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segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

TEMPOS INSANOS


Morre-se em Portugal, com a dizimação dos mais idosos, enquanto os carrascos do SNS fazem de conta que a situação é de tranquilidade e normalidade.

Diariamente, as notícias sobre a saúde chocam, embaraçando-nos a todos, até mesmo aqueles que sustentam esta espécie de esquerda à beira de ser apeada do poder.

Como foi possível chegar a esta politicamente criminosa situação?

Houve quem o tenha denunciado na altura certa, desde logo os enfermeiros, enquanto o presidente, o governo, alguns políticos e “jornalistas de Estado” andavam juntos no branqueamento.

A gigantesca máquina de propaganda atrasou a percepção geral, mas a evidência da realidade dissipou a cortina de fumo, desde logo ficando à vista a corrupção e o esmagamento dos mais pobres, condenados ao assistencialismo.

A crise na comunicação social é apenas mais uma consequência desta promiscuidade, falta de prioridades e valores, acrescida do intolerável distanciamento e até abandono dos cidadãos.

Aliás, é arrepiante assistir à vulnerabilidade de cada um dos portugueses face ao Estado e à sua Administração novamente retocada de rosa.

Vivemos tempos insanos, em que nem as instituições e pilares do regime democrático escapam a uma deriva indizível.

A campanha eleitoral é uma nova oportunidade para renovar o debate, para avaliar a governação deste PS, pois aqueles que nos desgovernaram no passado mais distante também já foram castigados nas urnas de voto.

O inevitável reforço dos extremos, favorecido pela crise, já está a vergar os partidos do sistema, que têm alternado no exercício do poder, obrigando-os a repensar a arrogância, a prepotência e a insensibilidade social.

A bipolarização, que permitiu as duas últimas maioria absolutas, resultou no desastre que está à vista de todos.

Repetir a receita pode ser fatal, porque a revolta social continua a crescer a olhos vistos e a chuva de fundos europeus tem os dias contados.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

COMEÇOU O LEILÃO POLÍTICO


Reapareceu uma estranha euforia no ar, apesar das notícias alarmantes: as guerras, o IMI das barragens, a subida de preços dos bens básicos, o falhanço no combate à corrupção e até o envolvimento de Marcelo Rebelo de Sousa no Global Media.

As elites permanecem indiferentes à futebolização da governação e do debate público, em que parece valer tudo para ganhar, nem que seja a mentir, a comprar e a roubar.

Todos os partidos políticos prometem mundos e fundos.

O benefício da dúvida continua a ser dado aos partidos do arco da governação que há décadas falham as sucessivas promessas eleitorais.

Não admira que as propostas daqueles que ainda não passaram pelo poder executivo incomodem o mainstream.

O país entrou numa fase delirante, outra vez, quiçá esquizofrénica, que muitos julgaram ser irrepetível, sobretudo pela mão dos socialistas.

Com o XXIII governo constitucional em gestão e a Assembleia da República dissolvida, o leilão político está aberto e ocupa o espaço mediático.

O lançamento do concurso do TGV contrasta com os cidadãos a tombarem sem cuidados médicos, mais sem-abrigo, escolas sem professores e aquecimento, jovens e mulheres a emigrarem e criminalidade violenta.

Mesmo com fundos europeus a rodos, nem a propaganda já convence, com mais ou menos desinformação oficial e oficiosa.

Quando olhada com distanciamento, serenidade e razoabilidade, a realidade que se depara à nossa frente deixa-nos atónitos, quiçá aterrados.

Os alicerces do regime democrático estão a ceder à vista de todos, e as eleições antecipadas podem não ser suficientes para travar a deriva em curso.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

NÃO HÁ ABUSOS DE PODER PERFEITOS


Cada declaração de Marcelo Rebelo de Sousa a justificar o caso das gémeas do Hospital Santa Maria, adensando ainda mais as suspeitas, é mais uma confirmação.

Tal como em qualquer situação corriqueira de corrupção, ninguém espera que o abuso de poder para favorecer – ou para prejudicar – tenha uma assinatura digital ou reconhecimento notarial.

Não vale a pena multiplicar cortinas de fumo: o que está em causa é a excepcionalidade e a celeridade com que as duas crianças luso-brasileiras foram tratadas pelo SNS no limite do caos.

Sejamos ainda mais claros: a questão não é apenas o que o presidente fez, mas sobretudo o que não fez para evitar um iminente favorecimento escandaloso, tendo em conta que foi abordado pela sua própria família.

De igual modo, o problema também não é o das gémeas terem recebido o tratamento mais caro do mundo, mas sim o de outras crianças, nas mesmas condições, não terem conseguido os mesmos cuidados e acompanhamento.

A palavra do presidente não chega, por mais rei que possa parecer ou queira ser.

