O primeiro-ministro fez uma declaração de firme condenação depois de conhecido mais um massacre na Ucrânia.
Para trás ficaram hesitações e palavras subservientes com as posições dúbias da China e da Índia.
As audíveis e insistentes reprovações, desde o Papa Francisco a Ana Gomes, começam agora a ser levadas a sério por António Costa.
Os truques mediáticos já não disfarçam as contradições dos membros da União Europeia, designadamente as alemãs e as francesas.
E, quando é preciso ser pró-activo e exemplar, porque a crise vai ser avassaladora, grita mais alto a passividade de Marcelo Rebelo de Sousa.
Nem uma carta, obviamente escrita com as duas mãos, nada, só chavões de circunstância.
O presidente prefere as guerras internas de alecrim e manjerona, fomentando a tensão institucional para fazer prova de vida estrambótica.
Desde o primeiro-ministro refém dos votos até ao ultimato dos portugueses para que cumpra o mandato, o presidente entrou numa fase de verborreia perigosa.
É o vazio de Belém, em que a forma vale mais do que a substância, a credibilidade e a palavra sem exibicionismos.
Faltam estadistas limpos e com visão para barrar e denunciar a pressão das negociatas de curto prazo.
Os massacres de Bucha e de Mariupol, mais duas “medalhas” dos senhores do poder e da guerra, não serão esquecidos.
Os europeus não vão poder ignorar a chacina, enquanto ligam o aquecimento e fazem zapping a partir do sofá.
O preço a pagar é demasiado elevado para mais um patife virar de página.