Marcelo Rebelo de Sousa venceu.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2021
PORTUGAL MANSAMENTE A CAMINHO DO DESASTRE
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
PRESIDENCIAIS: RESIGNAÇÃO OU MUDANÇA?
E os resultados da desorientação e do autoritarismo, que fabricam mais e mais medo, têm merecido mais atenção neste esforço final dos candidatos presidenciais.
Mas a evidência ainda tem esbarrado na desculpabilização à portuguesa: Coitados, estão a fazer o que podem!
O país continuará na cepa torta, enquanto os cidadãos não reforçarem o músculo da cidadania, não fizerem frente aos abusos do Ministério Público ou do Fisco e não mudarem a mentalidade bafienta do pobrezinho e remediado.
Todavia, a cada eleição, agora, sente-se um pouco mais de exigência.
Na recta final da campanha das presidenciais, seis dos candidatos têm feito a diferença, correndo o país, andando na rua, contactando as pessoas, com sentido de abnegação, encarando de frente e com responsabilidade o risco.
E, entre eles, dois têm conseguido passar mensagens directas e claras que tocam um eleitorado que tem estado "confinado" ao voto no mal menor.
Ana Gomes tudo tem
feito para mostrar que pode fazer mais e melhor em Belém, assumindo
independência política, sensibilidade social, proximidade do povo e denunciando
a alta corrupção que tem custado mais desigualdade e pobreza.
Aliás, aumenta a convicção entre os socialistas, e não só, que é a candidata capaz de enfrentar André Ventura e derrotar Marcelo Rebelo de Sousa.
Por sua vez, Tiago Mayan Gonçalves é quem mais tem surpreendido.
O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal, com criatividade e sem radicalismos, a cada intervenção, tem dado uma canelada no "centrão" dos interesses da dupla Marcelo/Costa.
«Se votas igual não esperes diferente» sublinha no mais conseguido slogan da campanha.
Tal como a diplomata e ex-deputada europeia, Tiago Mayan Gonçalves também vai a votos com um discurso limpo da marca da podridão do regime ao mais alto nível.
E também tem falado para os cidadãos indignados com o desvio dos fundos comunitários para alimentar clientelas, a estagnação económica, a impunidade e a falta de cultura democrática.
Nunca os portugueses
tiveram uma oportunidade tão credível para iniciar uma nova vida: Ana Gomes e
Tiago Mayan Gonçalves são os candidatos em melhores condições para regenerar o regime
democrático com a palavra, a acção e a determinação.
O desastre pandémico tem acelerado a visibilidade dos condicionamentos em que o país tem estado mergulhado, designadamente a gritante falta de organização do SNS, quiçá por ter sido entregue aos boys dos dois maiores partidos políticos.
As imagens das longas filas de ambulâncias à porta dos hospitais na noite fria, bem como o tempo de espera para fazer o teste à Covid, não podem ser esquecidos pelas vítimas que sobreviveram, nem pelos outros, qualquer um de nós, que podem ter de passar pelo mesmo.
Em memória dos mais de
oito mil mortos, não pode ficar pedra sobre pedra sobre a desgraçada gestão do
país e da pandemia.
Se Marcelo Rebelo de Sousa é a resignação, e mais do mesmo, Ana Gomes e Tiago Mayan Gonçalves representam caminhos alternativos, à Esquerda e à Direita, sem aventuras nem extremismos.
Os que não tinham escolha podem finalmente abrir a janela para um futuro melhor e mais justo.
Eu voto na mudança.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
SETE CANDIDATOS E A SOMBRA
A eleição do próximo presidente da República deixou de estar confinada aos debates televisivos.
E, no arranque da campanha eleitoral, os portugueses não têm estado a ganhar, pois a táctica tem imperado sobre a substância.
Os candidatos têm virado a cara às dificuldades do dia-a-dia, optando por polémicas importantes mas que não dizem muito a quem não tem trabalho, viu reduzido o rendimento e desespera com a falta de cuidados de saúde.
E têm mantido uma estranha prudência em avaliar a gestão errática da pandemia que vai atirar os portugueses para um novo e brutal confinamento geral, o qual acaba por condicionar ainda mais o próximo acto eleitoral.