Vivemos numa República que se apresenta como um Estado de Direito.

A investigação administrativa e o inquérito criminal avaliarão a responsabilidade do presidente, entre outros, sendo de registar que, depois de ameaças, lá admitiu disponibilidade para se defender em tribunal.

Em termos de percepção pública, por muito menos António Costa demitiu-se imediatamente, e muito bem; por tanto ou mais, Marcelo Rebelo de Sousa, por ora, agarra-se à função, e muito mal, sem colocar prontamente em cima da mesa a renúncia ao cargo (CRP artigo 131º).

Se as “contas certas” são uma monumental armadilha, como reafirma Aníbal Cavaco Silva, é cada vez mais evidente que Marcelo dificilmente escapará às “contas acertadas”.

Não há abusos de poder perfeitos.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

PORTUGAL A DESMORONAR


O primeiro-ministro acaba a carreira política, envolvido em corrupção e tráfico de influências.


A degradação atingiu tal ponto que o presidente já chegou ao cúmulo institucional, por ora, de ter de desmentir publicamente Mário Centeno, governador do Banco de Portugal.

É o resultado, mais uma vez, do Partido Socialista no poder, da arrogância da maioria absoluta e da promiscuidade entre negócios e política.

É o corolário do militante e sistemático branqueamento de Marcelo Rebelo de Sousa nos últimos 8 anos, sempre em nome das colaborações e estabilidades políticas instrumentais e ocas, quiçá protegendo as habituais clientelas.

Não, as coisas não têm de ser assim, nem podem continuar a ser da mesma maneira.

O pleno exercício de funções do governo, com o primeiro-ministro e ministros a contas com o Ministério Público, ensombra a marcação das eleições antecipadas para 10 de Março de 2024.

O ataque ao regime democrático reforça a percepção de impunidade, deixando pasto aberto e livre a derivas que, depois de chanceladas nas urnas, com liberdade e legalidade, têm o selo da legitimidade.

É o pântano num momento delicado da vida nacional e internacional, em que os portugueses desesperam por cuidados de saúde, pela escola que ensine os seus filhos, por justiça mais célere e por segurança nas ruas.

É também o regresso dos tradicionais “enganados”, aqueles que nunca enxergam nada, que estiveram sempre calados, e que agora exibem choque com total desfaçatez.

Tudo sem que haja, outra vez, a mais leve referência ao financiamento partidário ilegal, quando ainda ecoam as palavras de Henrique Araújo, presidente do Supremo Tribunal de Justiça: «A corrupção está instalada no país».

Não, não precisamos de mais génios, mas sim de políticos sem nódoas.

Portugal está a desmoronar à frente dos olhos dos cidadãos ainda aturdidos, no momento em que a ruptura geracional em curso exige o maior e mais atento escrutínio.

A procissão ainda vai no adro, mas já é possível afirmar, objectivamente, que António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa constituem o pior ticket de sempre em Portugal, desde o 25 de Abril de 1974.


segunda-feira, 2 de outubro de 2023

CAIR NA REAL


Ainda que os milhares de milhões de euros do PRR possam vir a mitigar alguns dos estrangulamentos, as actuais aflições dos portugueses não vão ter solução no curto prazo.

Não é possível esperar um milagre, nem mesmo com o Cardeal do PS.

Nem é possível manter a situação de caos nos serviços públicos, pois os protestos já reúnem a esquerda e a direita na rua, dos moderados aos radicais.

A recente intervenção de Carlos Guimarães Pinto diz tudo: «A saúde é grátis, mas não há médicos; as creches são grátis, mas não há vagas; a escola é grátis, mas não há professores; os passes são grátis, mas não há comboios. (...) É tudo grátis, mas nada funciona».

O desvario da governação, amparado pelo branqueamento e folclore de Marcelo Rebelo de Sousa, tem um preço que começa agora a ser inquestionavelmente visível e palpável.

A solução não passa por castigar os mesmos do costume, os mais pequenos, os trabalhadores por conta de outrem e os contribuintes.

Nem tão-pouco por alimentar ficções, entre os quais, por exemplo, se destaca a dos mais jovens terem acesso a uma casa no centro das cidades, sonho que rareia nos países da União Europeia.

Custa assistir à desvalorização dos sinais de falência que estão à vista de todos.

A maioria absoluta concedida ao PS, que visava precisamente a implementação de políticas de fundo capazes de fazer a mudança, precisa de ser urgentemente reanimada.

É tempo de interromper os silêncios arrogantes, as falsas negociações, os diálogos de fachada, a corrupção endémica e a propaganda levada a cabo por mercenários e afins. 

A situação na escola, habitação, saúde, segurança e tribunais não coloca só o governo de António Costa à beira do precipício. 

São as instituições na iminência da descredibilização.

