

No século XXI, de estonteantes descobertas científicas, em que as redes sociais estalaram o politicamente correcto, já não é possível continuar a fazer política e a exercer o poder como no século passado.

A desigualdade, a corrupção e a impunidade não são questões de esquerda nem de direita, são ameaças aos princípios de Humanidade.

Não é só consciência, nem tema de mais um Natal (para alguns), é uma questão de civilização e de sobrevivência dos regimes democráticos.