Os candidatos da Esquerda estão mais concentrados em eleger André Ventura como "alvo", dando-lhe espaço para consolidar um argumentário que toca fundo nos mais desfavorecidos.
Ana Gomes tem revelado garra, continua a apostar na frente ideológica e hesita na descolagem do governo para não hipotecar os votos dos socialistas.
André Ventura é a "estrela" improvável.
João Ferreira é menos do mesmo dos comunistas.
Marcelo Rebelo de Sousa está gasto e desorientado, como comprovam as fúrias quando foi confrontado com as suas manipulações e contradições dos últimos cinco anos.
Maria Matias é a desilusão.
Tiago Mayan Gonçalves é a grande surpresa, sem medo da ruptura e das palavras, sem se deixar condicionar pelas críticas em forma de "papão".
Vitorino Silva tem sido a ilusão, com uma mensagem popular, inteligente e até poética, obrigando o país a pensar.
A pré-campanha realizada nas televisões não foi o passeio aclamatório.
E a incerteza até já levou a ponderar uma bizarra solução de última hora como o adiamento das presidenciais a duas semanas do acto eleitoral.
E tantos indecisos que continuam por convencer.
Entretanto, na sombra, o oitavo "candidato" – não o fantasma dos boletins mas o de carne e osso –, assiste à corrida presidencial do lado de fora, por enquanto em silêncio, provavelmente com um sorriso tapado pela máscara.
A "vitória" de António Costa no dia 24 de Janeiro seria um desastre para Portugal.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
PRESIDENCIAIS 2021: TSUNAMI À VISTA
As sondagens, à falta de melhor, têm marcado a campanha das presidenciais 2021.
Mas tem faltado o termómetro da rua, dos contactos populares, para começar a descortinar as escolhas dos portugueses.
Num país enterrado na pandemia, para não falar de outras pandemias que começam a despontar, as televisões encontraram o Nirvana: aparentemente, tudo se vai decidir no cada vez maior ecrã.
Felizmente, as novas forças e interlocutores políticos têm permitido agitar os "senadores" do regime, levantando o pó que está debaixo do tapete.
Mas será que chega?
O caminho do candidato do Bloco Central está facilitado pela ausência de uma parte da esquerda e pela divisão da outra parte.
Mas a cada debate começam a surgir as brechas no propalado "oásis" marcelista.
A apoteose anunciada está longe de confirmação por manifesta evidência que o mandato de Marcelo foi um exercício medíocre, em que importou mais a criação das condições para a reeleição do que os interesses dos portugueses.
E, em boa verdade, Marcelo teve tudo para ser uma referência e um motor de mudança.
O verniz dos últimos tempos, para disfarçar os cinco anos de cumplicidade com o governo, já começou a estalar.
E, quando assim é, quando o branqueamento fica à mostra, apesar do evidente desmoronar do governo, a abstenção é sempre uma resposta possível.
A criação de um ambiente dominante que aponta para a inevitabilidade da reeleição de Marcelo, quiçá com 101% dos votos, também é uma faca de dois gumes, sobretudo no actual panorama económico e financeiro.
A agitação de o presidente (e recandidato) transparece em cada debate, num sorrisinho incomodado que escapa quando é revelado como um vulgar garante do país dos "Donos Disto Tudo".
Se com Marcelo tudo pode acontecer até ao último dia também é verdade que começa a faltar-lhe chão para mais folclore e piruetas.
Num país que confunde popularidade e notoriedade, ideias e marketing, realidade e propaganda, a derrapagem da Covid pode ser o tsunami político na teia tão ardilosamente tecida para manter o cadeirão de Belém.
E, a acontecer, tudo pode ficar imprevisível.
Tal como em relação a outros assuntos da maior importância, presidente e primeiro-ministro são uma e a mesma coisa por meras razões tácticas de poder e sobrevivência política de um e do outro.
A gestão da crise Covid, desde o abandono dos mais idosos até ao ziguezaguear de medidas, em que Marcelo e Costa estão afundados, pode ser a chave da eleição do dia 24 de Janeiro.
Por mais estado de emergência que possa ser decretado.