É preciso cair na real para poder construir um futuro.

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

O PODER, O AUTORITARISMO E A PIADA


A rentrée política trouxe mais do mesmo, até os mesmos erros e suspeitas, a mesma falta de transparência e os mesmos sinais negativos para o futuro.

Retrocedemos ao fantasma da má memória, com mais amigos do primeiro-ministro na ribalta e – pasme-se! – às novas dúvidas sobre as suas finanças pessoais, sem um qualquer esclarecimento do Ministério Público.

Regressamos com a convicção que a saúde, a educação e a justiça vão continuar em alta ebulição, a avaliar pelas greves em curso e anunciadas, penalizando ainda mais os mais pobres.

Vivemos na perspectiva do anúncio de piores indicadores económicos e financeiros decorrentes da recessão que se desenha na Europa e do forçar do estoiro no sector imobiliário, com consequências devastadoras para a economia e emprego.

Voltamos a assistir às incompreensíveis decisões judiciais sobre os próprios magistrados ou à parola glorificação de quem, arrogantemente, propala a violação dos tratados internacionais.

Em suma, assistimos aos episódios, tipo guerra de alecrim e manjerona, protagonizados pelo primeiro-ministro e pelo presidente, que, apesar de muito graves, comparados com o terramoto em Marrocos apenas podem merecer as gargalhadas dos portugueses.

Como se tudo lhes fosse permitido até ao próximo acto eleitoral.

No início do século XXI, o poder político e executivo dos regimes democráticos deixam rastos de crescente autoritarismo, fazendo dos seus jogos opacos uma questão de interesse nacional.

A questão não é só portuguesa, ainda que entre nós o despautério continue a atingir níveis alarmantes e perigosos.

No tempo da bárbara guerra de Vladimir Putin basta atentar às juras ocidentais de apoio à Ucrânia que contrastam com as dúvidas do próprio presidente Zelensky, como tão bem deu conta Fareed Zakaria.

A brilhante piada feita pelo actor Woody Harrelson on The Iraq, Afghan…. Ukraine War. - YouTube devia deixar-nos, apesar de sabermos de que lado estamos, em alerta sobre a prepotência, o cinismo, a hipocrisia e a indiferença em relação ao dia-a-dia dos cidadãos.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

ESTADO DA NAÇÃO: O TEMPO URGE

 

Na semana do debate do Estado da Nação é fundamental fazer o balanço sobre o país e sobretudo sobre o dia-a-dia dos cidadãos.

Além da habitual propaganda, com a cumplicidade da comunicação social, que insiste em propalar as mentiras políticas do poder, a realidade é profundamente desanimadora, pelo menos para a maioria dos portugueses.

Os pobres estão mais pobres, há mais sem-abrigo, os idosos estão em sofrimento, os jovens emigram, os imigrantes são amontoados como gado e a classe média desaparece a um ritmo crescente.

Apesar dos semblantes sorridentes de António Costa e ministros, o caos está instalado na saúde, na escola, na Justiça e nos transportes, com os fenómenos de insegurança a crescerem à velocidade dos tiros na rua.

Como se tudo isto não bastasse, a Presidência da República está politicamente descredibilizada, restando a simpatia pelo folclore de Marcelo Rebelo de Sousa.

O panorama fica completo com a percepção que há dinheiro para o supérfluo – por exemplo, a Jornada Mundial da Juventude – e nunca há dinheiro para o básico e o essencial, nem força para meter a banca na ordem.

A governação desta espécie de esquerda está a empurrar Portugal para o radicalismo, para a cada vez mais forte extrema-direita, tal como acontece, por exemplo, em Espanha e na Alemanha.

Mais do que um balanço politicamente sério é preciso arrepiar caminho, não com as habituais promessas, mas com medidas pensadas, executadas e posteriormente avaliadas.

Neste cenário a roçar o dantesco, só ainda viável com o endividamento do país e das famílias, bem como com a chuva de apoios comunitários, existe uma minoria que vive tranquilamente e com luxos obscenos num país pobre.

É a minoria que tem a maioria absoluta no bolso e vice-versa, que calou a voz da Igreja em prol dos desfavorecidos, que manda fazer e desfazer o que mais lhe convém, indiferente à corrupção e ao empobrecimento dos seus concidadãos.

O país está cada vez mais parecido com os tristes tempos da governação de José Sócrates.

Estado da Nação: o tempo urge para acorrer à aflição da maioria dos portugueses, e o debate não pode apenas servir para justificar as negociatas de um punhado de profissionais habilidosos nas promessas, dissimulação e manipulação das estatísticas.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

DUAS BOAS NOTÍCIAS

 

Quando os políticos desatam a disparar grandes e eloquentes máximas, normalmente com ar inteligente e pose de Estado, o caso é sério.

