A rentrée política trouxe mais do mesmo, até os mesmos erros e suspeitas, a mesma falta de transparência e os mesmos sinais negativos para o futuro.
Retrocedemos ao fantasma da má memória, com mais amigos do
primeiro-ministro na ribalta e – pasme-se! – às novas dúvidas sobre as suas
finanças pessoais, sem um qualquer esclarecimento do Ministério Público.
Regressamos com a convicção que a saúde, a educação e a justiça
vão continuar em alta ebulição, a avaliar pelas greves em curso e anunciadas,
penalizando ainda mais os mais pobres.
Vivemos na perspectiva do anúncio de piores indicadores económicos
e financeiros decorrentes da recessão que se desenha na Europa e do forçar do
estoiro no sector imobiliário, com consequências devastadoras para a economia e
emprego.
Voltamos a assistir às incompreensíveis decisões judiciais sobre
os próprios magistrados ou à parola glorificação de quem, arrogantemente,
propala a violação dos tratados internacionais.
Em suma, assistimos aos episódios, tipo guerra de alecrim e manjerona, protagonizados pelo primeiro-ministro e pelo presidente, que, apesar de muito graves, comparados com o terramoto em Marrocos apenas podem merecer as gargalhadas dos portugueses.
Como se tudo lhes fosse permitido até ao próximo acto eleitoral.
No início do século XXI, o poder político e executivo dos regimes
democráticos deixam rastos de crescente autoritarismo, fazendo dos seus jogos opacos
uma questão de interesse nacional.
A questão não é só portuguesa, ainda que entre nós o despautério
continue a atingir níveis alarmantes e perigosos.
No tempo da bárbara guerra de Vladimir Putin basta atentar às juras ocidentais de apoio à Ucrânia que contrastam com as dúvidas do próprio presidente Zelensky,
como tão bem deu conta Fareed Zakaria.
A brilhante piada feita pelo actor Woody Harrelson on The Iraq, Afghan…. Ukraine War. -
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devia deixar-nos, apesar de sabermos de que lado estamos, em alerta sobre a prepotência, o cinismo, a hipocrisia
e a indiferença em relação ao dia-a-dia dos cidadãos.
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