Do Afeganistão a Portugal, o Estado não gosta, nem nunca gostou, de cidadãos que pensem, sempre preferiu os “tijolos” educados para cumprirem ordens.
No país da papoila, a guerra – a verdadeira – continua com mortes, corrupção e cobardia para negociar com terroristas, mesmo depois de Malala Yousafzai e dos Budas de Bamiyan.
Por cá, é a andança perigosa da vacinação dos 12 aos 15 anos, apesar das brechas no discurso do autoritarismo sanitário.
A guerra no centro da Ásia e a vacinação Covid em Portugal continuam a ser tão opcionais quanto a realidade de interesses diversos e difusos impostos aos cidadãos.
Aliás, a única semelhança entre a guerra e a crise Covid é o sacrifício dos cidadãos.
No Afeganistão, como em Portugal, é tempo de acautelar o futuro, tendo em conta a sonegação de dados e as opções erráticas do poder político.
É imperioso acautelar os registos fidedignos, já que os “oficiais” são divulgados por quem em vez de informar e investigar se limita a propagandear.
Até um insuspeito conselheiro de Estado o reconheceu: «A DGS acabou por ceder à pressão política, o que é dramático».
A táctica de aterrorizar, na era da informação global, está sempre condenada ao fracasso, com a agravante de mobilizar uma reacção extremista.
O fundamentalismo, seja das armas, do risco/benefício ou do negacionismo, resulta sempre em mortes tão desnecessárias quanto nalguns casos criminosas.
Daqui a cinco anos, Marcelo Rebelo de Sousa deve continuar em Belém, a preparar o tapete vermelho para o regresso de António Guterres, mas com mais dificuldade em branquear.
Mas só Deus sabe onde estarão António Costa, Marta Temido e Graça Freitas.
No Afeganistão, até Abril de 2021, morreram cerca de 174 mil pessoas.
Depois de um milhão de infectados e de mais de 17.500 mortes por Covid, em Portugal, o aventureirismo presidencial e os erros do primeiro-ministro também exigem justiça.
É indispensável fazer o apuramento da responsabilidade por tanta e tanta morte.
O último espectáculo gerado à volta da vacinação dos mais jovens é apenas mais um argumento para a exigência da elaboração de um Livro Branco Covid.
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