É um sinal de esgotamento que só tem paralelo quando a propaganda recorre em desespero a entrevistas com criancinhas para passar recados.

Com uma crise social brutal, ainda escondida por debaixo do tapete do macro-económico, também é preocupante o reaparecimento de uma elite farta e cansada das notícias que espelham a realidade.

Mas nem tudo está perdido, há sempre razão para não deitar a toalha ao chão.

Duas boas notícias, emanadas de fora da órbita dos órgãos de soberania, passaram entre os pingos do nervosismo instalado.

A primeira é a realização de convenções com entidades privadas e sociais para realização de partos.

O bom senso de Fernando Araújo, CEO do SNS, venceu o fundamentalismo de António Costa, depois de tantas vidas perdidas, com Manuel Pizarro a assistir ao anunciado desastre do Verão.

A segunda é a decisão da Comissão de Avaliação de Segurança que considerou de "alto risco" para a segurança de redes e serviços 5G o uso de equipamentos de países fora da União Europeia (UE), NATO ou OCDE.

Mais uma vez, por força da posição da esmagadora maioria dos países, designadamente os da União Europeia, o primeiro-ministro lá teve de deixar a chinesa Huawei de fora.

Já não basta prometer investimentos no SNS que não são executados.

As preferências e cumplicidades pessoais e políticas também já não são suficientes para fintar tudo e todos, como revelou o resultado eleitoral espanhol.

Por maior esforço dos “trolhas do paraíso”, Portugal fica sempre a ganhar quando são impostos limites aos abusos e arbítrios da maioria absoluta do Partido Socialista.

segunda-feira, 15 de maio de 2023

O DESAFIO DO PAÍS EM SUSPENSO

 

Os abusos do governo de maioria absoluta, a diminuição de Marcelo Rebelo de Sousa e o caos nos serviços públicos deixam mais nuvens no horizonte.

O anunciado e anémico crescimento económico, claramente insuficiente em relação ao necessário e exigível, só adensa os riscos futuros, com a subida da taxa de desemprego a dar sinais preocupantes.

Apesar do clima instalado de pré-campanha eleitoral, António Costa revela estar preparado para tudo para manter o poder, desde a mentira política, à ilegalidade e ao assistencialismo populista.

Tem sido assim, com a distribuição de migalhas, tantas vezes com o pelo do cão, com a propaganda a disfarçar a desgovernação.

Do lado da alternativa à direita, do maior partido da oposição parlamentar, pouco parece ter mudado em relação aos erros clamorosos de Rui Rio que resultaram na actual maioria absoluta do PS.

Em nenhum momento, o PSD tem passado a mensagem fundamental: a mudança é possível sem sacrificar ainda mais o dia-a-dia dos portugueses.

Mais grave: apesar de maior visibilidade e intervenção, Luís Montenegro já está atolado em casos pessoais, quando é fundamental uma liderança à prova de qualquer suspeita.

Se cabe aos portugueses, e só aos portugueses, escolher e criar as maiorias, é preciso desmontar a actual falácia de que o governo lá vai aumentando o salário mínimo, as pensões e as reformas.

É preciso mais, muito mais do que estar mais perto dos cidadãos, como tem feito a Iniciativa Liberal, ou dar voz aos indignados, como tem revelado o Chega.

O desafio do país em suspenso é claro: é preciso demonstrar que é possível ter mais e melhor saúde, justiça, educação e segurança com menos fundamentalismo, impostos e sacrifícios.

O actual abandono dos cidadãos mais carenciados pode não ser suficiente para mudar a actual relação de força partidárias, sobretudo se a generalidade dos eleitores voltar a ter de escolher entre o presente mau e o futuro ainda mais incerto.

Urge contrariar a actual fórmula política, incompetente, mentirosa e autoritária, porque a pandemia e a guerra já não pegam.

segunda-feira, 6 de março de 2023

COSTA NÃO É ARGUIDO, MAS SE FOR, SERÁ?



Fernando Medina, delfim de António Costa, uma espécie de herdeiro e “pau mandado” político e partidário, em linguagem popular, está há mais de um mês sob os holofotes da investigação criminal.

Em causa estão crimes de participação económica em negócio e abuso de poder no caso de viciação das regras da contratação pública, que também envolve Joaquim Morão, “dinossauro” do PS.

Sucessor de António Costa na Câmara Municipal de Lisboa, em 2015, o actual ministro das Finanças não perdeu tempo para implementar na autarquia um esquema para gerir as obras públicas.

O resultado está à vista, no momento em que o XXIII governo constitucional pretende engendrar outro esquema para a habitação que, além de inconstitucional, seria uma fonte de mais suspeitas, quiçá corrupção.

