As imagens da guerra são sempre brutais, por muitas que sejam repetidas.
E quando se fala do Médio Oriente, então a banalização é ainda mais gritante e perigosa desde os fins do século XIX.
Dos 17 países que compõem esta zona do mundo, os mais ricos continuam a ser os mesmos e os mais pobres crescem em número.
Entre os mais ricos, Israel, Irão e Turquia continuam a prosperar e a mandar, enquanto os mais destruídos — Iémen, Iraque, Líbano, Palestina e Síria — continuam a empobrecer e a vergar aos interesses das grandes potências.
Não há nada que não tenha já sido dito sobre a necessidade de paz numa das regiões mais flageladas pela guerra.
E não faltaram iniciativas e acordos internacionais para tentar acabar com a carnificina a céu aberto.
Mas tem faltado vontade política em acabar de vez com este confronto secular e religioso.
E tardam políticas de desenvolvimento para a região.
Quanto maior for o subdesenvolvimento e a pobreza, maior será a possibilidade de eternização desta economia da guerra, que alimenta as indústrias de armamento, sacrificando sucessivas gerações.
Como sublinha Yair Wallach, no The Guardian, «Os palestinianos permanecem no controle do lugar mais sagrado do país para muçulmanos e judeus, não por meio de força militar ou negociações diplomáticas, mas simplesmente por continuarem lá, com a autoridade moral que isso confere».
A generalizada indiferença, perante um conflito que se tem perpetuado nos tempos, traduz o desrespeito pela História e um insuportável falhanço da Humanidade.
E não se diga que a barbárie não é conhecida de todos.
Hoje, com a Internet, é possível seguir, quase em tempo real, ao fanatismo e ao belicismo das partes, bem como ao número de mortos e feridos inocentes que tombam, diariamente, às mãos de carrascos sem perdão.
Com Portugal a presidir ao Conselho da União Europeia, a 27, e António Guterres a liderar a ONU, aparentemente nada mudou em relação ao Médio Oriente que continua a arder.
É preciso fazer a diferença e lutar com imaginação para abrir os canais da civilização.
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