O primeiro-ministro tem razões para andar túmido.
E até satisfeito.
Ainda que tanta euforia seja desaconselhável em política, pois perde-se a perspectiva da rectaguarda, António Costa está a cumprir todos os manuais da estratégia política, desde logo colocando paulatina e pacientemente os seus adversários políticos no sítio certo para melhor os vencer.
Marcelo Rebelo de Sousa perdeu a graça com Tancos.
Rui Rio está como nunca esteve, ou seja de rastos.
Assunção Cristas lá vai esbracejando quando a sombra deixa.
Catarina Martins e Jerónimo de Sousa estão tão atolados nos últimos anos da governação que mais não lhes resta do que aguardar a caridade de uma esmolinha num futuro governo.
Se assim é para os principais líderes políticos, então o que dizer de André Silva, a espécie de muleta-milagrosa do PS?
A investigação sobre o PAN (Partido dos Animais) é o golpe de misericórdia num eleitorado próximo dos socialistas que, então farto de um certo PS, arrepiou caminho para a civilizada política em defesa do mundo animal.
Entre energúmenos com e sem bola que tomaram conta dos Media, animais que defendem outros animais com recurso à ameaça e uma oposição parlamentar perdida, incompetente e domesticada, António Costa bem pode brilhar nos grandes eventos que, aliás, sempre marcaram os desastres governativos dos socialistas.
Para já, tudo, ou quase tudo, corre de feição.
Até os "malvados" de Bruxelas estão anestesiados com Mário Centeno no Eurogrupo.
O problema é a vida, a crua e dura realidade do dia-a-dia da maioria dos portugueses.
António Costa já devia ter aprendido que não bastam cenários perfeitos.
A realidade é sempre capaz de surpreender.
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