Já com o chão político dos bastidores em ebulição, com os pés a queimar, António Costa entendeu desvalorizar a situação: «O ministro das Finanças não é arguido, mas se for, será».

Com as investigações da PJ a abarcar o período em que António Costa ainda exercia as funções de presidente da Câmara Municipal de Lisboa é caso para perguntar: o primeiro-ministro não é arguido, mas se for, será?

Com Marcelo Rebelo de Sousa em Belém tudo é possível, mas Portugal aguenta, num momento de crise social e institucional, um primeiro-ministro investigado e arguido?

Há quase dez anos, outro ex-primeiro-ministro do PS, José Sócrates, foi detido, constituído arguido, preso preventivo, acusado, pronunciado, continuando escandalosamente a aguardar julgamento.

Muitos garantiram que tal investigação só foi possível porque a PJ, alegadamente permeável ao controlo político, havia sido excluída em favor da Autoridade Tributária de Braga.

A PJ já está suficientemente blindada para poder investigar e para propor ao Ministério Público que António Costa seja constituído arguido?

Surpreendentemente com mais inspectores no bolso, Luís Neves tem nas mãos o futuro político de António Costa, mas a sua responsabilidade é ainda maior, porque está em causa a autonomia e a credibilidade da PJ.

 

 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

PORTUGAL EM SUSPENSO


O agravamento da crise está a gerar novos sinais de ruptura social, enquanto a governação de António Costa revela dificuldades crescentes e sinais de desagregação.

A pobreza já não é possível de esconder.

O desemprego continua a subir mês após mês.

A saúde, a justiça, a educação, a imigração e a segurança entraram num vórtice de indiferença em relação ao caos instalado.

O país está preso por arames.

A cada intervenção de António Costa, os cidadãos temem pelas suas liberdades e direitos adquiridos, como comprova a chantagem do arrendamento compulsivo.

A cada declaração de Marcelo Rebelo de Sousa, mais branqueamento, folclore ou ambiguidade, os cidadãos esperam o fim do XXIII governo, a queda de mais um qualquer governante.

Se o dia-a-dia já é terrível, as expectativas ainda são piores com o desnorte dos órgãos de soberania, como comprova o falhanço das promessas, as incoerências em relação ao PRR e a TAP em voo livre.

Num tempo em que a recuperação económica é fundamental, o poder político apenas reserva para o cidadão comum um horizonte de mais medo, ameaças, mais capital e litoral e menos interior.

As PME’s desesperam.

Em contraponto, as grandes empresas – Bancos, telecomunicações, gasolineiras e hipermercados – vivem tempos dourados, lucros excepcionais, benefícios fiscais inexcedíveis e apoios milionários.

É todo um país maltratado, ignorado, asfixiado, novamente adiado.

É Portugal em suspenso.


segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

FERNANDO MEDINA JÁ MANDA


Numa semana decisiva para a Guerra na Europa, por cá é cada vez mais previsível o cenário de fuga de António Costa para um cargo internacional.

Com a balbúrdia instalada, a perspectiva de eleições legislativas antecipadas, a curto prazo, ganha renovada credibilidade.

Com Pedro Nuno Santos fora do governo, agora embalado com um espaço de comentário político, para umas dezenas de milhar de telespectadores, Fernando Medina passou a ter caminho aberto.

O estapafúrdio anúncio de medidas para o sector da habitação não deixa quaisquer dúvidas: Fernando Medina já manda.

Qual aprendiz bem comportado, o ministro das Finanças não hesita no vale tudo para disfarçar responsabilidades da governação do PS: desde a selvajaria na imigração, um “humanismo” que enche os cofres do Estado, ao “terrorismo” social do arrendamento compulsivo.

Aliás, neste contexto, não admira que o primeiro-ministro dê a cara, mais uma vez, por uma falsidade política, ao estimar o custo do “descongelamento” das carreiras dos professores em 1300 milhões de euros de despesa permanente.

A passagem de Fernando Medina pela liderança da Câmara de Lisboa, com os resultados pífios da plataforma “Habitar Lisboa”, entre outras iniciativas delirantes, não moderou a sua ambição política.

Confiante que o Chega é suficiente para dizimar o que resta do PSD, Fernando Medina faz contas para arrebanhar os votos que restam ao atordoado Bloco e ao moribundo PCP.

É o expoente da política modernaça, desde o marketing da candura e do ilusionismo à instrumentalização das instituições.

Não admira que, a cada escândalo, assegure que não sabe de nada, numa cristalina formalidade que, por ora, o tem colocado a salvo.

Quando chega a Bruxelas, com as “contas certas”, pouco lhe importa politicamente serviços públicos no caos, mortes nas Urgências, sem-abrigo, justiça de rastos, professores, médicos e enfermeiros humilhados e polícias depauperadas.

