O eufórico cortejo das promessas do governo liderado por António Costa, com Marcelo Rebelo de Sousa a acolitar, sempre sorridente, aqui e ali, tem os dias contados.
As manifestações de protesto, desde os médicos, enfermeiros, professores e oficiais de justiça já faziam antever o descalabro em curso.
Faltava apenas uma pedra de toque: o arrasador discurso de Aníbal Cavaco Silva.
Sejam quais forem as opções políticas, a verdade é que o ex-presidente tocou nos pontos fulcrais: credibilidade e confiança.
De facto, quem garante que o agora prometido pelo governo não será alterado ou retirado no futuro?
Obviamente, ninguém, muito por força da descredibilização presidencial fruto de sucessivas cambalhotas à la carte.
Depois de sete anos de governação, sendo o último em regime de maioria absoluta, as promessas e as piruetas têm sido tantas e tão variadas que já ninguém acredita.
Como já não é possível esconder o desastre, o primeiro-ministro avançou, por exemplo, na Habitação, para a radicalização, para depois recuar estrondosamente.
O mais grave é que Marcelo Rebelo de Sousa usou, precipitada e gratuitamente, para fazer ridiculamente prova de vida, a dissolução da Assembleia da República a 4 de Novembro de 2021.
Agora, penosamente, o arrastar de um governo desconjuntado, acompanhado pelos inenarráveis palpites presidenciais, a toda a hora, fazem temer pelo futuro.
O apagão do apagão fiscal e o almirante do dedo esticadinho são apenas rastos do país económica, financeira e institucionalmente falido.
E o pior, já à vista de todos, ainda está por vir.
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