Nos últimos anos, um grupo de cinco "ilustres" foi suficiente para comprovar a vulnerabilidade do regime democrático.
Certamente, outros haverá na sombra, uns já identificados, outros por descobrir.
A queda do império Espírito Santo, qual castelo de gosma à custa de cumplicidades ao mais alto nível, funcionou como o gatilho.
Nem o BCP e a CGD escaparam a tanto escarro de colarinho branco.
Berardo (cultura), Rangel (justiça), Salgado (banca), Sócrates (política) e Vieira (desporto) são exemplos da condenação do país a uma vida pior e mais pobre.
A evidência é factual e inquestionável.
Os tribunais tratarão das questões criminais.
Entretanto, importa saber: é possível repetir tais façanhas com as consequências, implicações e custos conhecidos?
A resposta não podia ser mais desanimadora.
O clima político piora, com a catástrofe sanitária e a bazuca a abrirem auto-estradas para todas as negociatas.
A regulação, cada vez mais governamentalizada, afunda em formalismos que resultam numa ineficiência assombrosa.
A falta de meios de investigadores, procuradores e juízes – e a sempre recusada autonomia financeira – garante uma impunidade aviltante, nem que seja pelo arrastamento processual.
O escrutínio da comunicação social, salvo raras excepções, está refém da subserviência e da sobrevivência.
Antes já era assim, agora a situação é ainda mais grave, pelo que ninguém ficará surpreendido se um ou mais novos artistas de idêntica “classe” rebentarem em breve.
O assalto de Tancos (2017), o afastamento de Joana Marques Vidal (2018), a escolha do Procurador europeu (2019), o processo do Banco Português de Fomento (2020) e o autoritarismo sanitário (2021) são sinais arrepiantes.
A repetição da letra do fado manhoso seria a gota para fazer transbordar o copo da paciência, apesar de a propaganda dificultar o inevitável despertar dos cidadãos.
Marcelo Rebelo de Sousa não faz a diferença, sendo que tem agravado vertiginosamente o "pântano" com um branqueamento ímpar, ultimamente temperado por achaques de despotismo.
Navegando à vista, e repetindo a muleta do amigo, ou melhor dos amigos, António Costa fabrica fantasias enquanto prepara a carreira internacional, restando saber se a Europa está disponível, até ao último cêntimo, para o engolir.
E, à cautela, os mesmos que andaram a fazer a cama a Rui Rio, nos últimos três anos, já preparam um transporte da rua São Caetano, número 9, à Lapa, para a reforma, no Porto.
Os protagonistas vão mudando, a encruzilhada é a mesma e o resultado continua previsível.
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