Para o político que consegue a proeza de sintetizar o pior de Sócrates e de Costa só uma coisa importa: o poder.

Resta saber se, depois de a maioria dos lisboetas o terem corrido, terá alguma hipótese de algum dia liderar o governo de Portugal.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

IMIGRANTES E O INFERNO


Há 40 anos, a encenação já era a mesma.

Imigrantes ostracizados, ignorados e amontoados nos bairros pobres de Paris, com François Mitterrand e a sua esquerda instalada no poder.

Também há 40 anos não faltavam discursos inflamados e pomposos de defesa das minorias, enquanto decorria a mais vil exploração de mão-de-obra.

Hoje, em Portugal, a entrada de imigrantes quase que duplicou nos últimos 10 anos, de acordo com o Censos 2021.

Repete-se o passado vergonhoso, assistimos às mesmas cenas degradantes, de Odemira a Lisboa, às mesmas mortes escusadas.

É caso para dizer que a viagem de Estado de António Costa à Índia deu frutos, e que frutos desde 2016.

A selvajaria continua, agora, por cá, com a mesma esquerda no poder, indiferente ao crescimento económico sustentado nesta barbárie.

Na mesma rua, mesmo ao nosso lado, há quem viva no inferno para ainda podermos manter um certo estilo de vida.

Podemos fingir que não vemos nem ouvimos os relatos lancinantes de quem chega à procura de liberdade, de paz e de uma vida digna.

Aliás, contam-se pelos dedos de uma mão, os políticos portugueses que assumem, frontalmente, a necessidade de ponderar a política de “fronteiras abertas” à imigração.

Desde que o chamado pensamento de esquerda dominava, sem pejo em manter cobertura política ao miserável tráfico, Paulo Portas, à direita, foi um dos que sempre se opôs.

Já não chega dar umas palmadinhas nas costas dos desgraçados, umas vezes por semana, com ou sem as câmaras de televisão.

O regime democrático não pode eternizar a dantesca situação dos imigrantes, pois a globalização já não permite esconder a realidade hedionda vivida num qualquer bairro, quartier ou nachbarschaft da Europa.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

FITAS DO TEMPO


A governação está sob suspeita.

Desde o primeiro-ministro ao ministro das Finanças, sem esquecer o ministro dos Negócios Estrangeiros, para só falar nos mais importantes membros do governo.

Além do rasto das demissões, o cidadão teme acordar com novas crises, com as saídas de Fernando Medina, de João Gomes Cravinho e até do próprio António Costa.

Da corrupção nos negócios do Urbanismo e da Defesa, a que acrescem as indemnizações de uma TAP falida, mas sempre com mãos largas, o país vive em permanente assalto e sobressalto.

Às voltas com os contratos da família, nem o presidente escapa à suspeição.

Como foi possível chegar aqui?

Com a avassaladora gula pelos penachos e negociatas, com o espezinhar de valores democráticos, com a partidarização das instituições e com a promiscuidade entre poder e comunicação social.

Afinal, vivemos apenas e tão-só a repetição da arrogância de outras “aventuras” em maioria absoluta.

Como se fosse possível aceitar que quem está em exercício de funções no Estado possa estar à mercê de mais uma qualquer busca policial.

A desfaçatez política faz o resto, sustentada em quem insiste em confundir a responsabilização política com a violação da presunção de inocência.

A crise financeira encarrega-se sempre de trazer à tona o lixo tóxico.

A sacrossanta estabilidade, qual banha da cobra do “centrão”, apenas tem servido para alimentar uma classe política habituada a privilégios à custa de golpes inimagináveis.

A factura pesada é sempre paga pelos mesmos, com a agravante de, agora mais do que nunca, os serviços públicos os tratarem como gado.

O abismo não está ao virar da esquina.

Já está instalado, como comprova, por exemplo, os três órgãos de soberania recusarem revelar os custos das suas passeatas para ver a bola.

Eis o resultado da conjugação de uma maioria absoluta do PS de António Costa e do branqueamento brutal de Marcelo Rebelo de Sousa.

Não pôr cobro imediatamente à actual crise institucional apenas serve para agravar as fitas do tempo.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

DA GUERRA ENTRE FACÇÕES À DEFESA DOS CIDADÃOS


Moderados e radicais continuam a digladiar-se à esquerda.

Se os primeiros estão cada vez mais associados à corrupção, os segundos não escapam à avaliação de incompetência e inconsequência.

O espectáculo de desagregação do governo de António Costa e o desfiar fulminante de abusos e corrupção reflectem esplendorosamente esta guerra no silêncio dos corredores.

À intimidade dos moderados com as negociatas, do agrado de alguns patrões, é contraposto o balanço negativo nas áreas tuteladas pelos radicais, com mais ou menos “portuguesa” à mistura.

