segunda-feira, 2 de maio de 2022

GOLPE FINAL


A força das opiniões públicas está a impor uma mudança radical.

Como bem sublinhou António Guterres, ainda que tardiamente, a guerra no século XXI é um absurdo.

A barbárie e a morte de civis já não podem ser apenas lavadas com palavras e mais palavras.

A globalização não continuará a servir para justificar a alta corrupção e o branqueamento de capitais.

Sejam Estados, sejam grandes multinacionais, a política da liberdade na boca e a mão no bolso estão a ser fortemente contestadas.

Alemanha, França e Reino Unido tiveram de travar a fundo nos negócios com Vladimir Putin e afins, ao mesmo tempo que Joe Biden ganha popularidade com o apoio militar à Ucrânia.

Mesmo no teatro de guerra começa a vislumbrar-se um ponto de viragem.

Apesar de muito faltar para fazer vingar as sanções à Rússia e aos seus oligarcas, o charme dos “facilitadores” do dinheiro sujo e o primor das “lavandarias financeiras” são questionados.

Passados mais de dois meses da agressão e da invasão da Ucrânia é preciso dar um golpe final nas máquinas da guerra: reforçar o cerco às offshores.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

25 DE ABRIL: 48 ANOS DEPOIS

Há 48 anos, no dia 25 de Abril, às 16:30, Marcelo Caetano anunciou a rendição.

Desde então, a conquista da liberdade permitiu sonhos, pesadelos, esperança e desilusão.

Hoje, mais uma vez, palavras e cerimónias consagram o fundamental, mas continuam a cair na ratoeira do branqueamento.

Os elogios das instituições, sempre justos e oportunos, perdem uma parte significativa da sua credibilidade, porque se persiste em omitir o abuso, a corrupção e a mentira.

Hoje, na Assembleia da República, o funcionário que sucumbiu ao cansaço e as vaias aos mais altos dignatários podem ter sido tão-só simbólicos, mas assumem a dimensão de uma realidade existente que não merece mais um virar a página.

Entre todos os discursos – quem diria! – Bernardo Blanco escapou à banalidade.

Nesta precisa hora, 48 anos depois, um jovem deputado lembrou o mais importante: o inconformismo da cidadania.

Entre o país que não quis saber e o país que quer saber, é a Iniciativa Liberal que chama a atenção para as teias de aranha que continuam a condicionar e a limitar o regime democrático.