Marcelo Rebelo de Sousa abriu a caixa de Pandora, sob a forma de uma prenda inesperada de Natal para o governo de António Costa.
Qual jarro que contém de todos os males, Marcelo Rebelo de Sousa deixou a pergunta: «O Estado não tem a obrigação de intervir nos media?».
Obviamente, o perguntador de ocasião sabe, e muito bem, que a resposta é negativa, pois a Comunicação Social é apenas mais um sector, entre muitos, que vivem uma crise prolongada.
Será que os agricultores, os pescadores, os escritores, entre outros, são menos importantes para o regime e a Democracia?
Aliás, entre outras preocupações dignas de um qualquer populistazinho caseiro, durante a cerimónia dos Prémios Gazeta 2017, face a uma plateia de jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa também sabe que a liberdade de informação e o Estado - seja português, angolano, chinês ou outro qualquer - nunca foram compatíveis.
O objectivo, certamente, terá sido outro, entre o passar a mão por uma Comunicação Social que lhe é escandalosamente favorável e o divertimento de criar mais um embaraçozinho ao primeiro-ministro.
Querendo ser intelectualmente sério, o lançamento de um debate sobre a crise da Comunicação Social deveria ter passado por outras questões mais profundas, mas Marcelo Rebelo de Sousa sabe bem como e quem o ajudou a chegar a Belém.
E, porventura, também sabe que a repetição da dose é essencial para o anúncio e o sucesso da recandidatura.
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