É a factura da queda “geringonça”.

É a separação das águas, consumada com a demissão de Pedro Nuno Santos.

É a contestação na rua, como tão bem ilustrou a gigantesca manifestação dos professores associados ao STOP.

O mais grave é que o país não aguenta mais quatro anos desta luta fratricida, sobretudo com a “varinha” entre as mãos de Marcelo Rebelo de Sousa.

Neste panorama, não admira a estagnação do maior partido da oposição e o ajuste admirável de Luís Montenegro.

Nem tão-pouco estranha que o país real assista, mais ou menos conformado, à repartição do palco da corrupção entre PS e PSD.

A hesitação dos dois maiores partidos em relação à polémica das portagens apenas confirmou a responsabilidade partilhada que quase levou a mais um assalto fiscal.

Para já, o Chega e a Iniciativa Liberal são as novidades após a maioria absoluta do PS.

André Ventura, sempre aguerrido, confirma um registo mais civilizado, mais atento aos problemas reais do dia-a-dia.

Por sua vez, o partido ainda liderado por João Cotrim Figueiredo, com o prémio de uma sucessão auspiciosa, continua a fazer a diferença pela positiva.

O fim do esbulho relativo às portagens, liderado por Carlos Guimarães Pinto, é um notável exemplo de uma promissora atenção e defesa dos cidadãos.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

ARMA POLÍTICA


Os acontecimentos explosivos no Brasil, tal e qual como a dantesca situação interna portuguesa, continuam em evolução.

A efervescência política e social nem surpreende, nem vai ficar por aqui.

Depois de Donald Trump, Jair Bolsonaro continua a condenar o vandalismo sem se demarcar dos seus apoiantes.

Por cá, Fernando Medina, com a graça de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, exime justificações para a TAP e propala resultados obtidos à custa do abandono e sofrimento dos portugueses.

A violência é sempre condenável, seja a perpetrada pela força, seja a consumada através da dissimulação.

Aliás, é tão criminosa a invasão das instituições como a negligência nos cuidados de saúde, justiça, educação, segurança, etc.

Entre uns e outros, venha o diabo e escolha, pois cabem todinhos na violação dos princípios constitucionais e civilizacionais.

No momento da verdade, de um lado e do outro do Atlântico, emerge a mesma resposta: a sonsice, uma nova arma política do século XXI.

No Brasil, depois do circo da anulação da condenação judicial de Lula da Silva pelo órgão de cúpula da Justiça.

Em Portugal, com o espectáculo em curso da degradação institucional sob a forma de sucessivas tomadas de posse em nove meses.

Os direitos à manifestação, protesto e resistência não podem ser colocados em crise.

A tentação de um Estado ainda mais securitário nunca será a solução.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

ESTADO COBARDE


O exemplo de Luís Dias é um dos mais flagrantes exemplos de que não vivemos num Estado de Direito.

É apenas mais um entre tantos e tantos outros com que pactuamos, diariamente, com uma indiferença que, aparentemente, só choca quando nos toca directamente.

Apesar de toda a documentação irrefutável que o agricultor de Idanha-a-Nova publicou, o primeiro-ministro afirmou, na Assembleia da República: «O senhor não tem razão, não há nada a fazer, é muito simples».

António Costa só tem o topete político de fazer esta afirmação porque sabe que a Justiça nunca dará uma resposta antes de concluir o seu mandato.

Entretanto, o cidadão tem a vida arruinada e corre mesmo risco de vida por causa da greve de fome que estoicamente continua, numa lição de cidadania exemplar.

Não fora o alheamento dos cidadãos, e a denúncia pífia da generalidade da imprensa, o primeiro-ministro nunca teria o descaramento político de manter este braço-de-ferro a roçar o politicamente criminoso.

É bem mais fácil denunciar os atropelos no Brasil do que observar e zelar pela mais elementar Justiça e Humanidade em Portugal.

Luís Dias não faz parte da corte do poder, não pode pagar um exército de advogados, nem mesmo almejar ter no bolso um ministro irrevogável para tentar a queda do governo.

Com a maioria absoluta e um presidente em silêncio, António Costa ainda pode exacerbar mais esta demonstração autoritária.

A razão é simples: este Estado cobarde não pode abrir uma brecha na parede de abusos e ilegalidades que impõe cínica e arbitrariamente.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

“ENGANADOS” DA REPÚBLICA

 

As últimas declarações do primeiro-ministro e de alguns ministros revelam o cúmulo político da insensibilidade, do desnorte e da arrogância.

O acumular de dívida pública, que serviu para financiar desvarios e clientelas, permitindo a consolidação do PS no poder, tem um elevado preço que está à vista.

No momento em que o Estado tem a obrigação de apoiar os mais pobres, as famílias e as empresas, o ilusionismo não é suficiente para desatar as mãos e os pés do governo.

