As mentiras em política são como o oxigénio que respiramos.
Nós deixamos e até nos esquecemos.
António Costa, em 2017, quatro meses depois do trágico incêndio de Pedrógão, garantiu que os incêndios não tinham de ser uma inevitabilidade.
Quase cinco anos depois, ainda o Verão não acabou, Portugal é o país da União Europeia mais devastado pelos incêndios (quase o dobro de Espanha), e sem contar com os 240 km² queimados na Serra da Estrela.
O resultado é conhecido: depois de promessas e mais promessas, a derrota de 2015 transformou-se em vitória em 2019 e em maioria absoluta em 2022.
Marcelo Rebelo de Sousa trilha o mesmo caminho do delfim.
A promessa da erradicação dos sem-abrigo, antes das presidenciais de 2016, resultou na conquista de dois mandatos presidenciais.
Passados mais de cinco anos, «há mais 157% pessoas a viver na rua em território português».
Obviamente, poucos se lembram de tais enormidades, e a comunicação social faz-de-conta que nunca existiram.
Estes dois exemplos de mentiras são simbólicos.
Continuamos a permiti-las, indiferentes a quanto nos têm custado.
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