Não surpreende, portanto, mais de 2,3 milhões de pessoas a viverem abaixo do limiar de pobreza.

Nem as sagradas pensões de miséria escapam às “contas certas” de quem já nem consegue maquilhar a realidade com mais anúncios e promessas.

Os efeitos da pandemia e da Guerra na Europa não afectaram única e exclusivamente Portugal.

Os últimos sete anos, de reformas adiadas e de espúrias guerras ideológicas, foram uma oportunidade perdida que condenou o país a mais décadas de sacrifícios.

Os responsáveis não são apenas aqueles que governaram a partir de São Bento e demais ministérios.

Do futebol ao #todosjuntos, dos melhores do Mundo a Tancos, dos sem-abrigo à conivência com os corruptos, não podemos esquecer quem mais branqueou e ajudou à propaganda descarada.

Nos próximos tempos não vão faltar os “enganados” da República, uma conhecida espécie de ratos desmemoriados sempre prontos a saltar do barco à beira do naufrágio.

Aliás, ninguém estranhou que o presidente tenha vindo a terreiro avisar publicamente que a partir de agora é melhor antecipar e falar verdade.

É o princípio do fim da governação ao jeito de António Costa, depois de anos de folclore e selfies que vão custar os olhos da cara aos portugueses.

segunda-feira, 29 de agosto de 2022

ANGOLA E OS CÚMPLICES


Ao gerar uma falsa expectativa na imprevisibilidade do resultado eleitoral em Angola, que nunca teve nem eleições livres nem limpas, atingimos mais um pico de desonestidade intelectual.

Dos órgãos de soberania a uma certa comunicação social, sem esquecer os políticos apeados, empresários do regime e comissionistas, tem valido tudo.

Do presidente, mais uma máxima, porventura um upgrade da neutralidade fascista: «Ouvir, respeitar, não se meter».

Do ministro dos Negócios Estrangeiros, mais uma declaração estapafúrdia – «Portugal deve muito a José Eduardo dos Santos».

De uma certa comunicação social, uma refinada manhosice de desvalorização das actas-sínteses dos resultados eleitorais.

Dos restantes, o silêncio encavacado ou a pouca-vergonha política habitual.

As questões de Estado não devem obedecer a cegueiras de oportunidade, à defesa de inconfessáveis interesses pessoais e dos amigos ou até a infantilidades burlescas.

Os resultados eleitorais em Angola confirmaram o autoritarismo, e a cleptocracia instalada no poder que continua a contar com a conivência de Portugal.

O massacre de 30 de Outubro de 1992 está bem presente, e pouco ou muito pouco mudou em Angola e em Portugal passados quase 30 anos.

Sujo de sangue e beneficiando do fluxo de dinheiro roubado, Portugal persiste atulhado de cúmplices da corrupção, da miséria e da fome em Angola.

O povo angolano, o MPLA, a UNITA e demais partidos políticos mereciam mais transparência e mãos limpas.

segunda-feira, 18 de julho de 2022

TRAMBOLHÃO


António Costa, com a “mãozinha” da comunicação social, lá foi vendendo a sua banha-da-cobra até chegar à maioria absoluta.

De promessa em promessa, quais fake news toleradas, valeu tudo, desde o silêncio cúmplice do presidente ao assobiar para o lado de quem tem o dever de escrutinar.

O trambolhão político é tal que é o próprio primeiro-ministro a manifestar choque com a falta de reformas estruturais que o próprio não fez.

Passados 100 dias da tomada de posse do XXIII governo constitucional, a ilusão começa a esbarrondar.

Com estrondo!

A autoridade do primeiro-ministro é diminuída pelo principal par.

O presidente é registado, de selfie em selfie, como um adereço da República.

Os cidadãos estão zangados, sentem-se enganados.

O fantasma do fascismo já não chega para explicar os falhanços sistematicamente desculpabilizados.

Nem a pandemia, nem a Guerra na Europa, podem servir de álibi, porque os seus efeitos devastadores ainda não se fazem realmente sentir.

O país contínua vulnerável, adiado, à mercê de mais um qualquer “amplo consenso”, obra faraónica, salvador com ou sem boné, gola e estrelas.

O balanço da governação é mais cidadãos sem médico de família, mais famílias que precisam de apoio para comer, mais sem-abrigo, mais dívida, mais impostos e mais inflação, em suma, demasiado caos, desfaçatez política e impunidade.

Será suficiente para desta vez despertar os portugueses?

O debate do Estado da Nação marca o regresso aos tempos da maioria de Sócrates, aos fumos da corrupção, à compra e venda na comunicação social, a mais e mais anúncios e truques.

A receita pode ser sempre a mesma, mas a fuga está cada vez mais difícil.